Mercado do boi virou “queda de braço” com preços travados

O volume de animais negociados segue com fluxo extremamente baixo, o motivo é a “queda de braço” entre os players que disputam os preços. Confira!

O mercado físico do boi gordo registrou, pelo segundo dia consecutivo, preços pouco alterados nesta quinta-feira, 04. Segundo os levantamentos, o mercado ainda se depara com várias indústrias frigoríficas ausentes da compra de gado, ainda desfrutando de uma posição confortável em suas escalas de abate, que hoje estão posicionadas entre seis e oito dias úteis em média.

A receita obtida com as exportações de carne bovina in natura em julho é a maior da história. Conforme dados da Secex, o total arrecadado no último mês foi de US$ 1,09 bilhão, altas de 5,15% em relação a junho e de 21,38% frente a julho/21. Quanto ao volume exportado em julho, somou 167,29 mil toneladas, avanços de 9,59% na comparação com junho e de 0,60% em relação a julho de 2021.

A incidência de animais a termo acaba tornando o quadro ainda mais confortável para determinados frigoríficos, com algumas indicações de escala para a semana que se inicia no dia 15/08.

O boi gordo abatido no Estado de São Paulo e direcionado ao mercado interno (sem prêmio-exportação) continua valendo R$ 304/@, enquanto a vaca e a novilha gordas estão cotadas em R$ 280/@ e R$ 297/@, respectivamente, informa a Scot.

Bovinos abatidos mais jovens, com até 30 meses de idade, que são destinados ao mercado da China, também permanecem com preços estáveis, ao redor de R$ 315/@ nas praças paulistas. Segundo o app da Agrobrazil, em Promissão/SP, o valor informado foi de R$ 310,00/@ com pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para o dia 25 de agosto.

Já o Indicador do Boi Gordo do Cepea, os preços voltaram a recuar e, agora, acumulam queda de 8,63% na comparação mensal. Dessa forma, após abrir o mês de agosto valendo R$ 326,65/@ o valor agora tem como referência R$ 297,60/@. Já o preço em dólar, segue no patamar de US$ 57,04/@.

“Com as escalas de abate ainda alongadas, em sua maioria para o final de agosto, grande parte dos frigoríficos estão fora das compras, o que resultou em estabilidade nas cotações da arroba nesta quinta-feira”, relata a Scot Consultoria.

“Mesmo com previsão de boa demanda é possível que não haja espaço para grandes reajustes no decorrer de agosto, com a incidência de algumas negociações acima da referência média para preencher alguma lacuna formada na programação”, diz Iglesias.

Em termos de volume, esse é o segundo melhor mês de julho da história, atrás apenas do registrado em 2020, quando os embarques totalizaram 169,25 mil toneladas. De janeiro a julho de 2022, o volume exportado foi de 1,099 milhão de toneladas, o maior da série da Secex.

Segundo pesquisadores do Cepea, o bom desempenho das exportações brasileiras de carne bovina é reflexo da alta competitividade e da dependência do mercado chinês do produto nacional.

No mercado interno, os preços do boi gordo oscilaram em julho – o Indicador CEPEA/B3 chegou a registrar mínima de R$ 314,75 no dia 1º e máxima de R$ 334,00 no dia 11, diferença de 19,25 Reais/arroba.

No acumulado do mês (entre 30 de junho e 29 de julho), o Indicador avançou 1,70%, encerrando o período a R$ 325,70. A média mensal, por sua vez, foi de R$ 324,41, 2,03% acima da do mês anterior, mas 7,03% abaixo da de julho de 2021, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de junho).

Atacado, segundo a Agrifatto

No atacado o ritmo de vendas segue similar ao da última semana no estado paulista, ainda lento, entretanto, enquanto os demais cortes se mantiveram sem alteração, o preço médio de comercialização do traseiro passou por um reajuste negativo de 4,73% na última quinta-feira.

A respeito da carcaça casada, o boi castrado também passou por reajuste negativo e agora é negociado na média de R$ 19,00/kg, as demais categorias se mantiveram em estabilidade.

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