Protesto: Caçadores não são bandidos e merecem respeito

Após aprovação da lei de mais tratos contra animais, classe se une em prol de reconhecimento; Caçadores realizam protesto pacífico na Serra Gaúcha por conta da lei, veja o vídeo e entenda o caso!

Dois grupos da associação dos Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CAC) realizam protestos pacíficos neste sábado (10), nas margens da ERS-122, no KM 65 próximo a entrada de Forqueta, em Caxias do Sul e em Flores da Cunha na altura do km 93 próximo ao Bairro Pérola. Em ambos os pontos a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) está acompanhando a ação. Não há interrupções no trânsito.

O advogado Thales de Sá, que representa a categoria judicialmente e também é caçador explica a reivindicação da categoria. Segundo ele, no Rio Grande do Sul há cerca de 5 mil caçadores, todos cadastrados e regularizados para realizar a caça de Javali no Estado.

Caçador não é bandido e merece respeito, reconhecimento e agradecimento, já que são responsáveis pela caça e controle dessa praga, o JavaliThiago Pereira – Compre Rural

A maioria destes, utilizam cachorros para auxiliar na caça, porém, após a alteração na lei de maus tratos a animais, caso estes cães sofram algum machucado o caçador pode ser preso, sem fiança com pena de dois a cinco anos de prisão. Esta situação está prejudicando o trabalho da categoria.

O que reivindica-se é uma padronização da lei, determinando as situações que configuram maus tratos. Atualmente, os cachorros que seguem os caçadores tem que estar portando uma capa protetora, porém, segundo a explicação de Thales ocorrem situações que o animal se arranha por conta da vegetação, por exemplo. Nestes casos, de acordo com a lei já se configura maus tratos, já que a lei está subjetiva. Thales reforça que os grupos não são contra a lei, apenas pedem que haja regulamentação correta.

A ação deste sábado tem o intuito de demostrar a população o trabalho realizado pelos CACs. Além de angariar a categoria rural na causa. Thales comenta que o Javali não é uma espécie brasileira, ele foi inserido no bioma, portanto não há um predador natural.

O advogado comenta que uma fêmea de Javali, entre filhos e netos pode produzir mais de 80 animais durante toda a vida. E, estes animais costumeiramente destroem lavouras e causam estragos em nascentes de rios. Sendo assim, os caçadores regularizam-se junto ao Ibama e ao Exército para portar armas e poder matar os animais, de forma rápida sem causar sofrimentos, apenas no intuito de eliminar o animal.

Ele esteve acompanhado de alguns caçadores, atiradores e colecionadores na capital gaúcha, entregando documentos solicitando a objetivação da lei de maus tratos, para que possam voltar a caçar no Estado. Segundo o advogado a categoria está no inicio e a manifestação foi o primeiro passo para que todos tenham conhecimento da situação.

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Confira as solicitações encaminhadas em documento oficial pela categoria:

• Regulamente e normatize a atividade de caça com a utilização de cães, principalmente no que concerne ao não enquadramento no crime de maus tratos, especificando de forma objetiva os cuidados necessários com os animais utilizados para este fim, bem como ressalvando/resguardando os controladores de eventuais punições/implicações legais;

• Possibilite legalmente, através de normas ou regulamentos, a prestação de primeiros socorros aos animais utilizados, feridos durante o controle, sem que haja qualquer implicação legal o transporte do animal ferido e já socorrido/medicado pelos controladores;

• Destipificação como maus tratos para ferimentos leves;

• Altere o sistema do SISMAF para a emissão das guias de autorização para controle de javali com a possibilidade de efetuar o cadastro de uma propriedade rural através do número da matrícula, Inscrição Estadual ou dados do proprietário.

Ainda, solicita-se ao Exército Brasileiro que:

• Padronize e unifique a documentação necessária para o transporte das armas utilizadas para o controle.

Com informações do LeOuve

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