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Técnica aprimora genética de equinos no Brasil

Vantagens e desvantagens da utilização da técnica de injeção intracitoplasmática (ICSI) no melhoramento genético de equinos

Glauceni ¹ & Dr. Rodrigo² * – No mundo, a reprodução equina tem uma importância significativa, gera renda aos criadores e consequentemente cria inúmeros postos de trabalho. Em nosso país temos um imenso rebanho de equinos, que ultrapassa 10 milhões. Diante disso, cada vez mais tem se investido em tecnologias de reprodução afim de se obter animais com alto potencial genético. A implantação de novas técnicas de reprodução animal é de extrema importância para a melhoria genética do rebanho.

As técnicas tradicionais ainda são amplamente utilizadas como inseminação artificial (IA) e transferência de embriões. A inseminação artificial possui bons resultados na fertilidade animal e permite um aumento na quantidade de progênies por animal. Uma outra vantagem em relação as demais técnicas reside no fato de poder se utilizar sêmen fresco, resfriado ou até mesmo congelado, de reprodutores mortos e um menor desgaste dos animais reprodutores.

Foto: Osvaldo Curvelo Jr

Já a transferência de embriões em equinos é uma técnica que permite a utilização de uma fêmea que doa os óvulos e outra que recebe o embrião fecundado em laboratório. Dentre as vantagens desta técnica podemos destacar a utilização de óvulos de fêmeas com idade avançada ou mesmo que possuam problemas de parição. Outro fator importante desta técnica é que como é possível coletar mais de um óvulo por doadora, cada óvulo pode ser fecundado com sêmen de um garanhão diferente e implantados em diversas receptoras. Sendo assim pode ser obter uma prole variada de uma única fêmea em um único ano.

Uma outra técnica que já vem sendo utilizada na reprodução animal é a injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI), é um método inovador que conta com uma tecnologia avançada, onde os espermatozóides saudáveis são escolhidos e inseridos diretamente dentro do óvulo da doadora com o auxílio de uma agulha de máxima precisão. Isso permite que animais que já não são mais respondedores as outras técnicas citadas anteriormente possam continuar contribuindo no melhoramento genético de sua prole.

potro correndo - mangalarga marchador
Foto: Osvaldo Curvelo Jr

Uma outra vantagem desta técnica é que é necessário um único espermatozóide para a fecundação do óvulo e formação de um embrião, dessa forma uma única amostra de sêmen pode ser utilizada para fecundação de inúmeros óvulos. Isso permite que uma quantidade muito pequena de sêmen possa ser utilizado e assim machos que eram considerados inférteis devido a contagem inadequada de espermatozóides ou outros problemas que afetavam a qualidade do sêmen, possam se tornar férteis utilizando essa técnica. Ou até mesmo a melhoria na qualidade do sêmen congelado, uma vez que a técnica permite selecionar o melhor espermatozóide na amostra para ser utilizado. Em fêmeas a vantagem está em contornar problemas de fertilidade como problemas crônicos uterinos, alterações anatômicas do trato reprodutivo, problemas em tuba ou outros danos ao aparelho reprodutor.

Dentre as dificuldades encontradas na utilização do ICSI está a baixa disponibilidade de laboratórios com capacidade de realização da técnica, isso limita o seu uso e aumentam os custos. No entanto, esse aumento de custos pode ser diluído quando se comparam aos ganhos genéticos que o ICSI pode gerar e também ao aumento da capacidade de produção de embriões em uma única palheta de sêmen. Visto que uma única palheta de sêmen é capaz de gerar diversos embriões.

Contudo, a ICSI é uma técnica que veio para ficar e está sendo difundida em criatórios que desejam investir em cavalos de aspecto genético diferenciado, pois permite que a genética de animais de alto padrão sejam resgatadas e possam ainda serem melhoradas.

1- Glauceni de Souza e Silva, Biomédico, Especialista em Reprodução Humana, Mestrando em Zootecnia pelo Instituto Federal Goiano.

2- Dr. Rodrigo Martins Ribeiro, Médico Veterinário, Doutor pela Universidade Federal de Minas Gerais, Professor orientador do curso de Mestrado em Zootecnia do Instituto Federal Goiano.

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