Maximize sua colheita de algodão: guia prático para eliminar sobras agrícolas

O objetivo é diminuir as populações de pragas do algodão, eliminar as fontes de propagação de doenças, durante a entressafra.

A eficaz eliminação dos resíduos da colheita do algodão tem como finalidade atender às normas sanitárias estabelecidas pela legislação adotada nos estados produtores de algodão. O intuito é reduzir as populações de pragas, com destaque para o bicudo, e eliminar as fontes de propagação de doenças, especialmente a ramularia, durante o período de entressafra. Essa abordagem visa, consequentemente, minimizar os danos à plantação na safra subsequente. A solução tecnológica preconizada consiste na recomendação de integrar a destruição mecânica, por meio de equipamentos especialmente desenvolvidos, com a destruição química dos resíduos da cultura do algodão. Isso visa erradicar novos brotos tanto de variedades convencionais quanto de plantas modificadas geneticamente para resistência ao herbicida glifosato.

Na contemporaneidade, dispomos de equipamentos com elevada capacidade operacional, caracterizados por um mínimo revolvimento do solo, permitindo a aplicação dessa técnica em áreas de plantio direto. A destruição mecânica propicia a eliminação da maioria das plantas antes do início do intervalo sanitário, proporcionando um extenso período sem disponibilidade de alimento para pragas e doenças. Apesar da eficiência alcançada por meio da destruição mecânica, que nunca atinge 100%, é imperativo combiná-la com a destruição química utilizando o herbicida 2,4-D para controlar as plantas remanescentes após o processo mecânico.

A conjunção dessas duas técnicas assegura uma maior eficácia no controle dos resíduos da plantação, eliminando focos de proliferação de pragas e doenças. Essa solução tecnológica foi concebida pela Embrapa em colaboração com outras entidades.

algodão
Foto: Divulgação

A seguir, apresentamos algumas orientações para otimizar o cultivo e a colheita de algodão em sua propriedade:

Ajuste do solo para o cultivo de algodão

A acidez característica do solo brasileiro revela uma diversidade físico-química e biológica que varia não apenas entre regiões, mas também de uma propriedade para outra, potencialmente impactando o crescimento do algodoeiro.

Nesse sentido, a tomada de decisão inicial pelo produtor consiste em compreender e corrigir o solo, quando necessário. A análise de amostras torna-se imperativa para identificar as características específicas do solo, determinando se ele é de composição média, argilosa, mal drenada ou compactada.

Essas informações fundamentais orientam a definição das melhores estratégias para preparar a área de plantio. Além disso, fornecem diretrizes sobre os produtos a serem empregados e as quantidades adequadas para corrigir a química do solo, enriquecer com nutrientes e controlar potenciais pragas e plantas daninhas, tudo antes do início da semeadura.

Respeite o espaçamento entre mudas de algodão

Para que cada planta, incluindo o algodoeiro, alcance seu pleno desenvolvimento, é imperativo proporcionar-lhes o espaço adequado. Ao contrário do que alguns agricultores podem supor, a superpopulação não conduz ao aumento da produtividade; ao contrário, ela prejudica o desenvolvimento saudável das plantas.

Na presença de uma densidade excessiva na mesma área, as plantas entram em competição, resultando em disputas por nutrientes e luz solar, o que compromete o crescimento global. Dessa forma, respeitar o espaçamento adequado para o algodoeiro torna-se essencial.

A recomendação geral indica um espaçamento entre fileiras de 0,76 m a 0,90 m. Em cultivos mais densos, com 10 plantas/m², a orientação é reduzir o espaço para 0,45 a 0,50 m. Ao lidar com variedades de porte maior, é aconselhável não ultrapassar o limite de 8 plantas/m².

É relevante enfatizar que, ao optar por cultivos mais densos, é crucial assegurar que o solo seja fértil, e os produtores devem dar preferência a variedades de algodão com porte menor para otimizar a utilização do espaço disponível.

Seleção da época adequada para o plantio do algodão

A determinação da época ideal para o plantio e colheita do algodão no Brasil não segue um padrão fixo. É essencial considerar a distribuição de chuvas em cada região, além das diretrizes de zoneamento. Adicionalmente, a escolha da época pode variar conforme o sistema adotado por cada propriedade.

A prática mais comum envolve o plantio durante a época normal (novembro e dezembro) e na safrinha (janeiro e fevereiro). Na primeira situação, resulta em apenas uma safra anual, porém com plantas que atingem a máxima produtividade. Na segunda, a semeadura ocorre após a colheita da soja.

Planejar meticulosamente o plantio na época escolhida é fundamental. A ausência dessa abordagem estratégica aumenta substancialmente o risco de perda de produtividade, acarretando, consequentemente, em menor retorno para o produtor devido às dificuldades de manejo na lavoura.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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