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Conheça a “poção mágica” para pecuária leiteira

Não existe milagre na pecuária leiteira, mas se algo se aproxima desse “elixir”, é algo que não sai de um frasco ou garrafa, ele sai do úbere da vaca!

Muitos cientistas e veterinários disseram que não existem “balas de prata” ou “curas milagrosas” quando se trata de criar bezerros saudáveis e produtivos. Nenhuma pílula ou poção pode superar os fundamentos da cama limpa e seca; nutrição abundante e precisa; e excelente ventilação.

Mas se algo se aproxima desse “elixir”, é algo que não sai de um frasco ou garrafa. Ele sai do úbere da vaca, logo após o nascimento do bezerro, e é essencialmente “gratuito”. O colostro, ao que parece, é o soro superalimentado com potencial de afetar diretamente a saúde, o crescimento e a produtividade dos bezerros, desde o primeiro dia até a idade adulta.

O colostro é amplamente reconhecido como uma fonte crítica de imunoglobulina G (IgG), um anticorpo protetor que ajuda os bezerros a afastar organismos causadores de doenças até que seu próprio sistema imunológico esteja em funcionamento. A capacidade dos bezerros de absorver IgG através da parede intestinal e na corrente sanguínea diminui significativamente após 4 horas após o parto, razão pela qual o primeiro fornecimento de colostro é tão importante.

Os pesquisadores observaram que, além da IgG, o colostro traz uma verdadeira cesta de outros benefícios para o bezerro recém-nascido, incluindo outros benefícios de imunidade e crescimento; calor; hidratação; altos níveis de gordura pronta para energia; e outros nutrientes importantes, incluindo vitaminas lipossolúveis, vitamina B12 e ferro.

Quanta diferença faz de fato o colostro na saúde dos bezerros? Um grupo de pesquisadores chineses examinou essa questão em um estudo recente publicado no Journal of Dairy Science (Yang et al., 98: 7153-7163).

Nesse estudo, 24 bezerros recém-nascidos machos da raça Holandesa receberam um dos três tipos de alimentação no primeiro dia de vida – colostro da primeira ordenha, leite de transição (ordenhado de vacas 2 ou 3 dias após o parto) ou leite integral (tanque a granel). Outros 4 bezerros controle não receberam alimentação e foram sacrificados e necropsiados logo após o nascimento para estabelecer uma linha de base comparativa da estrutura intestinal.

Os bezerros no estudo de alimentação receberam 4,0 L de seus tipos de leite prescritos imediatamente após o nascimento, e outros 2,0 L às 8 horas após o nascimento. A partir do segundo dia de vida, todos os 24 bezerros receberam cuidados, alimentação e alojamento idênticos.

No dia 8 de vida, quatro bezerros de cada grupo de alimentação foram sacrificados e necropsiados, para que os pesquisadores pudessem avaliar os efeitos dos vários tratamentos no desempenho físico e no desenvolvimento do trato digestivo.

Confira abaixo suas principais descobertas:

– Os níveis de IgG ingeridos pelos bezerros foram 422,4, 231,6 e 3,6 µg/mL para colostro, leite de transição e leite integral, respectivamente;

– Os bezerros alimentados com colostro apresentaram o desenvolvimento mais avançado e uniforme do trato digestivo, com as maiores alturas de vilosidades intestinais e maiores profundidades de cripta. A espessura da mucosa também foi maior no grupo alimentado com colostro;

– Por outro lado, as vilosidades nos bezerros alimentados com leite integral foram descritas como não uniformes, esparsas e severamente atrofiadas;

– No dia 8, o ganho de peso no grupo do colostro atingiu em média um total de 2,2 kg por cabeça e no grupo leite de transição, 1,7 kg por cabeça. O grupo de leite integral perdeu uma média de 0,4 kg por cabeça;

– Os bezerros do grupo colostro não apresentaram diarreia e nenhum morreu durante o estudo. Um bezerro no grupo do leite de transição teve diarreia. Cinco bezerros do grupo com leite integral tiveram diarreia e três desses animais morreram.

Os pesquisadores disseram que suas descobertas reforçaram o valor do colostro no estabelecimento da imunidade após o nascimento, o que poderia ajudar a reduzir os efeitos de organismos causadores de doenças, promover o desenvolvimento do trato digestivo e, assim, apoiar o crescimento, a saúde e a sobrevivência dos bezerros. O trabalho deles verifica ainda a “mágica” que pode ser trabalhada com colostro limpo, de alta qualidade e com eficiência.

* Baseado no artigo Colostrum: The Nearly Magical Mix, de Maureen Hanson, para a Dairy Herd Management. Adaptado: Educapoint

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