Terminação Intensiva em Pasto é aposta que deu certo

Estância Renascer, no Mato Grosso do Sul, aposta na tecnologia e explica como fez com que técnica desse certo na fazenda; entenda os detalhes

Entre as estratégias que otimiza a velocidade de terminação do gado e tem como principal característica o fornecimento da ração na própria área de pastejo é a Terminação Intensiva em Pasto, a TIP. Conforme Rodrigo Tannus, Analista de Mercado da Scot Consultoria, as diferenças dessa estratégia em relação ao confinamento são: menor custo operacional e estrutural, facilidade no manejo e participação do pasto na dieta.

“No começo duvidei do sistema e hoje após 3 anos posso dizer que comercializo um boi mais pesado e bem-acabado, com abates a cada 15 dias durante todo o ano”, afirma Humberto Yule, produtor associado da Novilho Precoce e vice-presidente da Entidade.

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Foto: Humberto Yule

Na TIP o bovino consome a mesma quantidade de ração no pasto como se estivesse confinado, a diferença é que o pasto compõe a fonte de alimento volumoso, diminuindo os custos operacionais de fornecimento do alimento.

Na Estância Renascer, localizada em Sidrolândia, o sistema foi adotado após muito estudo, cálculos e planilhas. “No começo montei uma planilha com 46 itens, desde o peso inicial até o peso final, rendimento, preço de venda, custo de insumos, rendimento de ganho, lucro por animal, por mês, por ano, enfim uma planilha que me deu um verdadeiro ‘raio x’ de todo sistema e isso fez toda diferença e o principal onde eu poderia ter mais rentabilidade”, declara Humberto Yule.

Com todo esse estudo, o produtor percebeu que o consumo de ração era muito alto, cerca de 40 toneladas/mês para tratar um lote, foi aí que ele começou, há um ano e meio, a produzir a ração na fazenda. “Os números não mentem e essa planilha foi um divisor de águas. Ao produzir a ração minha rentabilidade aumentou. Claro que nem todo produtor consegue fazer isso na propriedade, aí a importância em saber onde você pode melhorar e ainda assim o sistema é mais rentável”, afirma.

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Foto: Humberto Yule

Na prática – Produzindo boi castrado por muito tempo, hoje a fazenda tem como foco bois inteiros, onde são usados de 1.8 a 2.2% do peso vivo de ração. “Esses animais são preparados para entrar nesse sistema. É preciso adaptar o rumem, porque eles estão acostumados a comer 90% de pasto e 10% de proteico e isso na TIP é invertido”, explica Yule.

Trabalhando hoje com a média de 40 animais por lote, Yule veio ao longo desse período adaptando gradativamente os animais, alterando porcentagens e o resultado são bois abatidos durante todo o ano. “Quando comecei o mercado era comprador de boi com acabamento, abatia na época das águas e passavas os outros meses sem receita. Hoje no mesmo gado crioulo coloco 4,7 @ a mais por animal e 50% de gordura 3”, destaca.

Como toda mudança, a implantação do sistema também gera custo e mais uma vez ter a conta na ponta do lápis faz toda diferença. “Uso piquetes de 10 hectares em média, e em todos eles foram feitas análise e correção de precisão por uma empresa especializada. Consigo abater 15 boi/ha/ano, com média de 70 dias de terminação”, avalia. Humberto lembra que o custo do sistema é mais alto, porém o ganho por área é maior.

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