Presa maior quadrilha de roubo de gado do país, vídeo!

Segundo a polícia, eles davam aparência legal ao rebanho por meio do uso de guias originais, que eram cedidas por pecuaristas. Operação prendeu oito suspeitos de fazer parte do esquema!

O grupo de furto e roubo de gado que é considerado pela Polícia Civil como o maior a atuar em Goiás vendia os animais até em leilões. Segundo as investigações, eles conseguiam Guias de Transporte Animal (GTA) verdadeiras com produtores rurais e, assim, davam aparência legal ao rebanho.

Ao serem apresentados à imprensa, nesta segunda-feira (14), Renê Ferreira dos Santos, Sinomar Moreira dos Reis Júnior, Eleosmar Almeida Rocha, Welington de Sá Alves Teixeira e Vitor Manoel da Silva ficaram em silêncio. Além deles, outros três suspeitos estão presos no interior de Goiás. A Polícia Civil não soube informar se eles têm advogados.

“Em alguns casos, o cara tinha comprado o gado em leilão por R$ 200 mil, tem nota fiscal, tem tudo. Mas, antes de ser leiloado, o gado tinha sido roubado ou furtado”, disse o delegado Pedromar Augusto de Souza.

Como três dos presos encontram-se recolhidos em cadeias do interior, apenas cinco deles foram apresentados hoje à imprensa.

A GTA, conforme explicou o próprio delegado, é um documento exigido para o transporte de qualquer animal e quem tem acesso a essas guias são pecuaristas registrados. Assim, os produtores devem ser investigados.

“A organização usava nome de produtores rurais que ‘legalizavam’ os animais fornecendo essas GTAs. Pode até ser que recebiam para isso. No final, colocando no leilão, não deixava de ser uma lavagem de dinheiro, porque dava origem lícita ao que era roubado”, explicou o delegado.

Segundo Pedromar, a investigação começou em junho e, ao que tudo indica, o grupo atuou entre abril e junho. De acordo com o delegado, de cerca de 500 cabeças roubadas ou furtadas pelos criminosos, 220 foram recuperaras e devolvidas aos proprietários.

Quadrilha furtou e roubou cerca de 500 cabeças de gado. Polícia Civil diz que prejuízo chega a R$ 1 milhão (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

“Eles são considerados os maiores do estado tanto em número de membros quanto de crimes. Foram em seis propriedades”, completou o delegado.

Conforme as investigações, os criminosos levavam o gado das fazendas das vítimas até uma propriedade no sudoeste do estado, onde ficavam por alguns dias. Nesse período, alguns animais recebiam marcas novas, tudo para confundir e despistar a real origem.

O grupo, segundo o delegado, levava cerca de 40 animais em caminhões onde onde caberiam 20. Por isso, muitos ficavam machucados e até morriam no percurso.

Operação

A organização criminosa foi desfeita, segundo o delegado, pela Operação Setentrional. O nome é uma referência à área que eles conheciam e atuavam: norte de Goiás.

As investigações começaram em junho deste ano, após o furto de 50 cabeças de gado em uma fazenda de Uruaçu. Durante a apuração, a polícia descobriu outros cinco crimes do grupo, em São Luiz do Norte (duas vezes), Hidrolina, Itaguaru e Porangatu.

Além das prisões, a polícia ainda apreendeu um caminhão, um reboque e um carro, todos usados pelo grupo.

As investigações apontaram que o grupo chegava de madrugada às propriedades, colocava o gado dentro de caminhões e fugiam. Em um dos crimes, eles amontoaram 92 animais em dois caminhões. A superlotação causou ferimentos em alguns bezerros.

A polícia conseguiu recuperar alguns animais e segue apurando o caso em busca de mais integrantes do grupo. Eles responderão pelos crimes de furto, roubo e organização criminosa.

Veja o vídeo com as imagens completas:

https://www.youtube.com/watch?v=8vxHEMvjHQo
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