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Esperando China ‘voltar ao jogo’, mercado futuro do boi despenca

Frigoríficos aumentam capacidade ociosa, aguardando por resposta chinesa; mercado físico voltou a apresentar inexpressivo volume de negócios

O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar inexpressivo volume de negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a demanda de carne bovina durante a primeira quinzena do mês resultou na elevação dos preços no país.

No entanto, a dinâmica pode mudar ao longo da segunda quinzena, período que conta com menor apelo ao consumo. Os frigoríficos seguem optando por escalas de abate encurtadas. Enquanto isso, a indústria exportadora segue aumentando a capacidade ociosa, aguardando o retorno da China ao mercado.

Os pecuaristas se deparam com boa capacidade de retenção – principalmente por conta das boas chuvas ao longos dos últimos meses – e têm optado por negociar de maneira cadenciada neste momento de imprevisibilidade. Quanto à China, mais uma vez precisa ser mencionado que as autoridades brasileiras seguiram à risca o protocolo sanitário. Assim, a retomada das exportações depende exclusivamente da China.

Confira os preços da arroba do boi

  • São Paulo, Capital: R$ 278,00
  • Dourados (MS): R$ 266,00
  • Cuiabá: R$ 242,00
  • Uberaba, Minas Gerais: R$ 260,00
  • Goiânia, Goiás: R$ 250,00

No atacado paulista, as negociações da segunda quinzena de março, período tradicionalmente marcado por uma retração na demanda, tiveram início contando com produtos remanescentes da semana passada, que garantem abastecimento para o atacado até a próxima sexta-feira (17/03). Dessa forma os preços vêm perdendo sustentação e registraram ajustes negativos para alguns produtos com ossos, como a carcaça casada do boi castrado, que negociada a R$ 18,60/kg, registra queda de R$ 0,20/kg.

@neloreadir

2022: Puxado pelas fêmeas, abates cresceram

Os produtores brasileiros abateram 29,8 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária no ano de 2022, uma alta de 7,5% em relação a 2021, segundo os resultados das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado positivo sucede dois anos consecutivos de retração no abate de bovinos. “Todos os meses apresentaram variação positiva em relação aos respectivos períodos de 2021, com destaque para setembro, quando foi registrado um aumento comparativo de 33,6%”, frisou o IBGE, em nota.

Segundo o instituto, o abate de fêmeas foi retomado em 2022, depois de três anos de redução, com alta de 19,1% em relação a 2021. “Nesta comparação, houve queda de 8,5% nos preços médios (CEPEA/Esalq). O aumento da atividade foi acompanhado das exportações recordes de carne bovina in natura (1,99 milhões de toneladas), na série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex)”, completou o instituto.

Foram abatidas 2,09 milhões de cabeças de bovinos a mais em 2022 ante 2021, devido a aumentos em 23 das 27 Unidades da Federação. As maiores altas ocorreram em:

  • São Paulo (+529,27 mil/cab);
  • Mato Grosso do Sul (+320,74 mil/cab);
  • Minas Gerais (+229,26 mil/cab);
  • Rondônia (+182,11 mil/cab);
  • Pará (+171,93 mil cabeças);
  • Tocantins (+153,95 mil/cab).

As principais quedas ocorreram em:

  • Goiás (-22,62 mil/cab) e;
  • Santa Catarina (-5,89 mil/cab).

Mato Grosso manteve a liderança no abate de bovinos em 2022, com 15,8% da participação nacional, seguido por São Paulo (11,5%) e Mato Grosso do Sul (11,0%). “O aumento de 19,1% do abate de fêmeas foi fundamental para essa retomada. São os ciclos da pecuária. Depois de um período de retenção das vacas para procriação, seguido pela entrada dos bezerros no mercado e sua consequente desvalorização pelo aumento da oferta, as fêmeas começam a ser destinadas ao abate”, justificou Bernardo Viscardi, analista da pesquisa do IBGE, em nota divulgada pelo instituto.

Foto e Montagem: Thiago Pereira – Boitel VFL Brasil

Mercado Futuro

O Boi Gordo, atualmente, é uma das principais commodities do país devido ao fato do Brasil ser um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. O futuro de boi gordo é um ativo financeiro negociado por meio da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) da B3, e é utilizado como um meio de gestão de risco sobre as oscilações de preços dessa commodity.

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Mercado Futuro (BGIFUT)

Contrariando as melhores expectativas – principalmente dos pecuaristas – os preços pagos pela arroba no mercado futuro (BGIFUT) continua caminhando para o limpo, testando novas mínimas. Muitos produtores estão preocupados com a direção dos valores, principalmente os que estão em fase final de engorda da boiada, pronto para iniciar os contatos com a indústria para a entrega do boi terminado.

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Foto: Divulgação

Frigoríficos perdem até US$25 mi ao dia

Os frigoríficos brasileiros de carne bovina estão perdendo entre 20 milhões e 25 milhões de dólares por dia útil depois que um embargo comercial interrompeu as vendas para a China, disse a consultoria de agronegócios Datagro Pecuária. A estimativa é baseada nos preços atuais de exportação da carne bovina, variando entre 4.800 e 5.000 dólares por tonelada, mostraram dados enviados à Reuters na quarta-feira.

No ano passado, o Brasil exportou um total de 1,991 milhão de toneladas de carne bovina in natura, sendo que cerca de 62% foi para a China.

O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina da China, à frente dos concorrentes Argentina e Uruguai, respondendo por 40,5% de suas importações, segundo a Datagro Pecuária. A China também importa carne bovina da Nova Zelândia, Estados Unidos e Austrália.

Em uma base diária, o Brasil enviou cerca de 4.700 toneladas de carne bovina para a China em 2022, mostraram dados da Datagro.

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