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Frigoríficos pagam R$ 280 e “apagão” de boi segue firme

Cenário de curto prazo é definido pela falta de boi gordo e de fêmeas para abate, enquanto a demanda sobe sem trégua, sobretudo a de fora do País.

O mercado futuro do boi gordo aponta uma arroba em torno de R$ 290 no curto prazo (novembro-dezembro), enquanto no mercado físico o seu valor está no patamar de R$ 270, base São Paulo. Entretanto, já tivemos notícias de negócios pontuais na casa de R$ 280,00/@ para a praça de Barretos.

“Os pecuaristas deve ficar atentos ao mercado para aproveitar as boas oportunidades atuais, evitando esperar sempre pelo próximo patamar de alta da arroba”, sugere o analista Hyberville Neto, da Scot Consultoria.

Segundo Neto, o ideal é que o produtor que tenha boiada gorda para vender comece a negociar aos poucos os seus lotes, ou trave os valores de venda (proteção de preço/hedge) no mercado futuro da bolsa de mercadorias B3.

Os preços médios mensais do boi gordo seguem em alta e renovando as máximas reais da série histórica do Cepea. O indicador CEPEA/Esalq, média das praças de São Paulo, fechou a quinta-feira em R$ 269,65/@, à vista.

Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 268,84/@, nesta sexta-feira (23/10), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 251,94/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 258,47/@.

Diante da pressão sobre as suas escalas de abate, nesta semana as indústrias foram mais ativas no mercado, oferecendo valores mais altos pelo gado gordo. A demanda mais forte vem da China, disparado o maior cliente internacional da carne bovina brasileira. O ágio do Boi China está em mais ou menos R$ 8 em relação ao boi comum.

De maneira geral, a oferta de animais terminados segue bastante escassa no País. O encarecimento da ração animal e a irregularidade dos índices pluviais, além avanços expressivos nos preços dos animais de reposição, são os principais fatores responsáveis pela lacuna de oferta de boiada pronta para abater, acrescenta a IHS Markit.

Menor Oferta de Fêmeas

Muitos pecuaristas estão retendo novilhas e vacas em função da estação de monta, fator que eleva o grau de escassez de animais para abater, informa a IHS. Não à toa, os preços das fêmeas vêm disparando nas praças pecuárias, com valorizações, em alguns casos, acima do avanço do boi gordo.

Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nesta parcial de outubro, os pecuaristas paulistas precisam de cerca de 8,9 @ para a compra de um bezerro (entre 8 e 12 meses de idade), contra 8,7 @ em outubro de 2019, ou seja, houve uma redução de 2,5% no poder de compra de recriadores e invernistas.

Considerando-se toda a série histórica, a média da relação de troca é de 7,69 @ por bezerro – a relação atual está quase 16% superior.

Mercado do Atacado segue aquecido

No mercado atacadista, os preços da carne bovina continuam firmes. De acordo com Iglesias, o viés é de altas mais agressivas na primeira quinzena de novembro, com a entrada da massa salarial na economia impulsionando a reposição entre atacado e varejo. As exportações seguem em bom nível desde o início do ano, e devem continuar fortes ao longo do último bimestre, ajudando a enxugar a oferta doméstica de carne bovina.

Com isso, a ponta de agulha seguiu em R$ 14,30 por quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 14,35 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 19,50 o quilo.

“A alta dos preços da carne é resultado da menor oferta de cortes bovinos nas câmaras frigoríficas, uma vez que o ritmo dos abates nas indústrias segue limitado pela baixa disponibilidade de animais terminados”, justifica a consultoria.

O firme fluxo das vendas externas de carne bovina também colabora esse cenário de escassez gerado pelo descompasso entre oferta e demanda.

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