CRV renasce e prevê expansão do mercado de genética no Brasil

CRV Brasil protagoniza turnaround econômico no Brasil e prevê expansão contínua do mercado de melhoramento genético no Brasil

No próximo mês de outubro, a CRV Brasil, uma das líderes nacionais no mercado de genética bovina, celebra 50 anos de atividades no país. O jubileu não poderia acontecer em momento mais auspicioso: multinacional holandesa, a CRV Brasil fechou o último ano fiscal holandês (setembro-agosto) com um recorde de produção e vendas e recuperou o lucro, depois de 8 anos de prejuízos no país. Mais: no recém-aprovado plano trianual global da empresa, teve confirmados investimentos que cuidarão da continuada expansão das atividades no Brasil. No processo, o país se tornará um polo de desenvolvimento de genética bovina de corte e de leite tropical da empresa no mundo.

Os resultados foram significativos nas duas frentes de operação do grupo no Brasil, a empresa de genética bovina CRV (em Sertãozinho – SP) e a central de coleta e envase de sêmen bovino Bela Vista (em Botucatu – SP). No caso da CRV, as vendas totais do ano holandês somaram 2,75 milhões de doses, 42% acima dos números do período anterior (volume de doses histórico para a empresa). Desse total, 73% foram para o mercado de corte e 27% para o de leite. Na Bela Vista, a produção foi recorde: 4,7 milhões de doses, 40% a mais que no ano holandês anterior, também recorde (a empresa presta serviços de coleta também para outras marcas atuantes no Brasil). No geral, as vendas em volume ficaram em 110% das previsões; em 100% no preço médio e em 110% em faturamento.

A CRV Brasil foi ajudada pela expansão do mercado de sêmen bovino, que cresce há vários anos seguidos no Brasil. Mas a empresa agiu em diversas frentes na promoção de sua recuperação econômica. Da organização interna à produção, do marketing à força de vendas, todas as áreas da organização passaram por mudanças profundas. Algumas começaram há mais tempo, como a reformulação da área de vendas. “Renovamos as pessoas e instituímos novos métodos de trabalho, ou seja, sangue novo e uma nova forma de agir no mercado”, resume Flávio Moraes, gerente executivo de vendas da CRV. “Todas as regiões ampliaram vendas”, celebra ele.

No caso do marketing, a área foi totalmente remodelada e expandida. A empresa voltou à TV segmentada no começo de 2021, realizou promoções por meio de lives, incrementou a ação nas redes sociais e criou atividades localizadas, como a adoção de outdoors em algumas regiões do país, entre outras. “A marca é forte e o recall foi extremamente positivo”, explica Sandra Castilho, gerente de marketing da CRV. “Clientes e parceiros vibraram tanto quanto nós quando nosso plano de mídia começou a rodar”, comenta. Outra mudança se deu no portfólio de produtos. “Promovemos uma total renovação, com novos touros e informações mais claras para os clientes”, diz ela.

Outra mudança (que impactou diretamente no crescimento de volume da empresa), aconteceu na Central Bela Vista, que dobrou de tamanho no último ano. A capacidade, que era de 350 touros em julho de 2020, está atualmente em 650 touros e já iniciou obras para mais 60 piquetes, que devem estar prontos em três meses. “A equipe técnica e os laboratórios foram ampliados, para garantir qualidade”, explica Gerson Sanches, gerente operacional da Bela Vista. A central também adquiriu uma fazenda para a produção de alimento para os animais ali hospedados (que hoje somam cerca de 800).

Pessoas: o ponto central da mudança

“O turnaround econômico da CRV se deve a todos esses e outros fatores, mas essencialmente, ele aconteceu por causa das pessoas”, explica Rudi den Hartog, presidente da CRV no Brasil, que emprega 185 pessoas em suas duas empresas. “O time respondeu com entusiasmo aos inúmeros desafios e assim conseguimos superar nossas metas”, diz ele.

Uma pesquisa realizada mundialmente no grupo CRV, no início desse ano, descobriu que, no Brasil, 94% dos colaboradores querem continuar no grupo (contra 87% da média mundial). Mais: dos que querem continuar, 42% desejam explorar novas oportunidades dentro da empresa (contra 16% dos outros países). “Isso mostra o potencial que a empresa tem de continuar inovando e crescendo”, afirma Hartog.

“O Brasil é um gigante mundial na produção de proteína animal (carne e leite) e para manter essa atividade competitiva e sustentável, inclusive no sentido ambiental, a tecnologia aplicada à produção será fundamental”, calcula Hartog, que prevê continuada demanda pela inseminação artificial no país. “É preciso produzir mais com menos ocupação de espaço, menor quantidade de alimentação para os animais, com a redução do uso de água”, exemplifica o presidente da CRV Brasil.

Segundo ele, inclusive, a empresa terá, de agora em diante, um papel ainda mais importante na área do corte. “Já somos o maior mercado da empresa nesse segmento e passaremos a contribuir com informação genética e comprovação de campo para o banco de dados da empresa, especialmente nas raças nelore e Angus”, diz Rudi den Hartog.

Nova sede em Ribeirão Preto

Fundada em 1971 pela família Biagi e batizada Lagoa da Serra, a empresa foi adquirida em 1992 pelo Banco Bamerindus, quando passou por primeira onda de profissionalização administrativa. Em 1998, a empresa foi comprada pela Holland Genetics, que se tornou a CRV. Desde então, o portfolio de produtos e a tecnologia genética da empresa passou por sucessivas ondas de atualização.

Sediada desde 1998 em uma fazenda em Sertãozinho (SP), a empresa prepara-se para uma nova mudança: em 2020, a área foi vendida para a família Savegnago e a empresa passará a funcionar em um centro empresarial em Ribeirão Preto (SP). As novas instalações deverão estar prontas em dezembro. Até lá, a empresa permanecerá em home office, como já vem acontecendo há algum tempo.

“Estamos acostumados a trabalhar em salinhas, ficamos distantes, isolados em ilhas”, diz Hartog, que optou, no novo escritório, por espaços abertos, onde todos ficarão juntos, com decoração moderna e ampla área de convivência. “Nesses ambientes as pessoas se relacionam mais independente de suas áreas, entendem o trabalho de todos e aumentam o respeito profissional individual e coletivo”, aposta o presidente. É bom para a criatividade e a cooperação”, aposta ele. Haverá salas para reuniões e salinhas para atividades que exijam muita conversa ao telefone, ressalva Hartog.

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