Existe uma nova gripe aviária? Saiba mais

Os vírus evoluem constantemente por mutações e rearranjos, podendo ser transmitido ao homem, tendo potencial de causar doença grave em humanos.

Recentemente, a notícia do aumento dos casos da gripe aviária deixou muitas pessoas preocupadas. Mas, assim como no passado, não é hora de pânico! É preciso se informar e entender o que realmente está acontecendo.

Mais do que isso, é fundamental pensar em estratégias para a manutenção da Sanidade dos Plantéis; o investimento em Boas Práticas de Produção faz-se necessário e a Biosseguridade será fator decisivo na sustentabilidade da Produção.

Sabemos que a falta de informações sobre o assunto é prejudicial e, por isso, preparamos este post. A seguir, você confere tudo sobre a nova gripe aviária e entende as medidas já tomadas pelas autoridades e pelas entidades brasileiras! Boa leitura!

O que é a gripe aviária?

Trata-se de uma doença com grande potencial de contaminação entre as aves e de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Animais como galinhas, perus, codornas e outras aves podem sofrer muito, tendo complicações que levem a óbito.

Os vírus evoluem constantemente por mutações e rearranjos, podendo ser transmitido ao homem, tendo potencial de causar doença grave em humanos.

Afinal, existe uma nova gripe aviária?

Quem trabalha na avicultura brasileira provavelmente está se perguntando neste momento: afinal, existe uma nova gripe aviária? É fundamental saber que foram registrados dois novos tipos dessa doença em 2021-2022.

O primeiro caso foi descoberto na Rússia, e o paciente foi infectado pela cepa H5N8. Já o segundo caso é proveniente da China e tem como causa o vírus do subtipo H10N3.

Em 2021 e 2022, aconteceram novos casos de humanos contaminado com novas cepas da gripe aviária. O primeiro caso de infecção por H5N8 foi registrado em um paciente na Rússia em 2021. Já os primeiros casos das variantes H10N3 (2021) e H3N8 (2022) foram registrado em humanos na China.

Apesar disso, vale destacar que os dois infectados evoluíram bem e tiveram um quadro com sintomas leves. Ainda assim, estamos diante de uma prova clara de que o vírus é capaz de passar por várias mutações e de animais para pessoas.

Ela já chegou ao Brasil?

Fique tranquilo! As autoridades brasileiras não registraram nenhum caso de gripe aviária de alta patogenicidade em nosso território. No entanto, é preciso seguir alerta e observar com atenção qualquer sinal de adoecimento em aves.

A doença não é uma novidade no mundo. O primeiro relato de Influenza Aviária em aves foi em 1878, na Itália, ganhando a relevância que tem hoje a partir de 1996. De lá para cá, o vírus se espalhou pela Ásia, Europa, Oriente Médio, África e América do Norte. Na América do Sul o caso mais recente reportado de ocorrência da gripe aviária foi em 2016 pelo Chile.

Os produtores rurais e a própria população precisam entender que não há como afirmar que não seremos atingidos. Recentemente, o aumento de casos registrados nos Estados Unidos tem impactado consideravelmente a avicultura norte-americana.

A boa notícia é que o Brasil, além das tecnologias para criação de aves, tem um plano de medidas eficazes e dinâmicas que previnem a entrada da doença e que se adapta conforme ela avança no exterior. Esse é um dos motivos pelos quais somos referência mundial em qualidade da sanidade do produto. Essas ações são implementadas em um esforço conjunto entre governos, empresas e avicultores. Confira:

  • monitoramento da rota de aves migratórias;
  • monitoramento em granjas comerciais, realizada pelo Serviço Veterinário Oficial dos Estados
  • proibição da entrada de animais provenientes de áreas com registros de contaminação;
  • evitar acesso de pássaros aos aviários, por exemplo, com o uso de telas e cortinas nos aviários;
  • emissão de alertas aos produtores rurais.
  • disponibilização de alimentos sem contaminantes e água tratada;
  • evitar o uso de água de superfície sem tratamento adequado (açudes, lagos…);
  • controlar o acesso de visitantes à granja;
  • realizar higienização ou troca de calçado para acesso ao aviário;
  • garantir a limpeza e desinfeção de materiais e veículos que entram na propriedade;
  • Capacitação das pessoas envolvidas na produção de aves para identificar sintomas e lesões compatíveis com a Influenza Aviária.

