Países vizinhos confirmam casos de gripe aviária e Brasil liga o alerta

Registros da doença em aves silvestres no Uruguai e Argentina, países vizinhos, aumenta a lista de países sulamericanos com registro da doença

Luz amarela nos frigoríficos de frango – Os vizinhos brasileiros Argentina e Uruguai confirmaram nesta última quarta-feira, 15, os primeiros casos de influenza aviária em seu território. A confirmação amplia o número de países da América do Sul com registro da doença e coloca em alerta os produtores brasileiros, maiores exportadores de de produtos avícolas do mundo.

Depois das notificações recentes de influenza aviária na Colômbia, Chile, Peru, Equador e Venezuela, o serviço veterinário federal e os serviços estaduais estão reforçando as orientações aos produtores e profissionais que atuam nas granjas. As agências de Defesa Agropecuária, principalmente dos estados da região Sul, alertam para a necessidade de redobrar a atenção às medidas de prevenção e biossegurança das granjas.

Segundo o Brazil Journal, a indústria frigorífica que processa boa parte do frango brasileiro acenderam a luz amarela depois que o primeiro caso de influenza aviária foi confirmado no Uruguai. Protocolos sanitários foram acionados e todo o setor entrou em alerta diante da proximidade de uma doença que nunca foi registrada no País.

galinha em galpao - foco da cabeca
Foto: Arrepia Produção Audio Visual

O caso identificado no Uruguai traz uma preocupação adicional pela proximidade com a região Sul do Brasil. Juntos, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondem por 65% de toda a produção nacional de frango e detêm 85% das exportações brasileiras.

Fontes das indústrias demonstram certa tranquilidade até o momento. Um executivo sênior disse ao Brazil Journal que há mais de 20 anos o Brasil adota ações de prevenção e que os planos de contingência são atualizados constantemente, incluindo simulações para casos de detecção da doença.

Mesmo assim, as indústrias decidiram hoje ajustar seus procedimentos, proibindo visitas às unidades produtivas e reforçando o controle sobre o fluxo de aves e rações.

Por enquanto, o caso uruguaio é considerado isolado. A influenza foi detectada em uma ave selvagem – um ganso – o que ainda permite que o comércio e exportação ainda sejam mantidos. Contudo, barreiras sanitárias costumam ser imediatamente impostas em casos de surto, tanto no mercado interno quanto externo.

No ano passado, um surto de influenza atingiu a produção de perus dos Estados Unidos, espalhando-se por 46 estados. Cerca de 50 milhões de aves foram abatidas.

Nos últimos meses, o Paraná, maior produtor de carne de frango do país, está em alerta máximo na prevenção da doença de alta patogenicidade. Medidas de biosseguridade ajudam a evitar que as aves entrem em contato com algo que possa transportar o vírus. Os produtores precisam atentar-se à desinfecção de veículos na entrada e saída da granja, restrição de acesso de pessoas alheias ao estabelecimento, impedir contato de aves de vida livre às aves da granja, uso de roupas exclusivas para manejo da granja e registros sanitários em dia.

O efeito econômico da detecção da doença no Brasil poderia ser desastroso. O país é o maior exportador de carne de frango do mundo e responde por 34% do comércio internacional. Além disso, é o segundo maior produtor global, com 14,2 milhões de toneladas no ano passado – atrás apenas dos Estados Unidos, com 21 milhões de toneladas.

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