Arroba volta a bater recorde e produtor lacrou a porteira

Da porteira para dentro, os pecuaristas aproveitam as boas condições de pasto para reter os animais na fazenda, e frigorífico não consegue exercer pressão!

O mercado físico do boi gordo abriu a semana com preços de estáveis a mais altos nesta segunda-feira, 17. Na maioria absoluta das praças brasileiras os frigoríficos não conseguiram exercer pressão negativa nos preços da arroba, já que a oferta de animais apresenta grande lacuna e, os pecuaristas, conseguem reter os animais diante das boas condições dos pastos.

Nesse cenário, os preços do boi gordo seguem firmes apesar da pressão da indústria. O mercado interno ainda segue com demanda enfraquecida e, com isso, as indústrias temem o impacto em suas margens. Já o pecuarista, busca alternativas para poder reduzir os seus custos de produção, além de avaliar a demanda pela matéria-prima.

A Scot Consultoria, apontou que os preços estão firmes na praça paulista. Na comparação com o último fechamento (14/1), os preços estão estáveis e apregoados em R$337,00/@ de boi gordo, R$308,00/@ de vaca gorda e R$326,00/@ de novilha gorda, preços brutos e a prazo.

O mercado com maior demanda e melhores preços, de forma generalizada, com negócios de até R$350,00/@ em bovinos com até 4 dentes, é o da exportação. Entretanto, o recorde de preço também atingiu animais com destino ao mercado interno, já que o pecuarista lacrou a porteira e busca negociar apenas o necessário.

Segundo o app da Agrobrazil, os pecuaristas de Carmo da Cachoeira/MG, venderam boiada para o mercado interno pelo valor de R$ 350,00/@ com pagamento à vista e abate para o dia 24 de janeiro de 2022, sendo esse o maior valor atingido para a categoria, veja imagem abaixo.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 343,45/@, na segunda-feira (18/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 334,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 313,43@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 334,63/@.

O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, apresentou nova valorização no fechamento de ontem, uma alta de 0,49%. Sendo assim, os preços da arroba do boi gordo na média paulista saltaram de R$ 335,50/@ para o valor de R$ 337,15/@. Sendo assim, a variação mensal está positiva na casa de 0,19%. Confira o gráfico abaixo!

O mercado físico do boi gordo iniciou a segunda quinzena do mês andando de lado. Em ambiente de baixa liquidez, na B3, o contrato futuro do boi gordo com vencimento para jan/22, encerrou o dia cotado a R$ 339,15/@, valorizando 0,74% no comparativo diário.

Com escalas de abate avançadas até o final do mês, a ponta compradora testou, sem sucesso, novas efetivações a preços abaixo das máximas vigentes. Segundo a IHS Markit, muitos pecuaristas aproveitam as boas condições de pasto para reter os animais na fazenda, à espera de preços ainda mais altos.

No geral, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros possuem volumes de programação adquiridos até o término da próxima semana, relata a IHS. Em algumas praças, há frigoríficos que já estão posicionados até o final deste mês.

Exportações

As exportações de carne bovina in natura continuaram a avançar durante a última semana, 36,53 mil toneladas foram embarcadas, aumento de 2,98% no comparativo semanal. Até o momento, em jan/22 foram vendidas para o mercado externo 72,0 mil toneladas de proteína bovina, volume 19% superior ao mesmo período no ano passado. Caso a média de exportações mantenha o ritmo atual, estima-se que jan/22 se encerre com cerca de 140 mil toneladas.

“Problemas com pastos encharcados e estradas bloqueadas afetam o escoamento da produção na região”.

Pecuarista busca mercado China

Com a retomada da China às compras de carne bovina brasileira, o pecuarista da região de Frutal/MG quer investir na produção de animais com padrão exportação. Para reduzir os custos de produção, o produtor está priorizando realizar o próprio plantio de milho para minimizar os custos de produção. 

Foto Divulgação

De acordo com o pecuarista da região de Frutal/MG, Paulo Henrique Queiroz, os preços dos animais de reposição de qualidade estão muito elevados. “Estamos buscando por lotes, mas não estamos encontrando tanto. Com isso, temos que ir para outros estados para negociar por lotes melhores para compor nosso rebanho”, comentou. 

Giro do boi gordo pelo Brasil

  • Nas praças do Mato Grosso, os negócios são pontuais e os preços seguem estáveis, informa a IHS.
  • No entanto, a demanda para boi padrão China rendem prêmios nas regiões mato-grossenses de R$ 5/@ a R$ 10/@ em relação aos preços de balcão.
  • Na região Norte do País, sobretudo nos Estados do Tocantins e Pará, as indústrias frigoríficas e pecuaristas apontam problemas gerados pelo excesso de chuvas.

Mercado atacadista de carne bovina

Na comparação semana a semana, a cotação da carcaça casada de bovinos castrados não apresentou alteração, enquanto a de bovinos inteiros aumentou 5,1%, ou R$0,98/kg. As carcaças estão cotadas em R$20,70/kg e R$20,03/kg, na mesma ordem.

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