Veja como vender seu boi gordo pelo melhor preço

Você já parou para pensar que pode vender seus animais, de várias formas, garantindo a margem da sua atividade e tendo tranquilidade para realizar suas operações?

No mercado do boi gordo, a estratégia de venda antecipada do gado e o travamento de preços auxiliam no planejamento financeiro da fazenda, podem definir a sustentabilidade do negócio e garantir os valores das cotações em momentos conturbados, como aconteceu em setembro e outubro do ano passado.

O acontecimentos do passado, como os vividos pela pecuária em tempos recentes, só podem ser considerados ruins por aqueles que não tiram melhores proveitos e aprendizados destas lições. Já parou para pensar que muito pecuarista ganhou um bom dinheiro com o mercado do boi gordo, mesmo após o embargo da China em setembro de 2021? Veja como e quais estratégias os bons pecuaristas utilizam!

Em 2021, a pecuária brasileira foi marcada pelos casos de encefalopatia espongiforme bovina atípica, com suspensão das exportações de carne bovina para a China, por conta do acordo bilateral entre os chineses e o Brasil.

A suspensão afetou forte e negativamente as cotações do boi gordo, prejudicando os produtores que não efetuaram o travamento de preços do gado. Veja o comportamento da cotação do boi gordo na figura 1.

A situação como a que vimos em 2021 pode reduzir o lucro ou até mesmo causar prejuízos.

Gerir os riscos é especialmente importante em confinamento de bovinos, uma vez que a data da venda é definida no momento de entrada do animal.

O travamento de preços auxilia no planejamento, embasado no histórico e na projeção do custo de produção, podendo-se fixar o valor de venda e focar na parte operacional, não ficando à mercê da variação diária do preço do boi gordo em sua praça pecuária.

O preço pode ser fixado através de operações na B3, com contratos futuros ou pelo mercado de opções. A outra possibilidade é diretamente com os frigoríficos, através de contratos de boi a termo.

Figura 1. Preço da arroba do boi gordo nas praças paulistas, segundo o CEPEA

Quais são as estratégias para travamento de preços no mercado do boi gordo e como funciona cada uma delas?

  • Contrato futuro

Os negócios através de contratos futuros na Bolsa são menos utilizados pelos pecuaristas que o contrato de boi a termo, mas garantem o patamar de preço travado.

Os preços travados usam a referência São Paulo, ou seja, uma oscilação das cotações distintas na praça da fazenda pode fazer com que a trava perca efetividade ou gere um ganho extra (se na praça de atuação o preço cair menos que em São Paulo, por exemplo). É o risco de base.

Para efetuar o negócio, é necessário realizar o cadastro em uma corretora credenciada na Bolsa, além da manutenção de uma margem de garantia na conta, pois diariamente, conforme as oscilações do mercado, ocorre depósito ou retirada do valor equivalente dessa conta.

Cada contrato equivale a 330@.

Os contratos são mensais e expiram no último dia útil do mês, utilizando a média das cotações dos últimos cinco dias, tendo o indicador CEPEA como referência de preço de fechamento.

O seguro é de preços e não existe entrega física de boiadas.

  • Mercado de opções

No mercado de opções, por exemplo, o pecuarista compra uma opção de venda de contrato futuro de boi gordo. O negócio é feito por intermédio da corretora.

O preço da arroba é garantido e, em caso de queda, o pecuarista recebe a diferença entre o valor de mercado e o patamar de preço assegurado.

O seguro é de preços e não existe entrega física de boiadas.

  • Boi a termo

O contrato de boi a termo é uma ferramenta de gestão de risco negociado diretamente e antecipadamente com o frigorífico.
O produtor garante o preço e o frigorífico garante a boiada.

Os negócios do boi a termo variam, mas como exemplos tem-se os travamentos por preço fixo, através da indexação de um indicador e por preço mínimo.

  • Boi a termo – preço fixo

Essa modalidade é a mais praticada no mercado, com o acordo entre as partes sobre o preço que será pago, quantidade de arrobas que deverão ser entregues e data da entrega dos animais ao frigorífico. O preço não varia.

Dessa forma, o pecuarista não perde na baixa, mas também não ganha com a alta.

Livro descomplica operação de --trava do boi na bolsa
Montagem Compre Rural
  • Com base em indicador

O pecuarista e o frigorífico definem a base de preço adotando algum indicador, como o do CEPEA, por exemplo. O preço de liquidação do contrato é o do indicador no dia do abate.

  • Para cada região busca-se um indicador de preços mais fiel possível ao mercado físico daquela região, para ser usado de referência.

Aqui o produtor não se protege de baixas, entretanto, aproveita as altas nas cotações. Pode também já deixar negociadas algumas premiações como Europa ou Angus.

  • Preço mínimo

Nessa modalidade é fixado um valor mínimo pela arroba do boi gordo no dia programado para o abate, ou seja, um seguro de preços.

Se as cotações estiverem acima do valor acordado, é pago o preço da arroba no dia, mas, se a cotação estiver abaixo do valor acordado, o valor mínimo é pago ao produtor.

Para a efetuação do seguro de preço mínimo é descontado o valor acordado para o seguro (opção de venda) no pagamento ao pecuarista. O custo desse seguro varia conforme o patamar do preço mínimo desejado, tempo até o abate e volatilidade do mercado.

Pecuarista, fique atento!

Seja qual for a modalidade utilizada, como o confinamento possui data para o abate, travar as cotações é fundamental para garantia de resultados consistentes ao longo do tempo e com margens para trabalhar com segurança frente à volatilidade do mercado do boi.

Nos últimos meses de 2021, tivemos um exemplo da importância do travamento de preços, por conta das fortes quedas no período de saída dos animais dos confinamentos, impactando nas receitas e deixando lição para o próximo ano.

Compre Rural com informações do Blog do Minerva

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