As vendas do material subiram 18% de janeiro a setembro de 2019, para 11,4 milhões de doses. Valor deve ser ainda maior com a demanda aquecida no final do ano. Confira!
As vendas de sêmen bovino cresceram 18% nos primeiros nove meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2018, e alcançaram 11,4 milhões de doses, segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). A expectativa é que esse número chegue a 18 milhões até o final de 2019. O crescimento se deve, principalmente, à demanda aquecida pela carne brasileira, o que leva produtores a investir em melhoramento genético das raças de corte.
“O pecuarista compreendeu o valor do melhoramento genético. É um insumo que tem efeito sobre várias gerações e atua tanto no aumento da produção quanto na redução de custo”, afirma o presidente da Asbia, Márcio Nery Magalhães Júnior. De acordo com ele, a inseminação artificial corresponde a apenas 1% a 2% do custo total da produção, em média.
Conforme Magalhães, o melhoramento genético possibilita ao animal produzir mais leite ou ganhar mais carne, consumindo a mesma quantidade de alimentos. “Ao melhorar a eficiência alimentar, os custos são reduzidos”, explica. “Os animais também se tornam mais saudáveis e resistentes à doença, o que resulta em menos gastos com medicamentos”, completa.
O crescimento do mercado de sêmen bovino se deve, principalmente, às raças de corte: foram mais de 7,9 milhões de doses comercializadas entre janeiro e setembro, ante 6,4 milhões no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 23,6%. “Estamos vivendo um período muito positivo no corte, com a demanda de carne aquecida por parte da China, da Europa e de outros países, e a perspectiva é crescer mais ainda”, diz Magalhães.
Mercado
Na Semex Brasil, há mais de 35 anos no mercado de inseminação artificial, o crescimento foi ainda maior do que a média do mercado, de 28,8% nos nove primeiros meses de 2019. No segmento de corte, a empresa cresceu 36,4%. “Temos vendido bastante também para o mercado externo, principalmente para países de América Central, América do Sul e Ásia”, diz o gerente de mercado da Semex, Cláudio Aragon.
Ele diz que o crescimento da empresa se deve ao investimento em programas voltados para o produtor rural, à consolidação do produto no mercado e à demanda pela carne brasileira no exterior. “O produtor de carne está muito consciente de que precisa ter um produto de qualidade diferenciada para competir melhor nesse mercado externo e investe na genética com o objetivo de conseguir abater animais com qualidade de carcaça melhor e mais cedo”, afirma.
Na ABS, equipes técnicas foram ampliadas para atender o crescimento da demanda. A produção de sêmen da empresa no Brasil se concentra em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e o produto é destinado aos mercados interno e externo, sobretudo da América Latina. Segundo o gerente comercial da empresa, Alexandre Lima, o melhoramento genético é necessário para a rentabilidade dos negócios: “O cenário é favorável ao investimento ante o aumento da arroba do boi gordo e a necessidade da modernização das fazendas de leite para garantia de lucro”.
Comércio de doses para raças leiteiras cresce 7,2% no país
As vendas de sêmen bovino para raças leiteiras cresceram 7,2% nos primeiros nove meses do ano, para 3,5 milhões de doses comercializadas, ante 3,2 milhões no mesmo período de 2018. Minas Gerais é o principal consumidor do material genético no segmento leiteiro e corresponde a 30,7% das vendas realizadas em todo o país no período, de acordo com números da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia).
A produção de sêmen para raças leiteiras, que representa a totalidade da coleta e industrialização de sêmen pelas centrais produtoras, também cresceu: de 1,02 milhão de doses, de janeiro a setembro do ano passado, para 1,3 milhão, uma alta de 28%.
No caso das raças leiteiras, o melhoramento genético é importante para aumentar a produção e a qualidade do leite, segundo o gerente de mercado da Semex Brasil, Claudio Aragon. “Influencia bastante a capacidade da vaca de passar mais tempo produzindo. O investimento em genética tem o objetivo de melhorar a qualidade do produto e aumentar a lucratividade do produtor”, diz.
Corte
No caso de sêmen para raças de corte, Minas Gerais corresponde a 5,5% das vendas. No país, Mato Grosso (20,7%), Mato Grosso do Sul (17,4%) e Goiás (11%) concentram a demanda por sêmen bovino no país.
- Time de Cássio Dias é campeão da temporada Regular da PBR
- Abiarroz defende manutenção de acordos que favorecem exportação de arroz ao México
- Análise do Ciclo de Vida dos Combustíveis (ACV) e Captura e Armazenagem de CO2 (CCS) no Combustível do Futuro
- Sefa apreende 20 mil litros de combustíveis e 24 mil unidades de cachaça na BR-163
- Dia Mundial do Algodão: conheça as características da produção de algodão no Brasil
Exportações do material genético também estão em alta
As exportações de sêmen bovino também estão em alta. De janeiro a setembro deste ano, 344.278 doses foram vendidas para fora, um aumento de 30,3% em comparação com o mesmo período de 2018.
“O grande mercado de exportação de corte e leite são os países da América Central e do Sul”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Márcio Nery Magalhães Júnior.
O maior crescimento foi da exportação das doses voltadas para a pecuária leiteira: de 112.169 para 157.789, alta de 40%. No segmento de corte, as vendas cresceram 22,6%.
Preço
Dose. O valor da dose de sêmen convencional das raças de corte fica em torno de R$ 25. No caso das raças de leite, o valor médio é de R$ 30, de acordo com a Asbia.
Fonte: O Tempo