Bolsonaro manda Força Nacional botar invasores na sarjeta

A confirmação veio após reunião realizada nesta quinta-feira, 29, entre o governador de Rondônia e o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.

A Força Nacional irá atuar nos crimes e invasões que estão acontecendo em fazendas no estado de Rondônia. A informação foi dada pelo governador do estado, Marcos Rocha. O deputado federal Alan Rick (DEM), juntamente com o senador Marcos Rogério (DEM/RO), haviam reunido na tarde desta quarta-feira, 28, com o ministro da Justiça, Anderson Torres e o Secretário Nacional de Assuntos Fundiários Nabhan Garcia. 

A confirmação, veio após reunião realizada nesta quinta-feira, 29, entre o governador e o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. O uso da Força Nacional já havia sido discutido na quarta-feira com o ministro da Justiça, Anderson Torres.

Alan Rick e produtores rurais pedem providências contra invasões de terra nos limites do Acre, Rondônia e Amazonas

Na oportunidade, Alan falou sobre a recente invasão da fazenda Santa Cármen, da família Leite, em Porto Velho (RO), ocorrido no dia 21 de abril, onde 40 homens fortemente armados açoitaram trabalhadores, destruíram casas, currais, atearam fogo em maquinários, destruíram edificações e desmataram uma área de reserva legal da localidade.

“São milicianos travestidos de militantes de movimentos sociais, que invadem propriedades produtivas, ameaçando pessoas que trabalham honestamente. Desde 2018 venho denunciando esses conflitos”, disse.

“Eu e o Ministro da Justiça estivemos juntos, conversamos bastante, fizemos contato e já alinhamos as ações que vamos adotar. Junto com o comandante-geral, com o secretário de segurança do estado de Rondônia para que nós pudéssemos, então, trazer ao presidente aquilo que a gente optou, como nós vamos agir. Então sim, a Força Nacional estará em breve conosco fazendo a proteção da nossa população e dos nossos produtores”, disse o governador.

Invasão, tortura e destruição

No Rural Notícias desta quarta-feira, 28, nós mostramos imagens da fazenda Santa Carmem, próxima a porto velho, que foi invadida no dia 21 de abril por cerca de 40 homens fortemente armados. Eles torturaram funcionários e depredaram toda a propriedade. Segundo o dono da fazenda, o prejuízo foi de mais de R$ 2 milhões.

Foto: arquivo pessoal

A fazenda Novo Brasil foi e continua invadida há alguns meses e há relato de assassinatos de policiais na região, supostamente pelo mesmo grupo criminoso.

Na propriedade Nossa Senhora Aparecida, em Chupinguaia, o produtor que está lá desde 1991, relata que houve muita destruição e invasão desde agosto do ano passado. A propriedade permanece invadida.

“É uma coisa inexplicável. Só quem vive sabe o que tá acontecendo. Você está produzindo, plantando e colhendo, fazendo de tudo para melhorar o país e, de repente, do dia pra noite um bando de gente entra na propriedade, acaba com tudo ,queima a casa, o curral, o maquinário. Impede de produzir, cortam as pontes para que não se possa escoar a produção”, relata o proprietário Antônio Afonso, que diz que a sensação é de impotência: “Estamos à mercê desses bandidos”.

Foto: Divulgação

Ajuda federal

A Força Nacional é composta por policiais federais e de outros órgãos de segurança estaduais como as polícias civil e militar. Ela foi criada em 2004 para atuar em atividades de preservação da ordem pública e garantia da segurança de pessoas e patrimônios.

É o ministério da Justiça e Segurança Pública quem deverá coordenar o envio de membros da força nacional para o estado de Rondônia nos próximos dias. Segundo a secretaria de segurança pública do estado, 95 propriedades rurais já foram invadidas e 69 processos de reintegração de posse estão parados por causa da pandemia.

“Enquanto a Força Nacional faz a contenção, faz o perímetro, faz a segurança, a nossa tropa faz a execução das reintegrações”, explicou o coronel Alexandre Almeida, Comandante-Geral da Polícia Militar de Rondônia

O Secretário de Segurança Pública de Rondônia, Hélio Pachá, explica que houve um aumento no patrulhamento rural e haverá investimento em veículos blindados. “Já estamos com processo sendo iniciado para que a gente tenha mais segurança para enfrentar essas organizações que estão infiltradas sob o manto de um movimento social. Já temos a identificação e vamos buscar localizar e prender os cabeças dessa organização criminosa”, disse.

Produtores apreensivos com a situação

O produtor rural Ricardo Leite, que teve sua fazenda invadida, ao dispor da palavra, disse ser inadmissível as invasões. “Uma vida toda de trabalho destruída por bandidos que atacaram trabalhadores e destruíram a propriedade”. O produtor rural Sidney Zamora se emocionou ao relembrar que já convive com sua fazenda invadida há quatro anos.

“É um absurdo que os invasores façam o desmatamento e os produtores rurais estejam respondendo criminalmente por isso, pois além de terem suas propriedades invadidas ainda respondem pelos crimes ambientais dos bandidos”. 

Por fim, o Ministro Anderson se manifestou de maneira firme agradecendo a vinda da comitiva e declarou apoio aos produtores quanto uma resposta efetiva. Disse ainda que as invasões são orquestradas para prejudicar o governo federal. Afirmou também que os produtores podem contar com o ministério para uma resposta efetiva.

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