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Os perigos que o javali traz para os animais da fazenda

A espécie é uma grave ameaça à agropecuária, à saúde pública e à biodiversidade brasileira, e essa situação requer que os produtores tomem precauções para lidar com o problema e proteger a lavoura.

Os javalis tornaram-se um problema no Brasil na década de 1990, quando produtores rurais soltaram suas criações no campo. Com uma grande oferta de alimentos e sem predadores naturais para controlar sua população, eles alastraram-se pelo país e hoje representam um grande perigo tanto para a produção quanto para os seres humanos.

A caça liberada não tem se mostrado efetiva — fato observado também por países europeus, que veem a população do porco-selvagem crescer a cada ano —, e a situação requer que os produtores tomem precauções para lidar com o problema e proteger a lavoura. A espécie é uma grave ameaça à agropecuária, à saúde pública e à biodiversidade brasileira.

Afinal, quais são os riscos que o javali oferece aos animais da fazenda e à lavoura? O que fazer para proteger a produção desses perigos? Para esclarecer essas e outras questões, conversamos com Guilherme Vianna, que é mestre em Medicina Veterinária e Gerente de Negócios da Belgo Bekaert Arames. Acompanhe!

Por que o javali pode ser perigoso para a produção?

Guilherme relata que o javali é uma espécie nativa da Europa, que foi introduzida em outras regiões do mundo por volta do século XVI, quando as grandes viagens marítimas intensificaram a rota de comércio. Os cruzamentos realizados com os suínos domésticos e sua rápida distribuição pela natureza originaram a variedade fetal, conhecida como porco-selvagem ou javaporco.

Esse animal figura a lista das 100 piores espécies invasoras da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), devido ao seu alto potencial destruidor e à enorme dificuldade de manejo. Eles encontraram aqui uma grande quantidade de alimentos disponíveis e, sem predadores naturais, reproduzem-se fácil e velozmente.

Não é difícil encontrar propriedades com suas lavouras devastadas e alguns produtores que desistiram de cultivar milho devido aos ataques frequentes dos javalis. Muitos procuram plantar soja — cultura menos visada pelo animal —, mas são impossibilitados de praticar a rotação de cultura (milho na entressafra) por causa dos estragos ao milharal, o que resulta em prejuízos à fertilidade do solo.

Contudo, os danos também são severos para quem cria animais, principalmente suínos. Isso se deve ao fato de que os javalis representam um grave perigo ao status sanitário das fazendas, simplesmente porque são repositórios de bactérias e patógenos, livres na natureza, sem qualquer controle.

Diversas enfermidades já são controladas pelas normas sanitárias em plantéis comerciais, como a febre aftosa e a doença de Aujeszky, mas o contato com animais silvestres aumenta significativamente o risco de contaminação dos rebanhos. Isso é ainda mais drástico para os pequenos produtores, que dependem muito de sua criação. O prejuízo econômico causado pelo javaporco é preocupante tanto quanto as ameaças à integridade dos produtores e de suas famílias. Falaremos mais sobre isso no próximo tópico.

Quais são os perigos que o porco-selvagem oferece ao ser humano?

Os perigos proporcionados pelo javali não se restringem apenas à produção agropecuária. Esses animais são um alerta à saúde pública, além de oferecerem riscos de violência, já que se tornam bastante agressivos quando confrontados e, para se defenderem, atacam.

Há registro de morte, em 2010, de um produtor que foi mordido por um javaporco em meio a uma caçada e não resistiu aos ferimentos. Entretanto, esses casos são raros e, embora todo cuidado seja pouco, a ameaça maior se dá pelas zoonoses.

Segundo Guilherme, entre as principais doenças estão a febre maculosa e a doença de Lyme, ambas causadas por bactérias transmitidas por carrapatos. Os animais silvestres nativos, como a capivara e o cateto, também abrigam os carrapatos, mas, como o contato com os javalis é mais intenso e frequente, a chance de o ser humano pegar essas doenças é maior.

Além disso, assim que um javaporco morre ou é abatido no campo, os carrapatos procuram outro animal para parasitar, ou seja, a caça não resolve esse problema sanitário. A presença dos javalis é, portanto, um perigo para produtores, familiares e qualquer pessoa que trabalhe ou realize atividades de lazer em espaços agroflorestais, já que afetam o status sanitário da região inteira.

Vale comentar, também, que os javalis causam um problema para os animais nativos, que são confundidos com o javaporco, além de perderem espaço e precisarem disputar recursos na natureza. O meio ambiente é severamente alterado pelos porcos-selvagens, que também se alimentam da flora nativa ameaçada de extinção, como as imbuias e as araucárias.

Como manter o javaporco afastado dos outros animais?

Com o número crescente de javalis soltos no país e os graves perigos que representam, é preciso buscar soluções efetivas para proteger a lavoura e o rebanho desses animais. Como você pôde reparar, a caça está longe de resolver o problema, já que o javaporco se reproduz com muita velocidade e continua sendo uma ameaça mesmo depois de abatido.

“As táticas mais eficazes para mantê-los afastados da propriedade estão relacionadas à construção de cerca inteligente somada ao manejo sanitário da fazenda”, explica Guilherme. Cercas prontas fabricadas com arames resistentes, como a Belgo Javaporco®, bloqueiem a passagem de animais de pequeno e médio porte, sendo a solução mais eficiente para garantir a segurança das lavouras e dos plantéis.

Uma alternativa mais em conta que o cercamento convencional é fazer a instalação de uma cerca elétrica. Elas permitem um espaçamento maior entre os mourões, diminuindo o custo com madeira. Ademais, a eletricidade conduzida é suficiente para manter longe os javalis, mas não forte o bastante para machucar os animais silvestres nativos, protegidos por lei.

O javali — também conhecido como javaporco ou porco-selvagem — é um animal com potencial invasor sem precedentes, que causa grandes estragos e prejuízos às atividades agropecuárias, além de ser uma ameaça à saúde pública e à biodiversidade local. Para mitigar os efeitos da sua presença no campo, as cercas inteligentes são a estratégia mais eficaz encontrada pelos produtores.

Fonte: Belgo Bekaert

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