Estão a venda as fazendas milionárias do maior traficante do Brasil

Fazendas do maior traficante do Brasil vão a leilão por R$ 8,7 milhões. Propriedades no Mato Grosso pertenciam ao “Cabeça Branca”, preso em 2017.

A Justiça Federal no Paraná autorizou o leilão de duas fazendas do traficante Luiz Carlos da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”. Os imóveis foram a leilão nesta terça-feira (30), mas como não houve nenhum lance, voltam à venda no próximo dia 13, com valores mais baixos.

Cabeça Branca é considerado o maior traficante de drogas da América do Sul. Conhecido como “Pablo Escobar do Brasil”, ele foi preso pela Polícia Federal em julho de 2017 na Operação Spectrum.

Juntas, as duas propriedades, localizadas no norte do Mato Grosso, valem R$ 7 milhões.

Segundo a PF, era o maior fornecedor de drogas das principais facções do Brasil: o PCC e o Comando Vermelho (CV).

O traficante foi preso em Sorriso, no Mato Grosso. Na ocasião, a PF apreendeu R$ 2 milhões em espécie na casa de Cabeça Branca. Ele estava foragido da Justiça há 32 anos e era procurado pela Interpol.

A PF estima que Cabeça Branca acumulou uma fortuna em bens que chegaria a US$ 200 milhões.

Fazenda Estrelinha, também conhecida por Fazenda Por do Sol III — Foto: Divulgação/Topo Leilões
Fazenda Estrelinha, também conhecida por Fazenda Por do Sol III — Foto: Divulgação/Topo Leilões

As fazendas que estão sendo leiloadas ficam em Marcelândia, no norte do Mato Grosso.

A Fazenda Pôr do Sol III tem 596 hectares. São 325 hectares de área aberta utilizada para a produção de grãos e o resto de mata nativa, além de conter um barracão em estrutura metálica com aproximadamente 1.000 m², um barracão em estrutura metálica com aproximadamente 160 m², uma casa em alvenaria, uma casa em construção em alvenaria, e quatro casas de madeira. O valor do lance inicial é de R$ 6 milhões.

Já a Fazenda Jupinda II tem 620 hectares – toda área encontra-se coberta por vegetação nativa e sem benfeitorias. O lance inicial é de R$ 992,9 mil.

O leilão presencial no dia 13 de agosto será realizado em Curitiba. Também é possível dar lances através do site do leiloeiro responsável.

Para onde vai o dinheiro

O dinheiro arrecadado em leilões de bens de traficantes é revertido para o Fundo Nacional Antidrogas (Funad), que financia políticas de prevenção e tratamento antidrogas e repassa verbas para os governos estaduais aplicarem em segurança pública.

A Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça lançou recentemente um painel georreferenciado com os imóveis aptos para leilão. O objetivo é acelerar a venda dos imóveis.

Só em 2019, o Ministério da Justiça já arrecadou R$ 31,2 milhões com leilões de bens de traficantes – valor 80% maior em relação ao mesmo período do ano passado. A meta da Senad é leiloar 20 mil bens em um ano.

Em junho, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória para agilizar a venda de apreensões do tráfico de drogas. O Brasil ainda tem, segundo o MJ, 60 mil bens disponíveis para leilão.

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