O que diz o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA)?

Além das medidas apresentadas, é importante que você conheça o Programa Nacional de Sanidade Avícola. Ele foi elaborado há muito tempo, mas é extremamente importante para o enfrentamento da doença.

Ainda é válido lembrar de que não existe um tratamento para a gripe aviária. O que existe é esse plano de contingência que pode ser colocado em prática se porventura algum caso seja rastreado em nosso território. Confira algumas estratégias utilizadas!

Investigação imediata de casos suspeitos

O plano informa a necessidade de investigação em até 12 horas após a notificação de qualquer caso suspeito. Médicos veterinários, produtores e técnicos de granjas são os responsáveis por fazer a notificação imediata de morte repentina de aves com ou sem sintomas respiratórios e neurológicos ao Serviço Veterinário Oficial do Estado.

Como a gripe aviária no exterior impacta o mercado brasileiro?

Mesmo sem nenhum caso identificado no Brasil, o mercado interno não está livre dos impactos do aumento da gripe aviária. Isso porque o problema está causando prejuízos na indústria avícola mundial.

Nos últimos anos, o país se tornou destaque na produção da carne de frango, e os resultados do setor evoluíram bastante, especialmente com o aumento das exportações. Porém, com a notícia de uma nova onda dessa doença, podemos ser afetados de forma significativa.

Em países em que houve aumento dos casos, o consumidor começou a evitar o consumo desse alimento. Em razão do medo da contaminação, o mercado desaquece, e a quantidade de carne enviada para outros países cai.

Além disso, com mais carne de frango no mercado nacional, é normal que o valor de comercialização seja reduzido — é a lei da oferta e procura. Portanto, estamos diante de um cenário com consequências mundiais até mesmo para aqueles que impedem a entrada do vírus em seu território.

E se ocorrer Influenza Aviária no Brasil?

Em caso de isolamento do vírus no Brasil os impactos serão devastadores para o país. Além dos custos com erradicação da doença, limpeza e desinfecção das estruturas de criação, outros impactos como redução no consumo de carne e de ovos, redução da renda dos produtores e trabalhadores envolvidos na atividade, redução das exportações e aumento dos preços de frango, perus e ovos, isso resultará em perdas irreparáveis para o setor e para a economia do país.

Como proteger o seu plantel?

O problema é real, mas o pânico não ajuda em nada. Mesmo que a crise causada por uma possível disseminação do vírus venha a acontecer, existem meios de contornar a situação e proteger suas finanças.

A primeira grande dica é a prevenção. É imprescindível que o produtor adote todas as medidas de segurança para evitar que sua produção animal seja atingida. Isso reduz as chances de perdas de animais e mantém o país livre da doença.

Porém, caso o vírus chegue ao nosso território e em sua propriedade, seja ágil e estratégico. Isole os animais, realize a notificação imediata dos casos suspeitos e siga todas as orientações das autoridades públicas.

Por fim, fique sempre atento às tendências da avicultura. Essa é uma boa prática que ajuda o seu negócio a crescer, se destacar no mercado e reagir com mais agilidade e segurança em situações inesperadas.

Como é possível perceber, o produtor é um dos principais atores na luta contra o Influenza Aviária. Se todos agirem com responsabilidade e estratégia, conseguiremos proteger nossos animais e nossa economia.

Tirou suas dúvidas sobre a nova gripe aviária? Alguns casos já foram notificados no exterior e isso faz com que uma luz de alerta se acenda no Brasil. No entanto, nossa maior e poderosa arma sempre será a prevenção. Faça sua parte e siga firme!

Fonte: Nutrição e Saúde Animal
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