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Embrapa quer intensificar sistemas de ILP no Sul do Brasil

Embrapa Pecuária Sul apresenta proposta para intensificar pecuária e lavouras (ILP) na metade Sul do Rio Grande do Sul; Capacitação de técnicos será primeiro passo

Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul apresentaram, nesta sexta-feira (23/04), em Bagé, uma proposta para intensificar a produção pecuária em sistemas integrados com lavoura, de forma sustentável na metade Sul do RS. O trabalho integra o projeto para desenvolvimento da agropecuária gaúcha, uma parceria entre o sistema Farsul (Farsul, Senar-RS e Casa Rural), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Embrapa, iniciado em 2021, que busca o desenvolvimento da agropecuária gaúcha, a partir da produção agrícola em duas safras e a sincronização entre produção agrícola e pecuária, de modo que o RS volte a crescer, no mínimo, às taxas médias do país em produção de proteína animal.

Em Piquerobi, animais integrados ao plantio de mogno africano – Foto: Fazenda Ribeirão Claro

Durante o evento, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Danilo Sant’Anna, apresentou exemplos de propriedades acompanhadas pela Embrapa que já estão usando essa intensificação sustentável da pecuária, integrando com sucesso as lavouras nos sistemas de produção. “A pecuária traz inúmeros benefícios ao sistema, como a ciclagem de nutrientes, controle de invasoras na lavoura e fixação de carbono, quando o pasto é bem manejado. A pecuária traz uma estabilidade ao sistema”, destaca.

O pesquisador e supervisor do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sul, Daniel Montardo, apresentou a proposta da Unidade para o projeto, a partir da ideia de avançar na intensificação sustentável da pecuária nos sistemas de produção. O objetivo principal é aumentar a capacidade de suporte e produtividade das pastagens, principalmente no período de verão, quando há o cultivo da soja. As ações foram divididas em cinco eixos: rotação de pastos de verão (anuais e perenes) com lavouras de verão; intensificação da produção forrageira dos sistemas pecuários; recuperação de áreas degradadas, principalmente, pelo capim-annoni; conservação de forragens e suplementação estratégica; e planejamento forrageiro para ter pasto todo o ano, em sistemas integrados ou somente pecuários. Nesse contexto, diversas tecnologias já estão disponíveis, como, por exemplo, cultivares forrageiras adaptadas e produtivas, Método Integrado de Recuperação de Pastagens, aprimoramento dos sistemas de ILP e ILPF, e Pasto sobre Pasto, que trata do aumento da diversidade de plantas forrageiras de ciclos de produção diferentes em uma mesma área, entre outras.

Para alcançar os objetivos do projeto para a metade Sul, foi proposto um programa de capacitação continuada de técnicos. Como a integração de atividades pecuárias e agrícolas forma uma abordagem mais sistêmica de produção, são necessárias estratégias diferenciadas para capacitação de técnicos. “É preciso capacitar e depois colocar em prática nas propriedades, entendendo o objetivo dos produtores. A partir da capacitação e aplicação dos ensinamentos poderemos presenciar e vivenciar o uso dessas tecnologias e a integração dessas atividades pecuárias e agrícolas de forma sustentável ao longo do tempo”, disse.

Abertura

Durante a abertura do evento, o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Flores Cardoso, apresentou a estrutura da Unidade e destacou a nova agenda de pesquisa do centro. “Nosso papel é oferecer alimentos saudáveis a partir de sistemas sustentáveis. Nesse território que estamos inseridos, temos nossos parceiros para levarmos nossas tecnologias, nesse contexto de inovação aberta, que é fazer a pesquisa com o produtor. Este novo desafio nos motiva muito e está em total alinhamento com nossa nova agenda de pesquisa. Sempre fomos uma unidade muito voltada somente à pecuária . E no futuro estaremos com foco na pecuária, mas também na integração sustentável com as lavouras”, disse.

O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou a revolução da soja que ocorre na metade Sul, e que é preciso garantir também o espaço para a tradicional pecuária da região. “A pecuária é uma sócia espetacular da lavoura de soja. Agora quando estamos tirando a soja é muito bom, mas depois, outubro, novembro, onde colocamos os animais? Essas são algumas questões que nos motivaram e daí a ideia de chamarmos a Embrapa, para dar resposta a essas questões”, disse.

Reunião virtual e presencial

A reunião ocorreu de forma presencial, reunindo o corpo técnico da Embrapa e da Farsul, seguindo todas as medidas de segurança sanitária devido à pandemia de Covid-19, e também contou com transmissão ao vivo para outros parceiros do projeto.

Visita a campo

Depois da reunião, os participantes da reunião visitaram experimentos na Embrapa Pecuária Sul nas áreas de melhoramento genético de forrageiras, qualidade de sementes forrageiras, Pasto sobre Pasto, controle de invasoras na soja em sistemas de ILP, e recuperação de áreas degradadas com o Mirapasto.

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