O ano de ouro da arroba, pra cima pecuária!

Um ano para ficar para história, depois de bater todos os recordes, o mercado do boi tem o ano de ouro da arroba, vamos pra cima pecuária!

O ano de 2019 deve ser lembrado por muito tempo pela pecuária nacional. Segundo pesquisadores do Cepea, depois de atravessarem o primeiro semestre registrando pequenas oscilações, os preços do boi gordo e da carne passaram a subir no início do segundo semestre, sendo alavancados em novembro, quando atingiram recordes reais. Arroba chegou a ser comercializada por R$ 250, é o ano de ouro da arroba!

O ano começou com alguns analistas comentando que o preço da arroba chegaria no máximo a R$ 165, mas ninguém contava com um cenário externo tão promissor para o Brasil. Ainda que as exportações tenham tido um grande papel na alta da arroba, é preciso lembrar que não foi o único fator.

Vamos tentar recordar e verificar alguns dados importantes para relembrar nesse ano de 2019, fatos que garantiram um ajuste no preço do boi, preço esse que já estava defasado a mais de 5 anos. Afinal, estamos falando do ano de ouro da arroba!

A data marcante de todo esse acontecimento começou em agosto, quando as exportações começaram a subir e o mercado interno estava mais aquecido. O impacto negativo na produção de suínos na China, causada pela Peste Suína Africana, trouxe para o mundo uma demanda alta por proteína, tendo o Brasil uma grande oportunidade frente aos seus principais concorrentes.

O bom desempenho das exportações manteve aquecida a demanda doméstica por novos lotes de animais para abate. A oferta, no entanto, seguia limitada. Nesse cenário, os preços da arroba apresentaram movimento de alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Foi em uma quarta-feira, 6, que o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 (São Paulo) fechou a R$ 177,45. Esse é o maior valor nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1994. Em termos reais, no entanto, trata-se do maior patamar desde abril de 2016, quando a média mensal do Indicador foi de R$ 182,00 (valores foram deflacionados pelo IGP-DI) – ressalta-se que o maior patamar real do Indicador, de R$ 190,84, foi registrado em abril de 2015.

Foi então dada a largada para as altas nos preços negociados no mercado do boi gordo, os recordes isolados passaram de R$ 250 a arroba. Confira aqui e relembre esses dados. Arroba é comercializada a R$ 250 em São Paulo!

Fonte: AgroBrazil

Uma coisa era certa, esse preço estava longe de ser a realidade do equilíbrio do mercado. Afinal, se de um lado sobe de outro desce. Com o repasse da alta para o consumidor, o mercado começou a ter dificuldades no escoamento do produto nos atacadistas, e acabou acontecendo o que era esperado, frigoríficos tirando o pé das compras e o produtor segurando o seu boi para forçar uma nova alta.

A arroba estabilizou, ao que tudo indica, no patamar de R$ 200 em São Paulo, apresentando ligeiras variações com o fim de ano e as férias coletivas em algumas indústrias. Mas agora, o que deve acontecer com a arroba em Janeiro?

Qual a previsão da arroba para janeiro? Confira!

Demanda aquecida

Essa disparada nos preços acontece principalmente pela demanda aquecida pela carne bovina brasileira. A China, um dos maiores importadores do nosso produto, passa por um surto de peste suína africana que já dizimou cerca de 40% do plantel de suínos. Com isso, o país asiático tem procurado outros tipos de proteínas.

Outro motivo da alta é a pouca oferta de animais no mercado. Isso acontece porque no passado, muitas vacas foram abatidas. Sem fêmeas, não há bezerros e consequentemente boi gordo no futuro.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta, inclusive, para uma possibilidade de aumento no número de abates de vacas neste momento. Com essa dificuldade de os frigoríficos encontrarem boi gordo disponível no mercado, o pecuarista pode ser estimulado a descartar as fêmeas. O fato pode fazer com que os preços do leite subam já no próximo ano, diz a entidade.

Ressaca da carne em janeiro

Apesar dessa alta, a Scot Consultoria já alertou os pecuaristas que janeiro seria o mês da “ressaca” da carne. Para a empresa, o mês é marcado por grandes despesas ao consumidor, como pagamentos de impostos, de materiais escolares e outros. Isso poderia fazer com que a demanda caísse.

Apesar dessa queda, alguns analistas afirmam que o valor da arroba do animal não deve recuar aos patamares de antes 

Segundo a Scot Consultoria

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