Bovinos taurinos e zebuínos: entenda as diferenças entre as duas subespécies

A diversidade na criação de bovinos é marcada pela presença de duas subespécies distintas, os taurinos e zebuínos, que desempenham papéis cruciais na produção de carne, leite e até mesmo no cenário esportivo do atletismo bovino.

No mundo, existem aproximadamente 800 raças de bovinos, totalizando 1,4 bilhão de animais. Dessas, cerca de 480 originam-se dos bovinos taurinos e zebuínos, predominantemente encontrados na Europa e Ásia. No Brasil, por sua vez, há cerca de 60 raças, representando 7,5% do total mundial. Continue lendo para explorar mais sobre essas duas subespécies!

Origem

A linhagem bovina doméstica (Bos taurus) se divide em duas categorias principais: Bos taurus taurus e Bos taurus indicus. Os exemplares da subespécie Bos taurus taurus são conhecidos como bovinos taurinos ou europeus, devido à sua origem no continente europeu. Esses animais são reconhecidos por sua notável produtividade, mas mostram susceptibilidade a altas temperaturas, carrapatos e umidade excessiva, características típicas do clima tropical. Exemplos de raças incluem Holandês, Pardo Suíço, Jersey, Simental, Angus, Caracu, entre outros.

Bovinos taurinos e zebuínos
Foto: Eduardo Rocha/Angus

Por outro lado, as raças pertencentes à subespécie Bos taurus indicus são chamadas de bovinos zebuínos, indianos ou asiáticos, devido à sua origem na Ásia. Esses animais são conhecidos por sua extraordinária resistência a condições adversas, como altas temperaturas, carrapatos e doenças, embora sua produtividade seja geralmente inferior. Exemplos de raças desta subespécie incluem Nelore, Guzerá, Gir, Tabapuã, Indubrasil, Sindi, Brahma, entre outros.

Bovinos taurinos e zebuínos
Gir Foto: Divulgação

Considerando essas variáveis, no Brasil é comum realizar cruzamentos entre bovinos taurinos, que apresentam maior produtividade, e bovinos zebuínos, que são mais adaptados e resistentes ao clima tropical brasileiro.

Como diferenciá-los

Para distinguir essas subespécies, é possível observar características distintivas, como orelhas, dorso e pescoço. Os bovinos taurinos possuem orelhas pequenas e eretas, enquanto os zebuínos exibem orelhas grandes e pendulares. A presença de cupim é uma característica exclusiva dos zebuínos, formando um montículo no dorso próximo ao pescoço, ausente nos taurinos.

Características físicas:

Bovinos Taurinos:

  • Cor: Variedade de pelagem, com destaque para a vaca holandesa de pelagem branca com manchas pretas.
  • Tamanho: Geralmente de porte médio a grande.
  • Forma do Corpo: Corpo compacto e musculoso, estrutura óssea robusta.
  • Orelhas: Pequenas e eretas.
  • Dorso e Pescoço: Ausência de cupim no dorso, barbela menos desenvolvida.

Bovinos Zebuínos:

  • Cor: Pelagem variada, com exemplares como o Nelore frequentemente brancos.
  • Tamanho: Porte médio a grande, variando entre sub-raças.
  • Forma do Corpo: Corpo mais esguio, ossatura leve e adaptada a climas quentes.
  • Orelhas: Grandes e pendulares.
  • Dorso e Pescoço: Presença de cupim próximo ao pescoço, desenvolvimento significativo de barbelas.

Adaptabilidade a diferentes ambientes

Os bovinos taurinos apresentam vantagens notáveis, caracterizando-se por alta produtividade e desempenho eficaz em sistemas intensivos de produção. No entanto, é importante observar que esses animais possuem desvantagens, como menor resistência a altas temperaturas, umidade e parasitas.

Por outro lado, os bovinos zebuínos destacam-se por sua extrema resistência a climas quentes, bem como pela habilidade de se adaptarem a pastagens escassas. Apesar dessas vantagens, é importante mencionar que os zebuínos geralmente apresentam uma produtividade menor, especialmente em condições intensivas de criação. Essas distinções fundamentais entre as subespécies Bos taurus taurus e Bos taurus indicus são cruciais para a seleção adequada em diferentes contextos de produção agropecuária.

Desempenho

Em termos de desempenho, as subespécies bovinas taurinas e zebuínas desempenham papéis distintos na produção agropecuária. Os taurinos são preferencialmente criados para a produção de carne, caracterizando-se por uma notável taxa de crescimento rápido e uma proporção mais elevada de carne magra em comparação com os zebuínos. Por outro lado, os zebuínos destacam-se na produção tanto de leite quanto de carne, exibindo uma maior capacidade produtiva de leite e uma resistência robusta a doenças tropicais e parasitas.

Importância econômica

Do ponto de vista econômico, ambas as subespécies desempenham papéis significativos no agronegócio global. Os taurinos são amplamente empregados na produção de carne em todo o mundo, enquanto os zebuínos predominam em países tropicais, onde são valiosos tanto para a produção de carne quanto para a de leite. No Brasil, por exemplo, a raça Nelore, uma subespécie de zebuíno, é a mais predominante, representando cerca de 80% do rebanho bovino do país.

Manejo e melhoramento genético

O manejo adequado dessas raças é essencial para otimizar seu desempenho e bem-estar. Isso inclui práticas específicas adaptadas a cada subespécie, como a sensibilidade dos taurinos ao frio, exigindo abrigo adequado no inverno, e as necessidades dos zebuínos por sombra e água fresca durante o verão. Além disso, a reprodução desempenha um papel crucial no manejo, com muitos criadores recorrendo a técnicas avançadas de inseminação artificial para aprimorar a qualidade do rebanho.

Os programas de melhoramento genético desempenham um papel crucial na moderna criação de gado, buscando aprimorar a qualidade do rebanho por meio da seleção de características desejáveis e eliminação das indesejáveis. No Brasil, o programa de melhoramento genético da raça Nelore destaca-se como um dos mais bem-sucedidos globalmente, contribuindo significativamente para aprimorar a qualidade do rebanho.

Conclusão

Em resumo, os bovinos taurinos e zebuínos se destacam como duas subespécies distintas, manifestando variações marcantes em termos morfológicos, genéticos e adaptativos. Originários de continentes distintos, os bovinos taurinos, com sua origem na Europa e Ásia, exibem características como pelagem curta, chifres pequenos e corpulência.

Vale notar que a possibilidade de cruzamento entre essas subespécies resulta na criação de animais híbridos, que combinam as vantagens distintas de ambas as linhagens. Essa diversidade genética promissora representa uma oportunidade para aprimorar características desejáveis na criação de bovinos, contribuindo para a evolução e eficiência da pecuária.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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