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Nova geração no campo, o sucesso já começou!

Atraída pela possibilidade de implantar as novas tecnologias na agropecuária, uma nova geração de empreendedores aposta em carreira no campo. E você, apostaria?

É comum o questionamento sobre a presença do jovem no campo, que em alguns casos, não têm o desejo de assumir o negócio da família. Mas em tempos de tecnologia e inovação que invadiram o agronegócio, o cenário tem atraído uma nova geração de empreendedores, com a continuidade do negócio do avô e do pai. É o que ocorre com os irmãos Tiago Costa, 28 anos, e Rafael Costa, 27 anos, que não tiveram dúvidas na decisão de suas carreiras e assumiram, junto com o pai, o comando de confinamento de gado da família.

Além de maior desenvoltura para lidar com as tecnologias e novos investimentos na agropecuária, os jovens investem na formação universitária e nos conhecimentos que trazem das visitas que fazem ao exterior. Tiago e Rafael, por exemplo, concluíram o curso de Zootecnia na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Jaboticabal, há quatro anos. No ano passado, foram para os Estados Unidos em busca de inovações na área da pecuária.

“Todo ano a gente faz uma viagem, normalmente para um estado diferente dos EUA. Lá conhecemos as lavouras de milho, analisamos o que estão fazendo de diferente em termos de pecuária e também visitamos as universidades”, disse Tiago.

Rafael Costa diz que após se formar como zootecnista não encerrou os estudos. Fez pós-graduação em gestão de confinamento, ramo da pecuária de corte. “Eu e meu irmão sempre fomos muito companheiros, dividimos praticamente os mesmos ideais na profissão, e ele também fez o mesmo curso de pós-graduação”.

Os irmãos Tiago e Rafael contam ainda que a continuidade do negócio da família aconteceu de forma natural. Eles nasceram e cresceram acompanhando o pai na fazenda em Novo Horizonte, cidade onde moram até hoje. “Meu pai sempre viveu em torno da pecuária”, lembra Rafael. “Apesar de o meu avô ser dentista, ele também sempre gostou do campo. Tenho um tio que é veterinário, então tudo caminhou para a nossa escolha”, afirmou Tiago.

A pecuária é muito dinâmica, segundo Tiago, ao analisar o cenário atual. “Meu pai conta que antigamente se colocava um boi no pasto e a pessoa ganhava um dinheiro tão bom que conseguia comprar um alqueire de terra”. O pecuarista diz que o agronegócio hoje é mais complexo, com as cotações da arroba do boi em dólar e insumos caros para tratar o gado.

Para Fernando Neme Costa, 54 anos, há muita perspectiva no mercado que ele e os filhos investiram, com o confinamento de gado de corte – principalmente o nelore, totalizando um rebanho de 7,5 mil animais- e a empresa de consultoria em nutrição animal. “É difícil concorrer com a cana-de-açúcar na nossa região ou com a soja, no Mato Grosso, mas se você usar técnicas novas na pecuária a lucratividade acontece”, disse Fernando.

O filho mais novo, Rafael, conta às vezes surgem conflitos de ideias “porque a gente quer implantar novas tecnologias, mas sempre procuramos ouvir a experiência do nosso pai”. O zootecnista contou que dentre as inovações, ele e o irmão instalaram um software para automação do confinamento, para maior controle dos gastos com insumos.

Fernando, que também é engenheiro agrônomo, disse que a sucessão familiar, trazer os herdeiros para o negócio, é um caminho longo. “Vejo muitos produtores rurais reclamando nas mais variadas áreas do agronegócio. As crianças crescem ouvindo que está tudo ruim. Então, como vão querer investir numa carreira que só apontam aspectos negativos?”, questionou Fernando.

Nos passos do avô

Mais de 50% da produção nacional de borracha se concentra na região Noroeste do Estado, com 34 mil hectares de seringueiras e, portanto, é considerada uma das atividades mais promissoras no agronegócio. E foi nesta realidade que Letícia Quirino, 25 anos, cresceu e decidiu seguir os passos do avô.

“Minha escolha foi por aptidão, mas claro que o fato da minha família estar no negócio, tanto na produção de seringueiras como na usina de processamento da borracha, influenciou bastante”, disse Letícia, que escolheu o curso de Engenharia Agronômica e se formou há três anos na Unirp, em Rio Preto.

A família de Letícia está à frente de uma usina de processamento de borracha, em Cedral, com 40 anos de mercado e produção anual de 13 mil quilos do produto. Ela gosta do trabalho no campo e desenvolve uma atividade de gestão e qualificação de mão de obra, como a que faz em uma das propriedades da família, em Bálsamo, com 80 mil pés de seringueiras plantados.

“Acredito muito no trabalho do jovem que está com gás para o trabalho e a heveicultura necessita deste profissional. A técnica de sangria das seringueiras é minuciosa, precisamos de pessoas treinadas para a área”.

Letícia explicou que trabalha em uma empresa de consultoria e ainda desenvolve atividades na Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor). “Coordeno o núcleo jovem da Apabor e vejo o interesse cada vez maior dos jovens estagiários que nos acompanham”.

Pecuarista e youtuber

Na família do pecuarista Carlos Zordan, 29 anos, o comando do agronegócio parecia distante de algum dos três filhos dar continuidade na lida com o sítio de gado de corte e de leite, em Mirassolândia. Mas o conhecimento de Zordan, que se formou em Engenharia de Controle e Automação, com especialização em Produtividade, contribuiu para modificar os conceitos da propriedade rural. “Aprendi na faculdade a dar melhores condições de produtividade, com pouco recurso.”

Carlos conta que o pai, o engenheiro agrônomo Carlos Roberto Geraldo, 67 anos, não estava muito animado para dar continuidade à pecuária. “Alguém tinha que assumir o negócio”. Zordan trabalhava numa indústria quando resolveu investir em vídeos que mostravam o dia a dia do sítio, e dicas para o pequeno produtor.

“Me tornei youtuber, e hoje meu canal é a minha principal atividade”. Ele tem 60 milhões de acessos, com 357 mil inscritos e mais de 400 vídeos no YouTube. Nos vídeos, ele orienta como fazer o confinamento, como alimentar o gado leiteiro e melhorar a produtividade de pequenas propriedades, além de vídeos de entretenimento, para o público de rodeio.

Investimento em estágios

Uma palestra na faculdade fez toda a diferença para Marielli Marques Pedroso, 23 anos, que cursa o último ano de Agronomia na faculdade Unilago, em Rio Preto. O tema da palestra era sobre a produção de seringueira, o que despertou o interesse de Marielli e a levou ao estágio da Apabor.

A família de Marielli não é do ramo do agronegócio, mas os pais têm um comércio no Ceasa de Rio Preto, onde vendem flores e, Marielli também trabalha com eles. “Primeiro, escolhi o curso de Design Gráfico, mas não tive boas experiências na área. Minha mãe então sugeriu que eu fizesse Agronomia, e estou muito feliz com o estágio que faço.”

Aluna de Medicina Veterinária, Raíssa Lavagnini Scarpelin, 23 anos, está no 4º ano do curso e também é estagiária na Apabor. Coordenadas por Letícia Quirino, as três jovens desenvolvem trabalho de gestão em sustentabilidade nas propriedades com seringueiras. Raíssa afirmou que é responsável pelo levantamento da fauna e da flora, no estágio, com ênfase no controle de doenças dos animais.

É que Raíssa trabalha há três anos no Centro de Zoonoses de Rio Preto e vai colaborar, no estágio da Apabor, com os cuidados dos funcionários das propriedades. “Tem uma propriedade rural onde o sangrador possui 18 cachorros, então é preciso um controle com vacinação, entre outros cuidados, com estes animais”.

A coordenadora do curso de Agronomia da Unilago, Ana Luiza Xavier Scomparin, disse que os alunos demonstram muito interesse por tecnologias no campo. “Nas Semanas Acadêmicas, quando convidamos empresas da área , os estudantes sempre ficam interessados em tecnologias como os drones e, em novidades como as de confinamento de gado e de hidroponia de hortaliças”.

Fonte: Diário da Região

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