Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?

Picanha do Mito de R$ 1.799/kg foi um presente!

Entre os diferenciais da carne Wagyu, estão marmoreio (gordura entremeada), produção mais demorada e oferta limitada. Preço alto!

Uma picanha bovina que custa R $ 1.799 o quilo viralizou nesta semana após um post nas redes sociais indicar que ela esteve entre os cortes assados ​​em um churrasco para o presidente Jair Bolsonaro. Mas, afinal, de onde vem essa carne e por que é tão cara?

A notícia saiu em primeira mão aqui no Compre Rural e recebeu milhares de visualizações e comentários de apoiadores e pessoas contra ao Presidente. A informação que temos é que a carne foi o presente que o “Mito” recebeu, como homenagem a sua pessoa. Entenda os detalhes abaixo!

Aguardamos o assador Churrasco do Tche, que aparece segurando a carne na foto na foto com o Bolsonaro, e o Frigorífico Goiás, que forneceu a picanha, mas ambos não retornaram até a publicação desta reportagem.

O marmoreio (gordura entremeada) da carne e publicações no próprio perfil do frigorífico no Instagram, entretanto, apontam que o pedaço servido ao presidente é um corte de picanha wagyu, raça de origem japonesa considerada a mais saborosa e cara do mundo.

A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu (ABCWagyu) observa que, para a carne ser chamada e vendida como wagyu no Brasil, ainda que importada, precisa de certificação. E, conforme a entidade, o Frigorífico Goiás não está habilitado nem certificado para comercialização no país.

“A certificação é uma ferramenta imprescindível tanto para consumidores quanto para criadores, garantindo que é uma carne diferenciada em relação ao marmoreio e sabor. O wagyu tem propriedades nutricionais diferentes das demais carnes, já que seu marmoreio é rico em gordura insaturada, ou seja, a ‘boa gordura’ também encontrada no azeite e peixes, além de ser muito rico em ómega 3 e 6 ”, explica a diretora de marketing da ABCWagyu e criadora da raça, Tatiana Caruso.

Presidente Jair Bolsonaro comendo churrasco na picanha custava R $ 1,8 mil o quilo (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Apesar do burburinho com o alto preço da carne, Tatiana garante que não é preciso o consumidor desembolsar quase dois recompensas para ter uma experiência de comer um wagyu. Ainda que mais caro em comparação à carne comum , é possível comprar um corte menos nobre para provar, diz ela: o filé de patinho, que sai por cerca de R $ 130 o quilo.

“Você pode ter a sensação de experimentar um wagyu de um coxão mole, por exemplo. Fica muito mais acessível. Não precisa ser uma picanha ”, explica.

Qualidade

A nobreza e valorização desse produto não é chamado marmoreio, nome dado ao aspecto de carne bovina com gordura intramuscular. Segundo a ABCWagyu, quanto maior o nível de marmoreio, maior é a remuneração pela carne, que pode chegar a 2,5 vezes o valor da arroba de uma carne comum.

Para conquistar um marmoreio de alta qualidade, o gado wagyu precisa ficar de 8 a 12 meses na terminação em confinamento, o que encarece o custo total de produção. Um animal da raça nelore, por exemplo, fica de 30 a 90 dias na terminação, em média.

O custo de produção de um wagyu depende muito do perfil do criador ou se ele faz o ciclo completo ou compra os animais, mas varia em torno de R $ 8 mil a R $ 12 mil por animal. A fase da terminação – essencial para o marmoreio – representa cerca de 50% do valor total da produção.

Produção limitada

O primeiro abate de wagyu certificado no Brasil ocorreu em 2016. Em 2020, mesmo com uma crise provocada pela pandemia de Covid-19, uma associação garantia de que não houve impacto nos abates e na comercialização da carne no Brasil.

Estima-se que o rebanho brasileiro de animais puros e cruzados cruzados (raças Wagyu Koruge e Wagyu Akaushi) gire em torno de 5 mil cabeças. São Paulo é o principal produtor, respondendo por quase metade da produção nacional, mas existem criadores associados em todas as regiões do país.

Atualmente, no Brasil, há 11 fornecedores (indústrias) de wagyu certificado e 35 criadores associados, embora tenham criadores certificados que não pertençam à associação.

O Brasil ainda não exporta carne de wagyu por falta de escala, segundo a diretora de marketing da ABCWagyu, mas tem um potencial gigantesco para a produção e ser competitiva em relação aos principais produtores e exportadores mundiais – Japão e Austrália.

“A gente tem a diferença de câmbio e os custos de produção no Brasil, que, apesar de terem subido muito, ainda são mais baratos desde a mão de obra, então a gente acaba tendo uma vantagem. Outro ponto é que a Austrália enfrenta secas muito severas e isso afeta muito o custo, o que acaba nos favorecendo. Temos projetos exportados, mas ainda não temos volume para atender ao mercado internacional, que é bem grande especialmente no Oriente Médio e nos Estados Unidos ”, saliente a criadora.

Com uma rentabilidade tão alta, não é necessário ser um grande produtor. Tatiana ressalta que o wagyu é viável para pequenos produtores como ela, que tem um rebanho de 30 cabeças. “Não exige que se faça a terminação, mas temos exemplos de outros pequenos criadores fazendo o ciclo completo. O produtor não precisa se restringir apenas à cria. Pode terceirizar o abate e certificar a carne “, afirma.

O preço de um bezerro destinado à genética começa a partir de R $ 15 mil. Quanto ao gado de abate em geral, os machos devem ser castrados (influencia diretamente no desenvolvimento do marmoreio) e, dependente da idade do animal, o valor da arroba chega a ser de 40% a 200% mais caro do que a de um bezerro de raça comum.

Com informações do Globo Rural

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM