Ex-ministro de Lula critica hostilidade do presidente ao agronegócio brasileiro

Ex-ministro do primeiro mandato de Lula (PT), Aldo Rebelo criticou o primeiro ano da volta do presidente ao cargo; declarações foram feiras durante entrevista ao UOL News

Deputado por 24 anos pelo PCdoB e quatro vezes ministro nos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Aldo Rebelo criticou o primeiro ano da volta do presidente ao cargo, as declarações foram feiras ao UOL News na manhã desta sexta (19). “Tenho apreço pelo presidente Lula. Tenho gratidão pelo presidente Lula […] Em relação a atual gestão, eu sou muito crítico. Acho uma tragédia. Acho um desastre. Não tem um projeto de desenvolvimento para o país.” – disse ele durante a entrevista.

O ex-ministro de Lula está em evidência depois de aceitar o convite do prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para ocupar o lugar de Marta Suplicy na secretaria de Relações Internacionais.

O político também criticou a postura do presidente ao setor que contribuiu, de forma grandiosa, para o crescimento do país nos últimos anos, o agronegócio. “É uma agenda antidesenvolvimento, é uma agenda de hostilidade ao setor do país que poderia ajudar o governo a sair do problema que se encontra: a agricultura, a agroindústria, a fronteira mineral que temos no país. Tudo isso paralisado e imobilizado com uma agenda controlada pelos interesses internacionais, principalmente na Amazônia.” – concluiu Aldo.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Críticas de Lula ampliam desgaste do governo com o agro

O ano de 2022 foi marcado por uma das mais disputadas eleições a presidência da República, protagonizada por Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda durante a campanha eleitoral, as declarações do ainda então candidato a presidência, aumentaram seu distanciamento do agronegócio. Em entrevista à TV, ele chegou a afirmar que parte do setor é fascista e direitista. Discursando para militantes, propôs impor limites à exportação de carne, setor em que o Brasil é líder mundial.

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Foto: Andre Penner/AP

Em junho de 2023, durante o discurso na abertura da Bahia Farm Show, na cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o agronegócio brasileiro depende do apoio estatal para sobreviver. Lula destacou que, sem o suporte financeiro do Estado, o setor não seria capaz de manter suas operações, incluindo o financiamento de maquinários, colheitas e a garantia das exportações.

“Se não é o Estado colocar o dinheiro, muitas vezes o agronegócio não estaria do tamanho que está para financiar máquinas, safra e garantir exportações”, disse o presidente. Segundo ele, é “mentira” dizer que os produtores do setor não precisam do governo.

Ainda em 2023 o presidente chegou a dizer que o setor tem ‘problema ideológico’ com sua gestão.Em entrevista a rádios de Goiás, Lula disse que “não quer saber se produtor rural gosta” dele ou não e pontuou que atua por “condições melhores” de trabalho para 215 milhões de brasileiros, incluindo o agro, setor em que enxerga resistências.

Clima provoca crise no agronegócio

A produção agrícola brasileira será muito afetada pela estiagem desse ano. O que aconteceu com o Rio Grande do Sul nos últimos dois anos agora inverte e passa a assolar as grandes lavouras do Centro-Oeste brasileiro. O Mato Grosso, por exemplo, prevê perdas de até 40% na produção da soja.

O advogado gaúcho, Francisco Torma, falou sobre as dificuldades de se estabelecer uma adequada política agrícola em um país de proporções continentais como o Brasil. Em todo o ano vão existir regiões que produzirão bem e outras que padecerão ante algum evento climático ou agrobiológico.

É preciso sair do ciclo de perda – reclamação com o governo – migalhas governamentais inúteis – briga por prorrogação de crédito. Os dois principais caminhos para a produção agrícola com viabilidade financeira passam pela incorporação de novas tecnologias em sementes, tornando-as mais adaptáveis às variações climáticas, junto com uma boa política de seguro agrícola, com diluição dos custos do prêmio entre os participantes da cadeia produtiva.” – enfatiza o advogado.

“Fora isso, é discurso político vazio e venda de milagres com prorrogação de dívida e recuperação judicial.” – finaliza.

Colaborou Francisco Torma, advogado do Agronegócio.

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