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Por que você deve saber sobre segurança alimentar?

Artigo reune todos os fatores importantes sobre o assunto “segurança alimentar”; veja como o Brasil tornou-se protagonista e poderá alimentar bilhões de pessoas em todo o mundo

Por Carlos J P Gomes* –– Num contexto de metade da população global passando fome ou se alimentando de forma insuficiente, segurança alimentar é, depois do clima, a segunda agenda mais importante da ONU. O Brasil reúne os cinco fatores necessários para resolver este problema. E a pecuária é uma das poucas atividades em que um único investimento resolve os dois desafios: aumentar o lucro e reduzir a pegada carbônica. Essa rara condição é o que vai selecionar o grande pecuarista das próximas duas décadas: aquele que tomar decisões certas, agora.

Você sabe por que se usa a expressão “segurança alimentar”?

Porque a falta de alimentos não apenas é a forma mais fácil de derrubar um governo ou conquistar um país, como já ocorreu, tendo sido a causa da queda de impérios, como Roma e os Maias. A fome sempre vem associada a outros fatores, como doenças que assolam populações desnutridas e é resultado de guerras e catástrofes climáticas, que reduzem os meios de produção, ou de dificuldade de acesso à comida, causada por problemas na distribuição de renda.

De fato, a pouca conhecida Grande Fome (1876-1879), que devastou o Terceiro Mundo, foi causada por uma seca prolongada e por restrições de acesso (preços), causando a morte de mais de 30 milhões de pessoas no mundo, o equivalente a mais de três vezes a população do Brasil em 1872 (primeiro censo oficial). Só no Brasil foram mais de 500 mil mortes, além de ter sido o gatilho para a Guerra de Canudos, no nordeste brasileiro. E foi a forma que os grandes países da época encontraram para conquistar novas colônias, no último grande movimento de expansão colonialista.

Você certamente deve estar se perguntando se isso poderia acontecer novamente? E a resposta, infelizmente, é sim. De fato, a FAO (órgão, da ONU, responsável pelas questões de agricultura e alimentação) estima que, no mundo, atualmente, cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome, diariamente, e 3 bilhões não têm acesso a uma dieta plena, ou seja, metade da população mundial está sob risco alimentar. E a mesma FAO estima que, até 2050, a produção mundial de alimentos precisará aumentar em 70%, para resolver esse quadro. Por isso, o “Fome Zero” é o segundo item na Agenda Global 2030 de Desenvolvimento Sustentável (ONU).

Brasil e a decisão de ser protagonista na segurança alimentar!

É aí que aquela famosa expressão, “Brasil, país do futuro”, tem todas as chances de se materializar. A expansão da produção agropecuária se dá em função de cinco fatores diretos: (i) disponibilidade de terras, (ii) disponibilidade de água, (iii) tecnologia para aumento de produtividade, (iv) infraestrutura de distribuição e (v) ambiente institucional-jurídico que promova o desenvolvimento.

O Brasil é, no mundo, o país com maior extensão de terras para produção agropecuária (i), com capacidade de irrigação (ii) e um ambiente institucional-jurídico favorável (v). Sabe onde estão nossos desafios? Nos outros dois fatores, (iii) tecnologia para aumento de produtividade e (iv) infraestrutura de distribuição.

Segundo estimativas da ONU, cerca de 17% da produção mundial de alimentos se perde, ao longo da cadeia, por problemas de colheita, armazenagem, transporte, distribuição e consumo (a maior parte dessas perdas ocorre na ponta final, na casa do consumidor, por fatores diversos que vão desde a aquisição de alimentos já degradados até problemas na conservação e preparo).

O Brasil tem importantes lições de casa a fazer, no plano governamental, no tocante ao item da infraestrutura de distribuição. A própria ONU acrescenta que não apenas para o combate à fome, mas também parte do esforço para a redução das emissões de gases de efeito-estufa passa pela redução drástica deste desperdício.

Pecuarista, as suas decisões impactam na segurança alimentar!

Mas, se o governo é responsável por isso, onde entra o produtor, em especial, o pecuarista? Justamente no item mais importante, o do uso de tecnologia para aumento de produtividade. Conquanto o governo tenha o papel de criar mecanismos de apoio (pesquisa) e transferência (investimento) para o produtor, a decisão final é do principal ator nesse processo, o produtor!

