
Mesmo com novos recordes do Indicador do boi gordo, preço real segue abaixo do ano passado. Veja os dados na matéria abaixo, preço da arroba sobe, mas a margem é pequena!
Embora o indicador do boi gordo Esalq/B3 tenha atingido valores nominais recordes nas últimas duas semanas, essa reação “não merece tanta comemoração assim”. Pelo menos essa é a opinião do médico veterinário Leandro Bovo, sócio-diretor da Radar Investimentos, de São Paulo.
“Comparar valores nominais num país com inflação alta igual ao Brasil não faz sentido econômico”, sentencia Bovo, acrescentando que o correto seria comparar “valores reais”, ou seja, deflacionados pelo período em questão.
Nesse sentido, em artigo publicado pela Scot Consultoria (de Bebedouro, SP), o analista compara o valor nominal recorde do Indicador boi gordo atingido na semana passada (em 17/9, de R$ 160,40/@) – na última segunda-feira, esse índice atingiu um novo preço histórico, de R$ 160,60 – ao valor recorde anterior, de 4/4/2016, de R$ 159,49/@.
Corrigido pela inflação oficial do período, calcula Bovo, o preço de R$ 159,49/@ representaria um valor real de R$ 184,92/@, ou seja, bem acima dos R$ 160/@ atuais.
“Essa diferença ilustra bem o achatamento de margens vivido pela pecuária nos últimos anos, com custos em alta, porém, com o preço da arroba bem próximo da estabilidade”, enfatiza Bovo.
No entanto, continua o analista, muitos acreditam que o mercado pecuário esteja “no início de um período de correção” e, reforça ele, “o movimento de preços da curva futura está mesmo indo nessa direção, com o contrato de maio/20, por exemplo, negociando ao redor de R$168/@, ou quase 10% acima do preço de maio/19”.
- Brasil e Costa Rica fortalecem cooperação agrícola e ampliam comércio bilateral
- Anec vê mais soja e menos milho do Brasil na exportação este mês; agosto abaixo do esperado
- União Europeia reconhece o Brasil como livre de gripe aviária
- Cade dá 30 dias para Gol e Azul detalharem acordo de cooperação
- Exportações em agosto caem 18,5% para os EUA e crescem 29,9% para a China
“Essa alta da curva de preços para 2020 é muito bem-vinda, porém, ela ainda é inferior ao que a reposição tem subido nos últimos meses com o movimento ganhando força nas últimas semanas”, pondera.
Em seu artigo, Bovo sugere que, diante do histórico inflacionário, seria de bom senso aguardar para comemorar novas máximas históricas da arroba quando os preços nominais superarem a “casa dos R$ 185″/@.
Fonte: Portal DBO