Projeto quer diminuir focos de queimadas no Pará

Amigos da Terra – Amazônia Brasileira e Frigorífico Frigol unem-se para diminuir focos de queimadas e mudar imagem de São Félix do Xingu e Água Azul do Norte

O município de São Félix do Xingu, no Pará, é conhecido pelos números superlativos. É o líder em bovinos no Brasil (2,5 milhões de cabeças) e o segundo em extensão territorial (84,2 mil km2). Mas também é o segundo município do Bioma Amazônia com mais focos de incêndio: em 2019, foram 3.787 focos ou 8% de todo o bioma, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE). Até agosto deste ano, foram 2.574 focos (10% do total do bioma Amazônia: 25.571), mas o período mais desafiador é agora, entre setembro e outubro, época do auge da seca na região Norte do país.

A Amigos da Terra e o Frigorífico Frigol unem esforços para reverter esse quadro.

Está começando a primeira etapa do Projeto de Ações para Diminuição de Queimadas, iniciativa de educação, informação e ações práticas para conscientização das comunidades de São Félix do Xingu e do município Água Azul do Norte, a 185 km de distância, dos riscos das queimadas para o meio ambiente e para as pessoas.

O projeto inclui ações voltadas para toda a população e setores econômicos, com destaque para as escolas, o comércio e a área da saúde, além de entidades de classe e funcionários e fornecedores das unidades de abate da Frigol nos dois municípios.

“Temos cerca de 1.100 trabalhadores e 1.500 fornecedores em São Félix do Xingu e Água Azul do Norte. Queremos impactar a todos com o Projeto. O objetivo é que as pessoas recebam informações detalhadas sobre os riscos das queimadas e uso do fogo e que possam levar para suas famílias (colaboradores) e para as práticas em suas propriedades (fornecedores de gado)”, informa Marcos Câmara, CEO da Frigol, quarto maior grupo frigorífico do Brasil.

O Projeto de Ações para Diminuição de Queimadas utiliza cartilhas, cartazes, outdoors, comunicações audiovisuais e spots de rádio para atingir as comunidades de São Félix do Xingu e Água Azul do Norte. “Na segunda etapa, pós-pandemia, estão programadas oficinas presenciais para levar orientações práticas para as pessoas dos dois municípios”, explica Luciane Simões, gerente de projetos da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.

“É nosso papel como indústria trabalhar em parceria com organizações e entidades de classe para levar informações de qualidade para as pessoas. As queimadas causam prejuízos não apenas nas propriedades rurais, mas também nas cidades, impactando as pessoas”, ressalta Marcos Câmara, CEO da Frigol.

O projeto tem objetivos claros em termos de redução do uso do fogo como prática agrícola e sua substituição por outras técnicas, fortalecimento da produção sustentável, redução do impacto ambiental e integração dos vários elos envolvidos direta e indiretamente, fortalecendo o diálogo multisetorial.

A Amigos da Terra tem experiência prévia e positiva com esse tipo de iniciativa. Em ação anterior nos mesmos moldes, os focos de incêndio foram reduzidos pela metade no sul do Pará.

“O fogo é terrível sob todos os aspectos. Ele provoca danos à biodiversidade, amplia a incidência de doenças respiratórias, superlota a rede de saúde pública dos municípios, afeta a infraestrutura urbana e rural, pode causar prejuízos financeiros ao poder público e provoca danos irreparáveis à imagem das cidades”, constata Mauro Armelin, diretor executivo da Amigos da Terra.

“Queremos contribuir para mudar não apenas a imagem de São Félix do Xingu e, por associação, de Água Azul do Norte, mas obter resultados efetivos em termos de redução do número de focos de queimadas e consequente preservação do ecossistema do Bioma Amazônia”, diz Marcos Câmara, da Frigol.

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