Geadas continuam castigando agro brasileiro; veja previsão

Nova frente fria pode causar geadas no Sul na próxima semana; Danos no milho foram grandes em Dourados (MS) após duas geadas consecutivas

A manhã desta quinta-feira, 22, começou gelada nas áreas do Centro-Sul do país. Apesar de o risco de geada forte nesta semana ter se dissipado, as temperaturas ainda continuam baixas no amanhecer. É justamente essa massa de ar polar que atua na região que inibe a formação de chuvas. Nesta madrugada e na noite da quarta, 21, não houve registro de precipitações no Brasil, assim como a Argentina e o Paraguai tiveram tempo seco.

Enquanto isso, áreas de Mato Grosso seguem com temperaturas altas, comum para esta época de seca. As máximas por lá atingiram 36°C e em Goiás, 33°C, contribuindo para o avanço da colheita do milho.

Danos no milho foram grandes em Dourados (MS) após duas geadas consecutivas

Os danos registrados nas lavouras após duas geadas fortes seguidas, nas madrugadas dos dias 19 e 20 foram significativos em Dourados, no sul de Mato Grosso do Sul. Com a temperatura variando entre 0,5 e 3 graus negativos nesses dois dias, a expectativa é de que a qualidade do milho fique bem comprometida. Quem informa é o departamento técnico da Coperplan.

Conforme o engenheiro-agrônomo Ângelo Ximenes, a região já recebeu cinco geadas neste ano, contando com as registradas no final de junho, e o rendimento médio das lavouras deve ficar ainda aquém dos 2.700 quilos por hectare projetados após a estiagem, que já havia comprometido a safrinha.

Massa de ar polar começa a perder força no Centro-Sul do Brasil

A massa de ar polar começou a perder força no Centro-Sul do Brasil, com temperaturas um pouco mais elevadas nesta quarta-feira se comparadas aos últimos dois dias, segundo informações divulgadas pela Rural Clima.

O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos destaca, porém, que as geadas, foram bastante severas ontem em grande parte das regiões produtoras de milho, café, cana-de-açúçar, laranja e hortaliças nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. “Houve estragos grandes em áreas de café, nos pomares de laranja, em hortaliças foliosas e em grandes culturas, como batata e cenoura”, afirma.

Conforme Santos, devido à presença da massa de ar polar, o tempo deve seguir aberto e sem previsão de chuvas até o final da semana. “Entre o sábado à tarde e à noite, mas principalmente no domingo (25) e segunda feira (26), uma nova frente fria chega ao Brasil e avança no Rio Grande do Sul, provocando chuvas generalizadas no estado, em Santa Catarina, no Paraguai”, comenta.

O agrometeorologista avalia que a frente fria deve provocar chuvas nas regiões produtoras do sul e leste de São Paulo, causar chuvas eventuais no sudoeste e sul de Minas Gerais e em toda faixa leste deste estado, bem como no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. “O sistema também pode trazer pancadas de chuvas, ainda que irregulares, no sul de Mato Grosso do Sul no final da próxima semana”, sinaliza.

Santos informa que o tempo deve seguir seco e aberto no restante do Brasil. “Estados como Rondônia, Mato Grosso, Goiás, o cerrado mineiro, Pará e toda a região do Matopiba devem ter tempo aberto e temperaturas em elevação nos próximos 15 dias”, alerta.

O destaque na semana que vem, além da chuva, é o retorno do frio ao Brasil. Entre os dias 28, 29 e 30 de julho, uma massa de ar polar moderada avançará pelo no sul do Brasil e ocasionará declínio acentuado das temperaturas. O frio ficará mais restrito ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e a metade sul do Paraná. Dificilmente o sistema conseguirá avançar ao norte do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. “Essas regiões terão frio, mas não o suficiente para a ocorrência de novas geadas, em razão da passagem da frente fria na parte central do Brasil, que impedirá o ingresso da massa de ar polar”, ressalta.

Conforme Santos, por enquanto não há previsão de geadas nas áreas de café, cana-de-açúcar e outras culturas no norte Paraná, São Paulo, Minas Gerais e sul de Mato Grosso do Sul para a próxima semana. “O fenômeno deve ficar restrito ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina, à região dos Campos Gerais no Paraná, ao sul e ao leste do Paraguai”, conclui.

Com ajuda da AGResource e Safras & Mercado

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