Chineses voltam às compras; Veja o impacto para o Brasil

“Retomada das exportações de carne para a China é a melhor notícia do final de ano para a pecuária brasileira”, afirmação é do Nelore do Brasil

Depois de mais de três meses de espera a grande notícia chegou. O embargo chinês a carne brasileira caiu e as exportações de carne bovina do Brasil para o dragão vermelho serão totalmente retomadas. Há estimativas que o país deixou de exportar, pelo menos, 200 mil toneladas de proteína vermelha, em valores monetários o prejuízo pode ser avaliado em quase US$ 1 bilhão.

Os embarques para o país asiático estavam suspensos desde o dia 4 de setembro, quando o Brasil identificou e comunicou dois casos atípicos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), registrados em Nova Canaã do Norte (MT) e em Belo Horizonte (MG).

Em comunicado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou sobre a liberação das exportações de carne bovina para a China. Com isso, a certificação e o embarque da proteína animal para a China serão normalizados e podem ser retomados a partir de hoje.

“Retomamos o fluxo normal de exportações para a China. Tivemos uma negociação bastante técnica com uma série de trocas de informações e reuniões com a equipe da autoridade sanitária chinesa. Nós já tínhamos concluído o envio das últimas informações pelo nosso canal via embaixada em Pequim há cerca de um mês, então já esperávamos que houvesse uma solução desta solução. Desta forma, o país asiático passa a aceitar novamente os lotes de carnes brasileiras certificadas a partir desta quarta-feira. É uma boa notícia para o setor, já que se trata do principal destino de importação de carne bovina brasileira”, explicou o secretário Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.

O fim do embargo representa um alívio para os pecuaristas, pois a demanda crescente dos chineses foi determinante para o investimento de muitos produtores brasileiros. Assim, seriam crescentes e significativos os prejuízos para o setor com a manutenção do embargo. Sua adoção foi responsável por acentuar a queda no preço dos animais de abate, considerando que o ambiente de especulação ganhou força e pressionou bastante os pecuaristas. Para que se tenha uma ideia do impacto, o preço da arroba do boi, por conta da suspensão das vendas, alcançou o patamar de R$ 265,00.

Quem também comemorou a retomada da China foi a Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). “Esta notícia é muito bem-vinda para encerrar o ano. A China é o maior comprador da nossa carne e a retomada dos embarques é excelente para todos os elos da cadeia produtiva, especialmente para os pecuaristas, que certamente receberão mais pelo gado – especialmente os animais prontos para abate com até 30 meses de idade, exigência chinesa”, assinala Nabih Amin El Aouar, presidente da ACNB.

“A decisão de volta das exportações para a China também é muito positiva para a raça Nelore, que representa 80% do plantel brasileiro e mais de 90% das exportações de carne”, complementa Nabih.

Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, o Brasil forneceu todas as informações solicitadas pelas autoridades chinesas. “Eles ficaram satisfeitos com o nível de informações fornecidas pelo Mapa. Nossa equipe aqui teve contato com as autoridades chinesas quase que diariamente. Quando as informações técnicas satisfizeram as autoridades chinesas, eles reabriram o mercado”, explicou.

Na Bolsa de Valores Brasileira, onde o mercado futuro da arroba do boi gordo é negociada, as cotações estão subindo quase 4%. Contratos futuros já estão sendo negociados a R$ 334,00.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM