Veja as oito profissões do futuro no agronegócio

Pesquisa destaca carreiras ligadas à tecnologia e que devem gerar mais de 178 mil vagas de trabalho somente nos próximos dois anos; Confira abaixo!

Nos próximos dois anos, oito novas carreiras ligadas ao agronegócio devem gerar 178,8 mil oportunidades de trabalho. Mas a previsão é de que só haja cerca de 32,5 mil profissionais contratados para preenchê-las – uma defasagem de 82%. É o que aponta o estudo Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde , divulgado pela Globo Rural.

Uma pesquisa realizada pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ( UFRGS).

O estudo aponta que como oito novas profissões devem ganhar destaque na agricultura são: técnico em agricultura digital, técnico em agronegócio digital, engenheiro agrônomo digital, operador de drones, agricultor urbano, engenheiro de automação agrícola, cientista de dados agrícola e designer de máquinas agrícolas .

Além disso, a pesquisa destaca que, no pós-pandemia, a agricultura será ainda mais impactada pela digitalização, exercendo um papel essencial para uma recuperação verde – modelo de desenvolvimento que concilia fatores sociais, ambientais e econômicos.

Dentre as oito carreiras mapeadas, os pesquisadores destacam especificamente três cuja demanda é maior e mais urgente: técnico em agricultura digital, técnico em agronegócio digital e engenheiro agrônomo digital.

“Elas já têm uma base existente, são profissões que em sua formação no Brasil tem uma base que chamamos de brownfield, ou seja, a partir dessas profissões já existentes, devemos remodelá-las para se tornarem digitais”, afirma o professor Alejandro Frank, diretor do NEO da UFRGS.

Outro ponto de destaque é que o setor de agricultura, cujo PIB cresceu mesmo com a crise da pandemia, emprega cerca de 10 milhões de pessoas somente na agricultura familiar, que corresponde a 77% dos modelos agrícolas.

Em uma década, de acordo com a pesquisa, o setor terá 18,8 milhões de postos de trabalho, sendo 360 mil para profissões emergentes.

“Para reverter a falta de profissionais, deve haver investimentos para aumentar a oferta de demanda nessas formações que destacamos, de forma que acompanhem e evoluam com a necessidade dos setores exigidos” Alejandro Frank, diretor do Núcleo de Engenharia Organizacional da UFRGS

Em dois anos, o estudo estima que existam 32,5 mil profissionais contratados para 178,8 mil oportunidades em profissões emergentes, dentro de um total de 18,3 milhões no setor. Em cinco anos, a previsão é que sejam 81,1 mil profissionais para 252,3 mil vagas emergentes, de um total de 18,5 milhões.

Já em 10 anos, uma pesquisa prevê 162,3 mil profissionais capacitados para ocupar 360 mil oportunidades, de um total de 18,8 milhões de trabalhadores do agronegócio. A defasagem – que seguirá alta, deve diminuir progressivamente, de 82% para 68% e, posteriormente, 55%.

De acordo com o professor da UFRGS, os investimentos são a principal maneira para amenizar essa defasagem. “Os gaps se acentuam no longo prazo, porque consideramos um estado estável em termos de investimentos na formação profissional que temos hoje no Brasil. Para reverter essa situação, deve haver investimentos para aumentar a oferta de demanda nas formações que destacamos, de forma que acompanhem e evoluam com a demanda dos aspectos básicos “, explica.

Sobre a função do técnico em agronegócio digital, Frank explica que, especificamente, esta apresenta uma urgência no auxílio à modernização da agricultura familiar de pequena escala.

“[O técnico em agronegócio digital] apresenta uma demanda altíssima no curto, médio e longo prazo, porque essa função ajuda no front-end, ou seja, no mercado, e não somente no processo do agronegócio, que tem seu sustentabilidade enfoque voltado à e na recuperação verde. Isso busca recuperar a economia de uma forma mais saudável nesse processo de transformação digital e ainda ajuda o agronegócio de pequena escala e familiar a chegar de forma mais efetiva ao mercado, através de tecnologias”.

Martin Studte, assessor técnico da GIZ, acredita que as novas tecnologias têm o potencial de gerar novas vagas, reduzir a desigualdade social e os recursos utilizados, e aumentar a eficiência e a alternativa do país.

“Considere o cenário brasileiro atual e o impacto da transformação digital para mostrar a importância de determinadas profissões na definição de uma estratégia nacional de desenvolvimento econômico sustentável”.

“O Senai, que acompanha as transformações do mercado de trabalho por meio de observatórios técnicos setoriais, avalia que o estudo é mais um norte para o país assumir uma posição dianteira, em comparação com outros países que também precisam atualizar sua mão de obra. Essas tendências devem ser consideradas pelas instituições de ensino profissional na formação inicial e na requalificação dos trabalhadores ”, ressalta o diretor geral do Senai, Rafael Lucchesi.

O estudo ainda destaca que as tecnologias são usadas no agro em três estágios. Primeiramente, pré-produção, para pesquisa e compra de insumos e na previsão do clima. Em um segundo momento, na produção, focadas na agricultura de precisão que otimiza recursos e barateia custos produtivos. E, finalmente, no pós-produção, para venda dos produtos (maior contato com consumidor) e rastreabilidade.

Elas possibilitam o aumento do rendimento do solo e maiores colheitas, além da profissionalização dos agricultores familiares. Porém, apontam os especialistas, existe um distanciamento entre a formação acadêmica e a necessidade nenhum campo de forma geral, devido à velocidade de evolução das tecnologias digitais.

De acordo com as atribuídas com a Embrapa e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), há uma estimativa de que pelo menos 60% das grandes fazendas possuam um técnico em agricultura digital até 2030.

Assim, será necessária a formação de pelo menos 112 mil profissionais neste ramo para suprir a demanda – mas a previsão é de que o país tenha apenas 40,2 mil, um gap de 64%.

Com informações do Globo Rural

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