COIMMA é top 10 inovação do Brasil

Eleita pela Revista Forbes, a COIMMA figura entre as 10 empresas mais inovadoras do Brasil ao lado de empresas como Raizen, Pepsico e Vivo.

A Revista Forbes elegeu dez companhias em atuação no pais que se destacam pela coragem de criar e implementar produtos e processos inéditos e disruptivos. Confira parte da matéria abaixo.

Fundada em 1951 pelos avós de Paulo, a Coimma é hoje a maior fabricante de balanças e troncos de contenção para gado da América Latina. Começou como uma pequena oficina de consertos de carroças. No fim dos anos 60, com o aumento das atividades agropecuárias, o avó José Dansieri (com “s” mesmo. “É uma daquelas típicas confusões de cartório. Descobri que, na Calábria, a família é Danzieri”, conta o neto) começou a fabricar as balanças e os troncos – também chamados de bretes, estes últimos são equipamentos para imobilizar o gado para que possa ser feito nele qualquer procedimento com segurança.

empresas mais inovadoras do brasil
Foto: Reprodução da Revista

Quando Paulo assumiu, não existia na Coimma uma cultura de governança. Ela crescia, mas era bastante familiar. Hoje, o grupo conta com outras cinco empresas, 200 funcionários, 640 representantes no Brasil, está presente em 14 outros países, vende entre 1.300 e 1.500 equipamentos por ano e cresceu 35% neste semestre em comparação ao mesmo período do ano anterior. “Ao vir para cá, meu objetivo era profissionalizar a empresa”, conta ele. “A família era muito conservadora, e eu gosto de inovação. Comecei a pensar que devíamos investir em tecnologia. O primeiro produto inovador que criamos foi o Megatron“. Lançado em 2016, o tronco hidráulico Megatron tem 100% de seu manejo feito por controle remoto. As paredes laterais almofadadas e o assoalho com piso emborrachado foram pensados para aumentar o conforto e diminuir o estresse do animal.

COIMMA Megatron tronco completo
Foto: Divulgação

“Geralmente o boi é colocado ‘no braço’ no equipamento”, diz o CEO. “Essa automação impacta na redução de mão de obra, na diminuição de custos, em melhor qualidade da carne e num tratamento mais digno para o animal.” A tecnologia permite que o gado seja manejado quatro vezes mais rápido que nos troncos convencionais.

Há oito anos, a empresa, em parceria com a Embrapa, começou a estudar uma solução que virou uma plataforma para melhorar a gestão das fazendas produtoras de gado – e que acaba de sair do forno. Batizada de Balpass, é uma “balança de passagem” ou de “autopesagem”: O sistema remoto fica no pasto, instalado em um corredor que afunila a ida dos animais ao bebedouro, e permite pesar os animais um a um. “O boi já está microchipado com o bottom na orelha. Conforme ele vai beber água, é feita a sua identificação, e seu peso é enviado por nuvem para o pecuarista, que tem a informação em tempo real no computador ou no celular”, explica Paulo Dancieri.

Segundo o CEO, no Brasil – de cerca de 218 milhões de cabeça de gado -, apenas 5% dos pecuaristas têm balanças em suas fazendas, embora vendam seu produto por peso. “E mesmo os que têm só pesam os animais duas a três vezes, perto e antes do abate, e apenas para conferência de peso, nunca como ferramenta de gestão. Um dos problemas é que toda vez que o animal tem que ser levado para a pesagem no curral, que costuma ser distante do pasto, ele perde peso, se lesiona. Com a Balpass, o gado que era pesado três vezes na vida passa a ter seu peso conferido três vezes ao dia.”

COIMMA Megatron tronco
Foto: Divulgação

O sistema ajuda a identificar, por exemplo, o chamado “boi ladrão”, que come demais, aumenta os custos da fazenda e não dá retorno – é possível vendê-lo ou abatê-lo antes. E monitora o boi que não foi beber água e que pode estar doente. Além disso, identifica os animais que estão acima ou abaixo da performance considerada ideal pelo pecuarista. E tem ainda mecanismos de inteligência artificial que permitem ajudar a tomar as melhores decisões para que a fazenda tenha à melhor rentabilidade possível.

“Não tenho notícia de ter havido anteriormente uma solução igual no mundo”, afirma o CEO. “Entendemos que isso vai ser uma ferramenta absolutamente disruptiva, justamente porque consegue dar um olhar para o futuro em uma atividade que tem potencial enorme de ganho, mas gaps absurdos por falta de tecnologia”.

Por Angelica Mari, Cláudia de Castro Lima e José Vicente Bernardo, Adaptado da Revista Forbes

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