Donos das maiores fazendas do Brasil são brancos, diz IBGE

Segundo os dados divulgados, cerca de 80% dos donos de grandes áreas agropecuárias no Brasil são brancos, apontou o relatório do IBGE. Confira abaixo!

A desigualdade racial ainda está presente na produção agropecuária brasileira. Os brancos são maioria entre os proprietários de grandes proprietários rurais, enquanto os negros predominam entre os pequenos produtores. Nos conjuntos de mais de 10 mil hectares, oito em cada dez proprietários são brancos.

Os dados são da segunda edição do Atlas do Espaço Rural Brasileiro, publicado nesta terça-feira (15/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como parte das comemorações dos 100 anos do Censo Agropecuário.

De acordo com o Censo Agro 2017, cerca de 47,9% dos técnicos agropecuários do país inteiros produtores declarados como brancos, proporção maior que a dos padrões com produtores pardos (42,6%), pretos (7,8%), indígenas (0,8%) e amarelos (0,6%).

Entre os pequenos produtores (área total de até um hectare), 57,9% declararam-se pardos, 25,5% brancos, 13,6% pretos, 8,3% indígenas e 1,8% amarelos. Nos adaptados com mais de 500 hectares, porém, 72,2% proprietários dos proprietários são brancos, contra apenas 23,9% de pardos, 2,5% pretos, 0,4% indígenas e 0,06% amarelos.

Em requisitos de mil a 10 mil hectares, três em cada quatro proprietários são brancos (74,7%), mais que o triplo da quantidade de proprietários ou pardos (23,8%). Na última faixa premiada pela pesquisa, nos técnicos de mais de 10 mil hectares, 79% dos produtores eram brancos contra apenas 18,9% de negros.

Segundo o IBGE, a conclusão é que, quanto maior a área dos técnicos, maior a predominância dos produtores declarados brancos. “Os dados refletem o processo de ocupação e apropriação do território brasileiro desde o início da invasão e da colonização portuguesa”, apontou Daiane de Paula Ciriáco, geógrafa do IBGE, em nota do órgão.

Conforme Daiane, as leis posteriores que estabeleciam o acesso à terra apenas pela compra evidenciou a exclusão dos povos indígenas e das populações escravizadas de origem africana, com reflexos ainda nos dias atuais.

O Atlas do Espaço Rural Brasileiro compila os resultados definitivos do Censo Agro 2017, mas também de outras fontes do próprio órgão, como a publicação Regiões de Influência das Cidades (Regic 2018), a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) e a Produção Agrícola Municipal ( PAM), além de informações complementares do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Fonte: Estadão Conteúdo

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