Por que o Sul concentra os maiores frigoríficos de suínos?

Em um testemunho real da possibilidade de equilibrar tradição e inovação, a região Sul garante um setor suinocultor robusto e sustentável, com os maiores frigoríficos suínos do país; conheça um pouco melhor da suinocultura na região sulista

A suinocultura nos estados do Sul do Brasil representa não apenas uma tradição cultural enraizada desde os tempos dos colonizadores europeus, mas também um setor de grande relevância econômica nacional. Com ênfase especial para o Paraná, onde está o maior frigorífico da América Latina, desempenhando um papel crucial nas exportações de proteína animal e na consolidação do Brasil como um grande produtor global de carne suína.

Este artigo explora a interseção entre tradição e modernização, destacando como a suinocultura nos estados do Sul se tornou uma referência, não apenas mantendo práticas ancestrais, mas também integrando inovações tecnológicas para impulsionar o desenvolvimento sustentável. Além disso, abordaremos o impacto social positivo, evidenciando como a criação de suínos contribui para o crescimento econômico local, gerando empregos e conectando o meio rural ao urbano.

Tradição e modernização: Passo crucial em direção à referência no setor

As técnicas tradicionais herdadas dos europeus desempenham um papel essencial na construção do sólido alicerce que transformou a região em uma referência na criação de suínos. Essas práticas foram passadas de geração em geração, enraizando-se nas comunidades locais e tornando-se parte integral da identidade cultural.

frigoríficos de suínos
Foto: Albari Rosa

A atenção aos detalhes na seleção de raças, manejo alimentar e sistemas de criação reflete a sabedoria acumulada ao longo do tempo. As técnicas tradicionais abrangem desde a escolha criteriosa de animais adaptados ao clima e solo locais até métodos de reprodução que respeitam o ciclo natural dos suínos. Essa abordagem centenária proporcionou uma base sólida para a sustentabilidade e a resistência dos rebanhos, contribuindo para a reputação de qualidade da carne suína produzida na região.

Ao mesmo tempo, as técnicas herdadas foram habilmente integradas com inovações modernas. A introdução de avanços tecnológicos, como sistemas de monitoramento de saúde, genética aprimorada e práticas sustentáveis, permitiu uma evolução contínua na eficiência e na produção. A colaboração entre produtores e instituições de pesquisa desempenhou um papel crucial nesse processo, proporcionando um ambiente propício para a adaptação e implementação de técnicas mais avançadas.

Essa síntese entre o conhecimento tradicional e a modernização não apenas preservou a autenticidade das práticas suinocultoras nos estados do Sul, mas também impulsionou a região para o cenário global, tornando-a uma referência na produção suína. A herança é, portanto, um testemunho da capacidade única dessa região em equilibrar a tradição com a inovação, garantindo um setor suinocultor robusto e sustentável.

Suinocultura e sua importância econômica local

A suinocultura emerge como um catalisador indispensável para o crescimento econômico local, exercendo impactos positivos em diversas esferas. Essa atividade agropecuária não apenas gera empregabilidade direta e indireta, mas também promove o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais, solidificando-se como um motor crucial da economia regional.

A geração de empregos no setor estende-se desde as atividades diretamente relacionadas, como cuidado com os animais, manejo e operação dos frigoríficos, até setores correlacionados, como transporte, logística e serviços de suporte. Essa ampla rede não apenas fortalece a estabilidade financeira das famílias envolvidas na criação de suínos, mas também estimula a formação de uma força de trabalho capacitada e especializada.

Foto: Divulgação

Além disso, a suinocultura impulsiona a demanda por insumos e serviços locais, criando um ciclo econômico positivo. Os produtores necessitam de alimentos balanceados, veterinários, equipamentos e infraestrutura, incentivando o surgimento de negócios locais que atendam a essas demandas específicas. Esse ecossistema econômico contribui para a diversificação da economia local e para a redução da dependência de setores mais voláteis.

A valorização da carne suína produzida na região também tem impactos econômicos significativos. A comercialização local e global da proteína dos estados sulistas fortalece a posição da região nos mercados, gerando receitas que reverberam na economia local. A expansão das exportações impulsiona a entrada de divisas, estimula investimentos em infraestrutura e serviços públicos, e proporciona uma alavanca para o desenvolvimento econômico sustentável.

Assim, fica evidente que a criação de suínos não é apenas uma atividade agropecuária, mas um agente transformador que impulsiona o crescimento econômico local nos estados do Sul do país e de forma nacional também. A sinergia entre a tradição, modernização e impacto econômico solidifica a suinocultura como um pilar vital para o presente e o futuro próspero dessa região.

Maior frigorífico da América Latina

Em 2017, a Cooperativa Central Frimesa, localizada em Assis Chateaubriand (PR), anunciou a construção do maior frigorífico da América Latina destinado à suinocultura. O megacomplexo agroindustrial transformou significativamente a capacidade de abate na região. Atualmente, a capacidade de abate está em 8,3 mil suínos por dia, mas com a conclusão do projeto, a expectativa é triplicar esse número, totalizando 23,3 mil cabeças por dia.

frigoríficos de suínos
Foto: Frimesa

O diretor executivo da Frimesa, Elias José Zydek, destaca que a escolha estratégica de Assis Chateaubriand como localização do frigorífico facilita o acesso à água para captação e escoamento, além de otimizar o deslocamento da produção dos produtores das cooperativas filiadas. Com investimentos que ultrapassam os R$ 3,2 bilhões e um terreno de 148.000m², as obras iniciaram em outubro de 2017.

O projeto é dividido em estágios, sendo que a projeção inicial para o primeiro estágio (2023-2025) é uma capacidade de abate de 3,7 mil cabeças por dia, aumentando progressivamente nos estágios subsequentes. A expectativa é que o frigorífico da Frimesa contribua significativamente para o fomento da suinocultura na região oeste do Paraná, gerando oportunidades de crescimento para os produtores e impulsionando avanços tecnológicos e sanitários na cadeia produtiva. Em uma década, a previsão é que o abate triplique, proporcionando mais segurança aos consumidores e diversificando a renda nas propriedades.

Conclusão

A trajetória da suinocultura nos estados sulistas, especialmente com a iminente inauguração do maior frigorífico da América Latina pela Cooperativa Central Frimesa, destaca-se como um testemunho eloquente da habilidade da região em integrar tradição e modernização de maneira exemplar. Essa fusão equilibrada não apenas preserva as ricas práticas culturais trazidas pelos colonizadores europeus, mas também impulsiona a indústria suína para novos patamares de eficiência, competitividade e sustentabilidade.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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