
Com uma dívida total que supera os R$ 135 milhões e um pedido de recuperação judicial em andamento, o RioBeef, volta a aparece na mídia; Uma cobrança de dívida do ex-dono do frigorífico acabou em tiroteio dentro do escritório
O Frigorífico RioBeef, localizado em Ji-Paraná (RO), entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano, alegando crise econômica e financeira – pedido esse aceito pela justiça no primeiro semestre. Ainda segundo as informações, o administrador judicial revelou que a dívida da empresa ultrapassa R$ 135 milhões, com débitos para quase 600 credores, a maioria produtores rurais e fornecedores. Nos últimos dias, novo caso trouxe a tona situação da indústria. Uma cobrança de dívida do ex-dono do frigorífico acabou em tiroteio dentro do escritório.
Nós contamos aqui no CompreRural, em fevereiro, do verdadeiro desrespeito com a classe de pecuaristas de Rondônia que, precisam agora lutar para receber o dinheiro da venda dos seus animais. Os representantes da empresa tentaram, durante o mês de janeiro, após terem seus nomes expostos, realizar uma reunião que visava criar um novo cronograma de pagamentos, com a promessa de compra de gado para realizar o giro do caixa e, com isso, ir quitando as parcelas antigas, mas nada disso se tornou a realidade que era esperada.
Cobrança de dívida em frigorífico acaba em tiroteio
Segundo as informações obtidas pelo Compre Rural, um dos ex-donos do RioBeef, Valtenir João Rigon, conhecido como Valter, chegou ao escritório da indústria na última sexta-feira, para realizar a cobrança de uma dívida que se arrasta por mais de dois anos – supostamente do frigorífico – de R$ 600 mil. A dívida era cobrada do Eduardo de Almeida Ferreira, um dos sócios do frigorífico na época.
Ainda segundo o boletim de ocorrência da PM, o Eduardo se exaltou dentro das instalações após a cobrança realizada por Valter. Foram realizadas ameaças verbais, socos na mesa e, até mesmo, a utilização de uma arma pelo Eduardo para tentar intimidar o cobrador.
Diante de tal situação e temendo o que poderia ser feito contra sua vida, o cobrador saiu do escritório e quando estava entrando em seu carro para deixar o frigorífico, foi surpreendido com dois tiros. No mesmo momento, acionou a Polícia Militar que estava próxima ao local. Essa, realizou de forma rápida a abordagem a caminhonete Hilux de Eduardo, que tentava deixar as pressas o local, constatando que a arma, calibre 36, utilizada por ele estava em sua mochila.
Segundo as informações da PM, a arma estava municiada com sete munições, estando faltando apenas duas balas, munições essas que haviam sido disparadas contra Valter. Diante do ocorrido, Eduardo recebeu voz de prisão – pelos tiros e pelo porte ilegal de arma de fogo – e foi encaminhado para a Unisp onde se encontra preso a disposição da justiça, aguardando julgamento.

Crise, dívidas e protestos envolvendo o Rio Beef
Em um período de pouco mais de três anos, o frigorífico chegou a mudar de gestão/donos, várias vezes. Inúmeros foram os nomes que surgiram, promessas de pagamentos, utilização e ostentação de helicópteros para realizar a compra de gado nas fazendas e, até mesmo, reuniões com promessas vazias de uma superação.
Entretanto, alguns nomes sempre estiveram no meio de todo esse filme vivido pelos pecuaristas e fornecedores locais. Um deles, Antônio Carlos Faitarone, o Caio, como é conhecido, é um dos atuais donos junto com o Eduardo, estando eles também envolvidos com a venda da planta para o investidor e, então dono da operação na época, o conhecido “Lucas Zanchetta”. O New Beef, findou suas operações na cidade e deixou os pecuaristas com uma dívida superior a 100 milhões de reais.
Juntos o Eduardo e o Caio, entraram com pedido na justiça – após fechamento da planta por “abandono do Lucas” – e conseguiram reaver a planta de abates para voltar a tocar o projeto. Infelizmente, mais uma vez a crise se instalou e, pecuaristas com dívidas atrasadas e vivendo situações difíceis para conseguir se manter nas atividades tentam reverter o prejuízo.
A empresa tem exercido regularmente suas atividades, mantendo a folha salarial e pagamento de fornecedores rigorosamente em dia, esclarecendo que o passivo tratado na recuperação judicial é aquele acumulado pela gestão anterior.
Além disso, as informações são de que o frigorífico encerrou suas atividades e terceirizou seus abates para o BMG. Dessa forma, a indústria hoje opera realizado a prestação de serviços para o novo grupo, porém, não sabemos como andam as negociações das dívidas anteriores, mas segundo fontes ainda não foram quitadas.
Existe pecuarista neste grupo que, segundo as informações, venderam mais de 20 cargas fechadas para a indústria e durante a negociação com o Lucas, parecem ter recebido apenas uma parcela dessa dívida, já que todos estão envolvidos nos processos de cobrança.

Os pecuaristas estão se unindo, correndo atrás da cobrança desses dividendos que, segundo as informações, seguem atrasados desde novembro de 2021 e, além disso, mesmo após a renegociação os prazos e pedidos de recuperação judicial não foram cumpridos. Infelizmente o prejuízo é gigante para a região e para os pecuaristas.
O espaço segue aberto para os envolvidos poderem se manifestar sobre o assunto. As informações obtidas pelo Portal foram realizadas junto a pessoas envolvidas com o frigorífico, além de informações contidas no Boletim de Ocorrência da Polícia Militar da região.
Confira a Nota de Esclarecimento enviada pelo RioBeef

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