Intenção de confinamento aumenta 8,8% em Mato Grosso

As principais motivações para o aumento estiveram relacionadas à desvalorização dos preços de alguns insumos e a queda nos preços dos animais de reposição.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima confinar neste ano um total de 704,2 mil cabeças de bovinos, de acordo com o 3º levantamento feito pelo instituto sobre as intenções de confinamento de 2022.

O resultado obtido no levantamento foi 8,81% acima do estimado no 2º levantamento das intenções de confinamento, realizado em julho, quando a previsão era de confinar 647,2 mil animais.

As principais motivações para o aumento estiveram relacionadas à desvalorização dos preços de alguns insumos e a queda observada nos preços dos animais de reposição, que trouxeram boas perspectivas no setor, o que refletiu no acréscimo do rebanho registrado.

Esses dados fazem parte do levantamento realizado pelo Imea, que contou com a participação de 133 propriedades em Mato Grosso. Desse resultado, um total de 60,1% dos entrevistados informou que confinaram em 2022, enquanto aproximadamente 39,8% relataram que não irão realizar o confinamento.

A região oeste foi a que apresentou maior incremento, de 55,2%,no rebanho confinado em relação à última intenção de confinamento, totalizando 121,9 mil animais. A região Médio-Norte, por sua vez, ainda lidera o volume de animais, somando 156,4 mil cabeças.

Já a região Norte se destacou por registrar um recuo de 33,3% no volume de animais confinados, no comparativo com o levantamento anterior, somando 24 mil animais.

Preocupações

Alguns fatores influenciaram os pecuaristas na tomada de decisão sobre o confinamento. Dentre as principais preocupações, os confinadores destacaram a precificação da arroba do boi gordo, que registrou queda nos indicadores de forma mais agressiva do que o previsto pelo mercado para o respectivo ano.

“Mesmo no período de entressafra, em que sazonalmente os preços se ajustam para cima por conta da menor oferta, neste ano o movimento foi contrário e as cotações foram pressionadas ainda mais no período”, diz trecho do levantamento do Imea.

Fatores voltados para a elevada oferta, aliado a demanda interna estagnada, provocaram essa movimentação, uma vez que as fêmeas começaram a ser mais ofertadas e há um maior volume de animais jovens no mercado, enquanto a demanda continuou desaquecida no mercado interno no decorrer do ano.

O segundo ponto levantado pelos entrevistados voltou-se para os receios quanto aos preços dos insumos. Isto porque, apesar de a cotação de um dos principais insumos utilizados na ração, como o milho, ter recuado, ainda sim a arroba se desvalorizou com maior intensidade, diminuindo a margem do confinador.

Outras preocupações estiveram relacionadas às questões climáticas, volume da reposição ofertada e receio de queda nas compras chinesas.

Expectativas

Apesar das preocupações mencionadas, segundo o Imea, espera-se que um maior volume de animais seja entregue em dezembro deste ano, com aproximadamente 14% do volume sendo entregue no respectivo mês, e o mercado futuro já aponta para valorização dos preços neste período.

Esse movimento segue pautado pela expectativa do setor para um reaquecimento da demanda interna com as festividades de final de ano e menor oferta de animais de sistemas extensivos.

Fonte: Ascom IMEA/Acrimat

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