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Agrônomo é processado por morte de plantas em lavoura

Produtores entraram com processo contra engenheiro agrônomo; “Me julgam agora por ter recomendado tantas ações que não evitaram a perda parcial da produção e morte de algumas plantas”

Por Tiago Firmino Boaventura de Oliveira* –– Como Engenheiro Agrônomo estou sendo processado por produtores rurais de uma determinada região por ter tomado gratuitamente todas as ações que evitassem a perda parcial ou total de sua produção agrícola.

Não raras vezes, visitei as lavouras daquela região e, sabendo de todas as possibilidades de perdas de produção ou morte da plantação decidi entrar com todas as ferramentas disponíveis e economicamente viáveis. Sabendo do histórico, a população de plantas na microrregião, condições climáticas, situação fisiológica, nutricional entre outras 49 variáveis que impactariam neste possível prejuízo tomei algumas decisões. Alto risco! Ações foram adotadas com urgência incluindo os feriados, de dia e de noite.

Entrei com todos os produtos químicos e naturais disponíveis, fiz alterações nutricionais fortes, usei do manejo físico viável naquela situação, recomendei a poda, usei microrganismos e macroorganismos que ajudariam. Mas a natureza é severa e infelizmente houveram perdas na produção.

Os produtores da região entraram então com um processo judicial. Me julgam agora por ter recomendado tantas ações que não evitaram a perda parcial da produção e morte de algumas plantas. Sim, infelizmente algumas plantas morreram. Foram 0,3% de mortes! Sem dúvidas um dano irrecuperável. O número de plantas doentes que não produziram, mas sobreviveram foi de 10,5%. Logo a perda econômica ficou em torno de 4,8%.

Ora, onde já se viu? Com tantas medidas tomadas, não era pra ter morrido nenhuma planta se fosse eficaz.” –– Eles gritavam raivosos comigo no tribunal.

Aliás não estou sozinho neste problemão. Vários colegas também visitaram esta região e recomendaram junto a mim, fizemos reuniões e até nos deslocamos gratuitamente in loco em equipe para fazer avaliações mais precisas, rever o planejamento, intensificar adoção de medidas. Tudo com respaldo científico e usando as ferramentas mais modernas e tradicionalmente usadas com sucesso.

Infelizmente outros colegas ainda tem suas audiências marcadas pelo mesmo motivo. A partir de agora vamos escolher melhor os produtores que iremos atender, aliás não queremos ter novos problemas no futuro.

Também sou Produtor Rural e Engenheiro Agrônomo, mas isso não aconteceu. Este é um caso de ficção inspirado em fatos reais e bem atuais, porém não muito distante de nossa realidade!

Nosso voto deve ser pensado e discutido com critério, mas para isso devemos desconsiderar as narrativas e passar a considerar a verdade! OPINIÃO NÃO É FATO…, MAS FATOS SÃO A VERDADE!

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência” –– Leon Tolstói (Grande escritor Russo, 1828-1920).

Tiago Firmino Boaventura de Oliveira é Engenheiro Agrônomo (IFMG Bambuí) e MBA em Marketing Fundace/USP Ribeirão Preto.

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