Créditos de carbono pode alcançar receita de até R$ 100 bi

Segundo as informações divulgadas, o Brasil pode ter receita de até R$ 100 bilhões em créditos de carbono até 2030 com agro, florestas e energia; Confira!

O Brasil tem potencial de gerar até R$ 100 bilhões em receitas com créditos de carbono nos setores do agronegócio, floresta e energia até 2030. O valor seria correspondente a 1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente, de acordo com o um estudo feito pela consultoria especializada em sustentabilidade WayCarbon sob encomenda da International Chamber of Commerce Brasil (ICC Brasil), que trata de oportunidades para o país nesse mercado.

O crédito de carbono é um instrumento que visa estimular a redução das emissões de gases de efeito estufa por meio de um estímulo financeiro. A medida que menos gás é emitido, gera-se um crédito, pelo qual uma instituição pode pagar para compensar suas emissões. O assunto será um dos principais da pauta da Conferência do Clima de Glasgow, na Escócia (COP-26).

De acordo com o estudo, o potencial do Brasil é de atender de 5% a 37,5% da demande de créditos de carbono apenas no mercado voluntário global. Quando se trata do mercado regulado, essa proporção varia entre 2% e 22%. Esses números podem ser até maiores, considerando políticas públicas a serem adotadas nos âmbito do artigo 6 do Acordo de Paris, cuja regulamentação está em debate na COP-26.

O trabalho também contou com o apoio de empresas, como Suzano, Natura, Bayer e Microsoft. Em comunicado divulgado pela ICC Brasil, os responsáveis destacam que a as oportunidades identificadas nos mercados de créditos de carbono vão além da redução de emissões de gases poluentes. Incluem também benefícios sociais e econômicos.

“São uma solução econômica ganha-ganha. Além da redução urgente de emissões de GEE, a experiência evidencia benefícios que são fundamentais para o Brasil, como geração de emprego e renda, melhoria na qualidade das condições de trabalho, aprimoramento da qualidade e de disponibilidade hídrica e segurança energética”, avalia Laura Albuquerque, gerente de finanças sustentáveis da WayCarbon.

Na avaliação dos responsáveis pelo estudo, o maior potencial de geração de créditos de carbono está no setor de florestas: R$ 66 bilhões, considerando o cenário mais otimista. O foco dos investimentos deve ser, principalmente, em reflorestamento, manejo e restauração florestal, tendo como principais benefícios a diminuição de erosões, manutenção da biodiversidade e melhoria da qualidade e disponibilidade de água.

Em seguida, aparece o setor de energia, com o potencial de acumular R$ 25 bilhões em créditos de carbono, também considerando a perspectiva mais otimista. Na avaliação do pesquisadores, segmentos como energia eólica, biocombustíveis avançados, hidrogênio verde e etanol de segunda geração estão entre os focos de investimento, o que traria benefícios como segurança energética e geração de empregos e renda.

Só no setor agropecuário, o potencial de geração de crédito de carbono até 2030 é calculado em R$ 9 bilhões. De acordo com os estudos, os investimentos a serem feitos para explorar esse potencial estão, principalmente, em sistemas de integração, como o lavoura-pecuária (ILP) ou lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e na chamada agricultura de baixo carbono (ABC).

Entre os principais benefícios, estariam a menor pressão de desmatamento e contribuição para a segurança alimentar. Entre as oportunidades, estão novas fontes de renda, recuperação de potencial produtivo em áreas degradadas, competitividade entre fornecedores e fortalecimento de pequenos produtores.

No comunicado divulgado pela ICC Brasil, a diretora executiva da instituição, Gabriela Dorlhiac, destaca que o Brasil está em um momento em que precisa reconstruir sua credibilidade internacional. Em sua avaliação, os benefícios que o mercado de créditos de carbono pode trazer ao Brasil estão claros.

“É uma oportunidade que não podemos deixar passar. E ainda soma-se a isso, especialmente neste ano de COP, o custo que o país terá em não reconstruir sua credibilidade junto à comunidade internacional”, pontua.

Fonte: Revista Globo Rural

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