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Custo de produção: O “terror” da atividade do leite

Sabemos que a cada dia se torna mais “complicado” fechar a conta no final do mês. Então, trouxemos nesse Artigo uma especialista para poder nos mostrar onde estão os gargalos da atividade do leite.

“Meu vizinho vendeu a fazenda e mudou pra cidade porque estava tomando prejuizo”, “Esse mês fechei no vermelho”, “Vou ter que cortar alguma despesa esse mês aqui na roça senão não vai dar pra pagar as contas”. É cada vez mais comum escutarmos no dia a dia essas frases.

Mas o que podemos fazer se não controlamos o preço do leite? Onde podemos trabalhar da porteira pra dentro pra aumentar o lucro e reduzir o custo sem perder em volume e qualidade?

Cada dia mais e mais produtores se perguntam o que fazer pra mudar essa situação que parece irriversivel, então por onde começar?

Já que o produtor de leite não consegue controlar o preço do leite vendido, devemos trabalhar em focar inicialmente no controle do custo de produção, único fator ao qual o produtor esta diretamente ligado e pode controlar. Então vamos focar os 3 pontos principais e mais impactantes no custo do leite: concentrado, mão de obra e volumoso.

Juntos, estes itens representam quase 65% do custo total do leite e podem representar o sucesso ou prejuízo no caixa da propriedade. Logo, onde investir e como trabalhar esses pontos?

Quando falamos de mão de obra, a baixa oferta de funcionário de qualidade e com baixa rotatividade, devemos focar em maximizar a utilização do pessoal envolvido na atividade, ou seja, facilitar o dia a dia seja com uso de tecnologia ou mesmo com simples processos que podem fazer com que um funcionário trabalhe com o maior numero animais e consequentemente maior volume de leite/dia.

Para exemplificar vamos falar em números. Uma boa média por funcionário/dia, em fazendas rentáveis, seria de pelo menos 500 litros/dia na relação produção diária/numero de funcionários. Mas como conseguir esses valores? Investimentos que visam por exemplo acelerar o processo de ordenha, facilitar o trato, manejo com rebanho, média de produção vaca/dia e numero de vacas em lactação do rebanho, podem afetar diretamente o potencial da mão de obra na propriedade, e nesse quesito, menos é mais.

Mas e quanto alimentação do rebanho? Volumoso + concentrado representam simplesmente 50% do custo total de produção!!! No momento atual de alta de insumos como milho e soja o produtor se ve cada vez mais acuado pelo aumento do custo da ração e pela duvida: diminuir ou não diminuir a ração? Se diminuir o volume cai e com o preço seguindo a alta atual fica inviável, se não diminuir, o custo mensal com concentrado não para de subir.

Partimos então para uma segunda analise nessa linha, e o volumoso? Com a alta atual do dólar e o planejamento de compra de insumos para safra 18/19 já sendo feito, como fica o custo do volumoso para o próximo ano?

Devemos lembrar nesse caso que custo e qualidade estão diretamente relacionados, então nem sempre um baixo custo irá significar o lucro maximizado, já que muitas vezes a qualidade será prejudicada. Logo, economias na quantidade de ração fornecida ao animal ou mesmo no adubo comprado ou na qualidade de milho a ser plantado podem representar mais prejuízos que economia.

Mas então, o que fazer? Para onde seguir visando o lucro?

Pois bem, em relação ao concentrado, diversas estratégias podem ser adotadas, entre elas:

  1. Fabricação da ração na propriedade
  2. Uso de subprodutos para complementar a dieta, reduzindo o uso de ração sem prejudicar a alimentação do animal, como caroço de algodão, bagaço de cana, polpa cítrica, casquinha de soja, resíduo de milho, entre outros
  3. Uma compra estratégica de insumos para reduzir o custo da dieta pode ser de grande ajuda considerando a variação dos ingredientes do concentrado ao longo do ano.
  4. Divisão adequada e no mínimo mensal de todos os lotes de vacas em lactação e recria
  5. Utilização de volumosos de melhor qualidade a fim de reduzir a quantidade de ração necessária

Leia mais:

Já em relação ao volumoso, alguns pontos também podem ser observados para reduzir os custos e ajustar o custo de produção:

  1. Planeje anualmente seu volumoso, de acordo com a sua recria, parições, vendas e nascimentos para o próximo ano, saiba exatamente quanto de volumoso será necessário a fim de evitar compras desnecessárias
  2. Compre adubos, semente e demais defensivos estrategicamente, a fim de reduzir os custos.
  3. Analise de solo e preparo da área são fundamentais para uma alta produção, quanto maior a produtividade de sua área, maior sera a diluição dos custos de produção e com isso menor o custo total.

Após a analise desses pontos cabe a cada produtor analisar sua propriedade e ver onde pode ser melhorado, a fim de que no final do mês as contas fechem e a atividade seja o mais rentável possível.

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