Produção de soja é o ouro da economia brasileira

Para a Safra 2022/2023, a soja deve alcançar novo recorde de produção; Além disso, é o grão que está entre os mais importantes na atualidade para a economia mundial. Confira!

Originária da china, a soja faz parte da família das leguminosas, seu grão é rico em proteínas, além da energia disponível. Nas últimas duas décadas, a área de cultivo mais que duplicou devido à alta demanda, já que pode ser consumido tanto por animais quanto por humanos. De forma resumida, para mostrar que a soja tem se tornado o ouro da economia brasileira, o mercado exportou cerca de U$ 35.232 bilhões no ano de 2020.

A alta demanda e a aplicabilidade tanto na área alimentar como para uso combustível tem impulsionado setor produtivo e grande parte da soja produzida acaba sendo modificada geneticamente, devido à redução do custo. Um importante papel no progresso da soja no Brasil deve ser creditado, também e obviamente aos diversos programas de melhoramento genético.

Grão de ampla aplicação no setor industrial é utilizado na produção alimentícia como matéria-prima para a produção de leite de soja, carne de soja, tofu (queijo de soja), doces, óleo de soja, farinhas, rações para animais etc. Também está presente nos processos químicos de cosméticos, sabão e na produção de biodiesel.

No Brasil, a grande expansão teve início a partir da década de 1970, e o tipo do grão muito plantado é o de formato arredondado e cor amarela, mas existem outras espécies como a soja preta. Contém de 18% a 20% de óleo e o farelo representa 79% com teor de proteína de 45%. Sua vagem pode ter até quatro sementes e sua estabilidade é limitada pelo ácido linolênico.

A produção da soja duplicou nos últimos 20 anos, como pode ser visto no vídeo abaixo. A cultura também tem tido aplicabilidade na produção de biocombustíveis. A soja transgênica, ou seja, modificada geneticamente, requer menor quantidade de herbicidas e, por consequência, diminui o custo da produção.

A quantidade de impurezas e de umidade nos grãos colhidos também é outro diferencial. Valores que acabam pesando quanto à escolha do cultivo da soja transgênica em relação a convencional.

Um importante papel no progresso da soja no Brasil deve ser creditado, também e obviamente aos diversos programas de melhoramento genético

Evolução da produção de soja nos países

Créditos: Investidores Brasil

Origem da soja no Brasil

A primeira referência sobre soja no Brasil data de 1882, na Bahia, em relato de Gustavo D’utra. Mais tarde, em 1891, novas cultivares foram introduzidas na latitude 22 graus Sul (Campinas), apresentando melhor desempenho.

As cultivares mais específicas para consumo humano foram trazidas pelos primeiros imigrantes japoneses em 1908. Entretanto, oficialmente, a cultura foi introduzida no Brasil no Rio Grande do Sul em 1914 na chamada região pioneira de Santa Rosa, onde foram iniciados os primeiros plantios comerciais a partir de 1924.

A grande expansão teve início a partir da década de 1970, e a soja já era considerada a principal cultura da agricultura nacional. Com a ampliação da indústria de óleo aliada ao desenvolvimento de novas tecnologias impulsionou o cultivo da soja, que nessa década passou de 1,3 milhão de hectares cultivadas para 8,8 milhões.

Conforme dados históricos da Companhia Nacional de Abastecimento, na safra 1976/1977, a produtividade média da soja em território nacional era de aproximadamente 1.748 kg/h.

Atualmente essa produtividade ultrapassa 152 milhões de tonelada, e a exportação atingiu cerca de 89,5 milhões de tonelada. O destaque, que proporcionou tal feito, vai para o avanço na utilização de tecnologias na cultura da soja brasileira.

Brasil é o maior produtor de soja do mundo

Se comparado aos números mundiais em relação a alguns países produtores de soja, a produção brasileira está maior que os 18,4 milhões de toneladas da chinesa, 51 milhões de toneladas produzidas na Argentina e ainda maior que os 112.549 milhões de toneladas produzidas pelos EUA.

Na última safra, a área brasileira destinada ao cultivo da soja foi de   40.950,6 milhões de hectares. Além disso, a produtividade observada apresentou queda de -14,1% em comparação com a safra anterior, volume esse que, mesmo com o recuo, alcançou de 3.029 kg/ha.

Apesar da produção total parecer um tanto quanto grande – 124.047,8 milhões de toneladas, segundo a CONAB -, cabe destacar que o Brasil é um forte exportador de soja com 89,5 milhões de toneladas, sendo a China um dos principais importadores. A exportação influencia diretamente a economia do Brasil, já que o preço da soja é cotado em Dólar.

Foto: Claudio Neves/Porto de Paranaguá

Segundo os dados da USDA, a maior parte da soja produzida pelo Brasil é destinada à exportação, sendo responsável por grande parte da arrecadação do agronegócio brasileiro. Essa liderança se deve a sua versatilidade, estando culturalmente ligada as cadeias do agronegócio e por alavancar o PIB do país.

O que esperar para safra 22/23

Para a soja, a perspectiva da Conab aponta um cenário recorde na produção, sendo projetada em 150,36 milhões de toneladas para a próxima temporada. Os preços do grão devem continuar atrativos, uma vez que a oferta e a demanda mundial da oleaginosa seguem ajustadas, refletindo em tendência de crescimento de 3,54% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares.

A produtividade do ciclo 2022/23 deve apresentar recuperação em relação a atual safra após os problemas climáticos registrados nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul. Com a melhora esperada na produtividade, a Conab estima que a maior disponibilidade do grão deve propiciar exportações na ordem de 92 milhões de toneladas, aumento de 22,2 % em relação à safra 2021/22, um recorde para a cultura.

Mesmo com a estimativa de aumento dos embarques, os estoques para a temporada 2022/23 também devem crescer em torno de 3,9 milhões de toneladas em relação ao que é previsto para o ciclo atual, sendo projetados em 9,89 milhões de toneladas.

Foto: Divulgação

Papel socioeconômico da soja no Brasil

A cadeia produtiva da soja desempenha papel social essencial no Brasil, empregando milhares de pessoas ligadas direta ou indiretamente ao seu cultivo. Além da importância econômica, contribui para a economia local e regional, possibilitando o crescimento desenvolvimento do país. Estima-se que a cadeia produtiva da soja segundo dados da Aprosoja reúna no país mais de 243 mil produtores, e gera 1,4 milhão de empregos.

Tradicionalmente o sistema produtivo cultivado no verão possibilita maior sustentabilidade já que contribui para a redução da degradação ambiental. Podendo ser cultivada de Norte a Sul do país devido a sua versatilidade e resistência fisiológica; e técnicas aprimoradas de manejo da cultura.

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