Desvio na rota da soja pode custar aproximadamente R$ 600 mi a mais

A projeção considera, ainda, a interrupção total da BR-277, única rodovia que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá.

Depois de constatados problemas na BR-277, trajeto que conecta Curitiba (PR) ao Porto de Paranaguá, um desvio para o escoamento da safra de soja pode chegar a custar R$ 600 milhões a mais. Divulgada nessa terça-feira (14), a estimativa do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR considera o gasto caso a rota tenha que ser alterada com destino ao Porto de Santos (SP).

A projeção considera, ainda, a interrupção total da BR-277, única rodovia que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá. Sendo assim, a produção teria de sair por outro complexo portuário. Nos últimos meses, lembra a Faep, a BR-277 por várias vezes esteve interditada de forma total ou parcial por queda de barreiras, rachaduras na pista e risco de desmoronamento.

O valor referente ao frete de caminhão de sete eixos (com capacidade para 57 toneladas – com custo de R$ 4,86 por saca no trajeto Cascavel-Paranaguá) está entre os dados elencados na projeção, sendo que o trajeto totaliza 600 quilômetros. Já no itinerário Cascavel-Santos, cuja distância é de mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca, quase 60% mais caro.

O presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette, afirma: “partiríamos de uma logística com prejuízo elevado ao setor produtivo, devido ao frete maior”, destaca.

Ressalta-se que, para além do cenário hipotético, o Paraná já tem de lidar com perdas significativas com a produção de soja e, ainda, a dificuldade em escoar pelo Porto de Paranaguá. A federação salienta: “mesmo quem consegue chegar ao complexo, também amarga prejuízos”.

Atualmente, para se exportar oleaginosa pelo complexo portuário paranaense está se praticando um desconto de R$ 1,15 por saca. Ou seja, uma desvalorização de R$ 241,31 milhões, considerando os 15 milhões de toneladas de soja que devem ser exportadas – mostram os dados divulgados pela Federação.

Trata-se de um cálculo multifatorial, a conta para se chegar ao ágio ou deságio no porto, envolvendo aspectos como condição climática, estado dos equipamentos usados no complexo e dificuldades para se chegar ao local. O período das chuvas também atrasa o embarque de soja, pois a umidade pode comprometer os grãos.

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