Exportadores de grãos deixam de ganhar US$ 1,2 bi com fila no Porto de Santos

Sérgio Mendes, diretor-executivo da Anec, aponta que, emitidos anteriormente em 48 horas, esses certificados agora demoram dez dias, causando uma preocupação significativa entre os associados.

O Porto de Santos, o maior do Brasil, enfrenta uma crise logística significativa devido à demora na emissão de certificados fitossanitários para embarques de grãos, bem como atrasos no envio de cargas de açúcar. Mais de 100 embarcações estão aguardando no porto com mercadorias, gerando prejuízos expressivos para os exportadores.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais do Brasil (Anec) estima que os exportadores de grãos do país deixaram de embolsar US$ 1,2 bilhão devido à demora na emissão dos certificados fitossanitários. Sérgio Mendes, diretor-executivo da Anec, aponta que, emitidos anteriormente em 48 horas, esses certificados agora demoram dez dias, causando uma preocupação significativa entre os associados.

Mendes destaca que a falta de fiscais agropecuários, responsáveis ​​pela liberação do documento, é a principal causa do problema. O Brasil perde eficiência nas operações de embarque em comparação com concorrentes como os Estados Unidos, onde a emissão dos certificados leva apenas 48 horas.

A Anec fez cálculos detalhados para chegar ao valor de US$ 1,2 bilhão em prejuízos, considerando o volume de exportação de soja programado para o ano, o que resulta em quatro navios por dia com atrasos médios de 10 dias.

O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Pablo Macedo, destaca o déficit de profissionais, com apenas 26 auditores no Porto de Santos, sendo necessários mais oito para atender à demanda. Ele ressalta que a equipe atual está se desdobrando em uma força-tarefa para lidar com a situação.

A agência marítima Alphamar aponta fatores adicionais para as filas de navios, incluindo atrasos nos embarques de açúcar devido às chuvas em outubro e o aumento atípico nos embarques de soja no segundo semestre. Em resposta, o Porto de Santos confirmou a fila de navios, mas destacou a dinamicidade da situação, que varia com as condições climáticas e outras autorizações permitidas.

O Ministério da Agricultura ainda não se pronunciou sobre o déficit fiscal agropecuário em Santos, agravando a preocupação sobre a continuidade do problema logístico no porto.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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