E eu, como produtor, como desenvolvo essa agenda? Sendo o elemento promotor do crescimento da produção, para atingir aquele objetivo de produzir 70% a mais de alimentos. E o ponto de partida é a palavra “sustentável”, usada pela ONU para definir o elemento mais importante da Agenda Global 2030. Da mesma forma, para o pecuarista, essa agenda deve ser sustentável. E o termo “sustentável” ganha, para o pecuarista, duas conotações diferentes e igualmente importantes: a econômica e a do meio-ambiente.

Do ponto de vista econômico, a sustentabilidade se traduz em crescer de forma lucrativa, o que passa pelas decisões que o pecuarista toma. A primeira decisão é sobre que tecnologias usar e a resposta passa por uma análise do valor que aquela tecnologia adiciona, ponderado pela probabilidade de o pecuarista capturar aquele valor. A segunda decisão passa por escolher e usar tecnologias que lhe dê decisões acuradas e o “acuradas” é resultado do uso de mecanismos para reduzir incertezas e riscos. A gente reduz incertezas sempre que se baseia em ciência, em algoritmos ou conhecimento comprovados. E reduz riscos sempre que consegue medir os impactos destes, através daqueles algoritmos e, a partir daí, tomar decisões mais conscientes.

Do ponto de vista do meio-ambiente, a sustentabilidade advém de dois fatores: (i) produzir mais com menos – de forma leiga, o significado de produtividade e (ii) produzir mais emitindo menos gases efeito-estufa – de forma leiga, uma menor pegada carbônica. Conquanto tenhamos o privilégio de ter tamanha extensão de terras e disponibilidade de água em um clima tropical, não apenas estes recursos são finitos como serão demandados por outras atividades agropecuárias. Por ex., a ONU estima a necessidade de 35 milhões de hectares para a produção de biocombustíveis (reduzindo a pegada carbônica de uma matriz energética baseada em combustíveis fósseis). Isso sem falar nos milhões de hectares necessários para produzir mais milho, soja, arroz etc.

A grande notícia, para o pecuarista, é que a pecuária é uma dentre poucas atividades, senão a única, em que uma produção mais sustentável, econômica e ambientalmente, decorre dos mesmos fatores.

Normalmente, um produto ambientalmente mais sustentável é mais caro, porque mais tecnologia precisa ser usada sem que necessariamente concorra para aumentar a produtividade. Isso não ocorre com a pecuária. O mesmo investimento que aumenta significativamente a produtividade pecuária, reduz, significativamente, a pegada ambiental. Por ex., o uso de pasto adubado e corretamente manejado (intensidade de pastejo, sob os preceitos do Prof. Dr. Moacyr Corsi) passando de 1 UA/ha para algo entre 2 a 4 UA/ha (não considerando sistemas ainda mais intensivos), reduz a pegada carbônica em 30% (de 19.88 para 14.11 kg CO2E/ 1 kg de ganho de peso). Se considerarmos sistemas mais intensivos, como, por ex., terminação em confinamento, a pegada reduz-se em 38%, muito perto da meta de 43% de redução de emissões do Brasil. Sob este cenário, sem considerar importação de matrizes, o Brasil consegue, até 2040, triplicar a atual produção de carne numa área equivalente à atual.

Com isto, a primeira grande decisão, pelo pecuarista, está resolvida. Não existe uma relação de compromisso em que a escolha de um (por ex., melhorar a pegada) torne o outro pior (por ex, diminuindo o lucro). Ao contrário, a melhora de um, qualquer que seja, trará o outro a reboque. Mais lucro e mais sustentabilidade ambiental, numa mesma decisão, o sonho de qualquer produtor.

A segunda decisão é o que sistemas especialistas, como BovExo, entregam ao pecuarista: melhores decisões. Decisões que foram calculadas por algoritmos, baseados em modelos científicos, resultando em cenários, com riscos e resultados mensurados e mecanismos para que, a cada alteração das premissas (por ex., variações no preço da arroba, nos custos internos, no ganho de peso dos animais etc.), essas decisões possam ser revistas e realinhadas ao contexto.

Então pecuarista o que está esperando para contribuir para a segurança alimentar do Brasil e do mundo, através de boas tomadas de decisões?

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Artigo escrito por Carlos J P Gomes, MBA Admin. (USP), Co-fundador & CTO BovExo

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