Da água pro vinho: Agricultura mudará nos próximos 10 anos

Um desafio do tamanho da humanidade é o título de artigo que fala sobre as transformações que a agricultura sofrerá nos próximos 10 anos.

Stephen Hawking, um dos maiores físicos dos últimos 50 anos, se preocupava com os grandes desafios que a humanidade tem à frente nas próximas décadas, como o crescimento populacional e a escassez de alimentos. “A população da Terra cresceu meio bilhão, com nenhuma previsão de que isso diminua. Nesse ritmo, seremos onze bilhões em 2100”, disse ele em 2017.

Em relatório produzido recentemente, mostra que, se as tendências atuais persistirem, além dos desastres naturais causados pelas mudanças climáticas, no ano 2050 teremos milhões de pessoas sofrendo de sede e fome. Se quisermos evitar tal cenário, será preciso aumentar em 70% a disponibilidade de alimentos para suprir as demandas dos mais de 10 bilhões de humanos que vão compartilhar este planeta em 2050. “Nos próximos 50 anos, será necessário produzir mais alimentos do que nos últimos 400 anos”, alertou a pesquisa.

Para as empresas produtoras de insumos agrícolas, o caminho para solucionar esta difícil equação passa pelo aumento da produtividade. Por isso, cada vez mais, procuram aprimorar sua capacidade de inovação. Muitas empresas buscando novas soluções em ciência e tecnologia que sejam, além de mais eficazes, mais sustentáveis. Só este novo modelo de agricultura poderá trazer segurança alimentar para a humanidade do século 21.

Sustentabilidade na Agricultura

A sustentabilidade é parte fundamental da estratégia. Por meio de avanços em agricultura de precisão, é possível melhorar a tomada de decisões na propriedade rural ao fornecer aos produtores recomendações específicas que garantam o uso eficiente de recursos e melhorem seus rendimentos. Dessa forma, é possível alavancar a produtividade, alcançando colheitas melhores e de melhor qualidade.

“Vejo a agricultura de precisão como uma forte tendência, e estou certo que isso vai mudar completamente a agricultura como conhecemos hoje ao longo dos próximos dez anos. Na Europa, por exemplo, já existem regulamentações fortíssimas em relação ao uso de agroquímicos, e no Brasil já vemos investimentos neste sentido, a maior parte de startups. É fascinante ver o quanto os profissionais por aqui têm se atualizado constantemente, pois perceberam que assim como a agricultura, devem evoluir constantemente para se manterem produtivos e competitivos principalmente em um clima tropical como a do Brasil, que traz desafios adicionais”, diz Gerhard Bohne, COO da divisão Crop Science no Brasil. São soluções que visam atender tanto as grandes empresas agrícolas quanto os milhões de pequenos agricultores pelo mundo.

Sustentabilidade como prioridade

Em 2015, a ONU lançou uma ambiciosa iniciativa para provocar mudanças e causar impactos positivos em escala planetária: os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS se baseiam, por sua vez, nos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio , formulados originalmente em 2000. Tratam-se de 17 diretrizes que visam orientar políticas nacionais e atividades de cooperação internacional em áreas que vão de saúde, educação e economia até segurança alimentar e sustentabilidade.

Produtos biológicos para Agricultura

Registro de produtos biológicos cresce, no ano passado, o Mapa autorizou o uso de 52 novos defensivos de baixa toxidade. Alguns podem ser usados na agricultura orgânica.

Em 2018 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) bateu o recorde no registro de defensivos de baixa toxicidade: 52 novos produtos de um total de 450 registrados. Estes agrotóxicos de baixa toxicidade – menos nocivos à saúde humana – são aqueles que contém organismos biológicos, microbiológicos, bioquímicos, semioquímicos ou extratos vegetais, e podem até mesmo ser usados na agricultura orgânica.

O futuro da Agricultura

Idealizado pela Bayer, o ciclo de palestras “O Futuro da Agricultura” tem o objetivo de criar um diálogo aberto com a sociedade sobre temas que envolvem a produção global de alimentos. Realizado em 2017 no Catavento Cultural, mais de 120 alunos de escolas públicas municipais acompanharam discussões sobre temas como tendências mundiais do setor agrícola, desafios da Organização das Nações Unidas (ONU), mudanças climáticas, biotecnologia e como a agricultura está presente no dia a dia das pessoas. A iniciativa surgiu como um possível caminho para estimular o interesse pela agricultura entre habitantes dos grandes centros urbanos.

A revolução da agricultura moderna, que surgiu em meados do século 20, nasceu no hemisfério norte. Logo, toda a tecnologia e os parâmetros desenvolvidos tinham como foco as regiões temperadas do planeta. Posteriormente, essa revolução chegou às latitudes mais quentes, causando importantes transformações. Mas faltava criar um ambiente onde a pesquisa científica se debruçasse sobre as necessidades específicas dos produtores que vivem nos países tropicais.

Um exemplo de iniciativa neste sentido é a aliança com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o desenvolvimento de estudos sobre plantas daninhas resistentes, o comportamento de agentes polinizadores e a resistência de fungos na cultura da soja. E, no final de 2017, a Bayer assinou parceria público-privada com a Universidade Federal de Viçosa que prevê a interação de ambas as instituições para estudar formas de alavancar a produtividade sem a necessidade de aumentar as áreas agricultáveis.

Outras parcerias igualmente importantes foram firmadas com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) para criar soluções de controle do greening, a principal doença que ataca a citricultura no mundo, e com a Universidade de São Paulo, em projetos envolvem o uso de nanotecnologia e de interferometria acústica na agricultura.

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