Tendências promissoras e desafios para a indústria de carnes em 2024

A indústria de carnes no Brasil enfrenta um cenário promissor, mas a vigilância e adaptação contínuas serão cruciais para capitalizar as oportunidades e superar os desafios que se apresentam em 2024; entenda

No cenário global da indústria de carnes, o Brasil se destaca como um protagonista vital, evidenciado pelo expressivo aumento nas exportações de carne in natura em novembro de 2023. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 635,5 mil toneladas, registrando um notável crescimento de 9,5% em relação ao mesmo mês no ano anterior. Esse desempenho histórico foi impulsionado pelos recordes de exportação individual das carnes bovina, suína e de aves, alcançando 188,0 mil toneladas, 91,2 mil toneladas e 356,3 mil toneladas, respectivamente.

No acumulado até novembro, as exportações brasileiras de carnes in natura atingiram a marca inédita de 7,2 milhões de toneladas, representando um aumento anual de 4,8%. Enquanto as carnes suína e de aves alcançaram volumes recordes, a carne bovina apresentou uma diminuição de 2,3% em comparação com o excepcional desempenho de 2022.

Fonte: Secex / Elaboração: HN AGRO

Projeções para 2024 e expectativas do USDA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta que o Brasil continuará a desempenhar um papel crucial no mercado global de carnes em 2024. As estimativas indicam um aumento nas exportações de 3,6% para a carne bovina, 3,7% para a carne de frango e 5,5% para a carne suína em comparação com 2023. Esses incrementos são significativos, superando as projeções para o cenário global e sugerindo que o Brasil consolidará sua posição como um importante fornecedor mundial de carnes.

A figura 2 ilustra a participação estimada do Brasil no cenário global em 2023 e as projeções para 2024, tanto na produção quanto nas exportações de carnes bovina, suína e de frango, de acordo com o USDA.

Fonte: USDA / Elaboração: HN AGRO

Desafios e considerações para 2024

Apesar das perspectivas otimistas, alguns desafios merecem atenção. O cenário de custos, especialmente relacionado ao preço do milho em anos de El Niño, pode impactar a atratividade da produção de carnes, com potenciais efeitos, principalmente, no ciclo mais curto do frango.

O contexto geopolítico, marcado por tensões e conflitos, é uma variável que precisa ser monitorada. A guerra em curso, dependendo de sua evolução, tem o potencial de influenciar os preços dos combustíveis globalmente, afetando inflação, taxas de juros, câmbio, exportações e preços de insumos.

Perspectivas para a pecuária de corte e segmentação de mercado

Ao analisar a pecuária de corte, é fundamental considerar a disponibilidade de bezerros no mercado, influenciando o descarte de fêmeas e, consequentemente, a produção de carne e os preços. O investimento em tecnologia, como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), desempenha um papel significativo, afetando a quantidade de bezerros disponíveis.

Em 2022, o rebanho de matrizes de corte no Brasil foi estável em 63,9 milhões, e a utilização da IATF caiu de 26,0% em 2021 para 23,5% em 2022. Com os bezerros nascidos em 2023 e desmamados em 2024, há a expectativa de que a próxima safra seja ligeiramente menor, impactando os preços do bezerro e, por conseguinte, a oferta de carne bovina.

Conclusão

Diante das projeções favoráveis para as exportações brasileiras de carnes em 2024, o país está posicionado para manter e até ampliar sua participação no mercado global. No entanto, os desafios, como os custos de produção e as variáveis geopolíticas, exigem uma abordagem estratégica por parte dos produtores e da indústria. A análise da pecuária de corte destaca a importância da tecnologia na reprodução e a interconexão entre as diferentes proteínas no mercado doméstico.

Em resumo, o setor de carnes no Brasil enfrenta um cenário promissor, mas a vigilância e adaptação contínuas serão cruciais para capitalizar as oportunidades e superar os desafios que se apresentam em 2024.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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