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Pecuarista mostra como fazer o boi ganhar 17@ em apenas 13 meses

Técnica de castração dos animais ao nascimento tem repercutido entre os pecuaristas que desejam alcançar um animal precoce e aumentar o lucro dentro da pecuária de corte no Brasil. Confira!

A tecnologia, se assim podemos chamar, de realizar a castração dos animais ao nascimento, tem ganhado inúmeros adeptos pelo Brasil por trazer inúmeros benefícios: animais precoces, bonificação no frigorífico e consequentemente o aumento do lucro do sistema. Técnica de castração dos animais ao nascimento tem repercutido entre os pecuaristas que desejam alcançar um animal precoce e aumentar o lucro dentro da pecuária de corte no Brasil. Confira!

A castração dos animais ao nascimento é realizada já no ato de cura do umbigo em que o animal passa após o nascimento. Essa técnica, aliada a uma gestão de qualidade com protocolos de nutrição e manejos adequados tem permitido aos pecuaristas alcançarem, em média, 17@ em apenas 13 meses de idade desse bezerro.

Para explicar melhor sobre o tema, veja a pergunta que o especialista e CEO do CrossBreeding, Alexandre Zadra, respondeu em seu portal::

“Zadra, existe alguma fazenda no Centro norte do Brasil que castra seus animais no nascimento? E qual é a diferença esperada de ganho de peso em relação aos animais inteiros se forem abatidos bem jovens como superprecoces? Qual é a raça adotada por eles?” Virgílio Ferreira Luz – Sapezal (MT).

Resposta do especialista e consultor:

Existe em Porto Velho um grupo de técnicos que implantam nas fazendas que assistem a castração ao nascimento, pois a grande maioria das fazendas que orientam trabalham com o ciclo completo da pecuária e bois inteiros nessas fazendas representam problema na juventude.

Uma das fazendas que realiza esse trabalho é a Espora de Prata, localizada no pequeno município de Rio Crespo, sendo de propriedade da família do Ademir, o qual implantou há dois anos o programa “touro zero”. O próprio nome denota o sistema reprodutivo do rebanho, ou seja, 100% das fêmeas são inseminadas através da IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo), sendo a totalidade das novilhas ressincronizadas até duas vezes com sêmen de touros Angus americanos provados.

O sistema de cruzamento adotado pela Espora de Prata foi o terminal com três raças e tem como particularidade a reposição de fêmeas do rebanho. Buscando eficiência máxima, Ademir garante a reposição de matrizes comprando novilhas Nelore na região, inseminando-as com 320 kg de peso vivo. Sua decisão foi pautada pela alta disponibilidade de fêmeas Nelore no mercado rondoniense.

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Novilhas Nelore prenhes. Foram compradas quando bezerras e recriadas na Espora de Prata Fonte: Autor

Assim que as novilhas F1 Nelore-Angus entram em reprodução, Ademir usa sêmen de Brangus nessas futuras matrizes, destinando 100% desses animais tricross  para o abate.

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Matrizes Nelore paridas de Angus e matrizes F1 paridas de Brangus – Fazenda de Dorival – Ariquemes. Foto: Autor

No campo nutricional, a Espora de Prata vem ministrando ração aos bezerros à vontade desde o primeiro mês de vida no sistema de creep feeding, além de adotar a castração dos machinhos já no momento do nascimento, procedimento raramente adotado pela classe pecuária, já que existem trabalhos que demonstram que animais castrados consomem mais ração para ganhar o mesmo peso que os animais inteiros.

Outra particularidade do sistema nutricional adotado pelos consultores Ademir e Sidson foi a implementação de pequenos silos para ração de uso diário no creep feeding, ou seja, cada creep possui seu próprio silo com capacidade de até 3 toneladas, o qual é usado para suprir a necessidade nutricional de cada lote de bezerros por alguns dias.

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Creep Feeding coberto com silo de 3 toneladas. Suplementação com consumo à vontade com ração de qualidade a partir dos 30 dias de vida. Foto: Autor

Vimos esses animais castrados desmamados com 7 para 8 meses, pesando mais de 300 kg, os quais entram em piquetões de braquiarinha (b.ruziziensis) permanecendo nos mesmos com suplementação de ração na quantidade de 2% do peso vivo em cochos cobertos, muito bem construídos com telha galvanizada e cochos com borrachão de usina. Dessa forma, os machos são abatidos com até 13 meses, pesando na media 17@.

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Com Ademir Ribeiro, veterinário e consultor na Espora de Prata. Cochos cobertos nos piquetes de b. ruziziensis. Bezerros são desmamados e levados diretamente ao pasto recebendo dieta concentrada de 2% do PV até o abate. Foto: Autor

A prática da castração ao nascimento pode ser um manejo adequado para fazendas que adotam o ciclo pecuário completo( cria, recria e engorda), minimizando a chance de machos inteiros F1 cobrirem suas irmãs. Outrossim, sabemos que a diferença de peso entre irmãos e irmãs F1 Angus até a desmama por vezes deixa a desejar.

Tal realidade pode ser causada pelo libido dos machos antes da desmama, os quais permanecem atrás de alguma vaca que esteja no cio durante boa parte do dia, diminuindo muito a ingestão de leite e forragem.

Compre Rural com informações do Cross Breeding

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