Polícia vai pra cima e recupera 450 cab de gado roubadas

Utilizando a tecnologia ao seu favor, a polícia vem ajudando no combate ao crime no campo, trazendo maior segurança e rapidez contra os bandidos!

A placa instalada logo na entrada da fazenda do empresário Cesar Leite pode até passar despercebida para muitos, mas ela tem um significado grande para quem vive no campo. Os números grafados nela indicam que a propriedade está cadastrada no sistema de georeferenciamento da Polícia Militar, dentro do programa Patrulha Rural. Isso quer dizer que dados coletados por satélites, GPS, drones e relatórios ficam disponíveis em tempo real dentro de uma plataforma utilizada pela PM para otimizar o trabalho de combate a criminalidade na zona rural do Estado. 

A fazenda de Cesar fica na cidade de Hidrolândia. Nos seus 900 hectares há três mil cabeças de gado em confinamento, além da lavoura de soja e milho. Na propriedade há tratores, máquinas para plantio/colheita e uma intensa atividade de funcionários que trabalham no local. Essas e muitas outras informações sobre a propriedade estão cadastradas no sistema da PM, que permite o monitoramento e tomada ações preventivas contra criminalidade.

“Sempre houve insegurança, até porque os roubos às fazendas sempre são violentos, geralmente cometido por quadrilhas armadas. Mas hoje há uma sensação melhor, porque tem ação preventiva. Esse sistema de georeferenciamento, assim como o monitoramento, nos traz segurança”, avalia Cesar Leite.

A mesma placa que indica que a fazenda de Cesar é monitorada pelo sistema de georeferenciamento da Patrulha Rural, está instalada em outras 30 mil propriedades espalhadas por todas regiões do Estado. As informações reunidas são concentradas no Centro de Comando e Controle Rural. É nesta central que as ocorrências chegam e é de lá que as viaturas recebem  o comando para atendê-las.

“Essa central funciona 24 horas. Assim que recebemos um chamado conseguimos identificar o local por meio do georreferenciamento, e assim encaminhamos a viatura que chega rápido ao local sem perder tempo para localizar a propriedade, pois já é cadastrado no GPS”, explica o subcomandante da Patrulha Rural, major Ygor Klay Morais Leite.

O sistema de monitoramento as propriedades, com base nas informações repassadas pelos produtores, também ajuda em ações preventivas. Exemplo é o cadastramento de todos que moram ou trabalham no local. Isso permite uma abordagem mais assertiva à pessoas que estão nas localidades, mas não tem relação alguma com o lugar.

“Nesse cadastramento, até mesmo a marca oficial do produtor que é colocada no gado, é informada para a PM. Isso dá maior segurança na abordagem de pessoas que estão conduzindo animais por terra ou em veículos”, explica  subcomandante da Patrulha Rural. 

O combate ao roubo de gado é o carro chefe da Patrulha Rural. Em menos de dois anos foram cerca de 120 prisões e 450 cabeças de gado recuperadas.

O combate ao roubo de gado é o carro chefe da Patrulha Rural. Em menos de dois anos foram cerca de 120 prisões e 450 cabeças de gado recuperadas. A redução dos crimes também ocorre nos casos de roubo de máquinas agrícolas e insumos. “Conseguimos reduzir essas modalidades de crime com um trabalho preventivo. Sempre estamos realizando visitas e trabalhando em parceria com o homem do campo”, diz o major Ygor Klay.

O resultado do trabalho da Patrulha Rural foi um dos destaques apontados no evento  que apresentou à comitiva da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) que chegou a Goiás essa semana com objetivo de conhecer os projetos e demandas do Estado no setor.

“Com a nova política de segurança no campo conseguimos reduzir em 42,4% os casos de roubo em propriedade rural”, ressaltou o Secretário Estadual de Segurança Pública (SSP), Rodney Miranda, durante o evento na última terça-feira, 6.

Estatísticas da criminalidade

As estatísticas criminais no Estado foram apresentadas no evento. Além do trabalho da Patrulha Rural, também se destacou a redução da modalidade de crime contra bancos. Goiás está há 17 meses sem registrar nenhum ataque a instituições financeiras – crime que ficou conhecido como novo cangaço.

Os dados apurados pelo Observatório SSP apontam que entre janeiro e setembro deste ano o número de homicídios reduziu em 14,16%. Latrocínios, que é roubo seguido de morte, caíram 27,08% e os registros de lesão corporal seguida de morte tiveram queda de 11,11%. O levantamento também indica queda nos índices do crime roubo, de todos os tipos: de veículos reduziu em 41,41%; de cargas, 41,84%; a transeuntes, 33,66%; em residências, 28,54%; e em comércios, 26,09%. Na zona rural, o número de roubos em propriedades caiu em 42,40%. 

Outro ponto de destaque foi a implantação de uma rede de combate à corrupção, composta pela Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado e pela Delegacia Especial de Combate à Corrupção da Polícia Civil. Esse trabalho conta ainda com a atuação de grupos de perícia especializados. Além disso foi criado o Disque Combate à Corrupção 181. 

Até o momento, foram realizadas mais de 150 operações de combate à corrupção, o que gerou uma expectativa de economia aos cofres do governo estadual de de mais de R$ 1 bilhão, até 2022, já que foram desmanteladas quadrilhas que agiriam por anos desviando recursos públicos.

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