“Não acredito que irá perdurar este tempo de exigência, até porque a China compra a melhor carne do mundo pelo menor preço”; Você concorda?
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonatan Pereira Barbosa, disse ao O Progresso que o embargo chinês à carne brasileira não trata-se de restrição sanitária, mas sim de uma jogada comercial. O presidente afirmou que, após a liberação da entrada da carne para contratos assinados até 04 de setembro, o mercado já caminha para a retomada da exportação para novos contratos.
“Não acredito que irá perdurar este tempo de exigência, até porque a China compra a melhor carne do mundo pelo menor preço”, disse o presidente.
No início da semana passada, as autoridades alfandegárias da China decidiram aceitar os pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenha recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro, permitindo que os carregamentos retidos nos portos chineses finalmente fossem liberados na alfândega.
O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China no início de setembro após detectar dois casos atípicos de doença da vaca louca, mas a carne que já estava nos portos continuou sendo exportada, com a maior parte não conseguindo passar pela alfândega na chegada à China.
No entanto, segundo a Acrissul, os dois casos detectados no Mato Grosso e em Minas Gerais foram casos atípicos, que não oferecem prejuízos e não justificam a restrição do mercado chinês. “Não podemos admitir que um país que consome carne de todo tipo, como cachorro, morcego e rato, venha moralizar as exigências sanitárias da carne brasileira. Isso é inadmissível”, reclamou o pecuarista.
Ele afirmou, ainda, que assim como outros Estados, a carne produzida no Mato Grosso do Sul também foi afetada pelo embargo, mas a expectativa é boa para o futuro. Hoje, os Estados com maior produção de carne bovina no Brasil são o Mato Grosso e Pará.

O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina da China, atendendo a cerca de 40% de suas importações e, na época do embargo, os compradores esperavam inicialmente que o comércio fosse retomado em algumas semanas.
- Painel discute cooperação para financiamento da recuperação de áreas degradadas, saúde e conservação do solo
- Controle da cigarrinha das raízes se torna prioridade no manejo da cana-de-açúcar
- Concurso de Carcaças confirma avanço da Carne Hereford na entrega ao consumidor
- Alerta: Inmet prevê tempestades de 100 mm, granizo e ventos de até 100 km/h; veja onde
- Mapa apresenta visão do governo para redução do metano na agropecuária durante painel na COP30
Atualização
Os casos da doença foram considerados “atípicos” por serem de um tipo espontâneo, originado de mutação em um único animal, e não causados por transmissão no rebanho. De acordo com a OIE (Organização Internacional de Saúde Animal, na sigla em inglês), casos desse tipo não oferecem riscos à saúde humana e animal, e são em geral detectados em bovinos mais velhos.
A alfândega chinesa não deixou claro quanto tempo levaria para liberar a carne autorizada para importação, ou a quantidade de produto presa no limbo desde a suspensão de exportações — na estimativa da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), há cerca de 100 mil toneladas que foram certificadas antes de 4 de setembro. O embargo a novas exportações, entretanto, continua.
Compre Rural com informações do jornal O Progresso.