Faturamento do setor de adubo vai a US$ 35 bi neste ano, com alta de 51%

Dificuldades na oferta e alta dos preços externos elevarão o faturamento interno para US$ 18 bilhões neste ano, 35% a mais do que em 2021.

O movimento global de aumento de preços dos fertilizantes vai elevar o faturamento do setor para US$ 35 bilhões neste ano no Brasil, 51% a mais do que 2021.

A estimativa é da MacroSector Consultores, que prevê, no entanto, um recuo de 10% nas vendas internas desse insumo.

Após ter atingido o recorde 45,9 milhões de toneladas entregues em 2021, o volume deverá recuar para 41,3 milhões neste ano.

Avaliações de mercado indicam o mesmo fenômeno para o setor de agroquímicos. Dificuldades na oferta e alta dos preços externos elevarão o faturamento interno para US$ 18 bilhões neste ano, 35% a mais do que em 2021.

As importações de fertilizantes, que começaram aceleradas no primeiro semestre e estão perdendo fôlego no segundo, vão recuar para 34,5 milhões de toneladas neste ano, 12% a menos do que em 2021. Em valores, no entanto, a despesa sobe para US$ 20,3 bilhões, 42% a mais.

Fábio Silveira, diretor da MacroSector, acredita que essa redução na entrega de fertilizantes no país possa ser um inibidor de crescimento do volume da próxima safra.

Além de enfrentar um preço mais elevado dos insumos, o agricultor terá uma evolução de apenas 3% na renda deste ano. “O produtor vai ter de queimar gordura acumulada nos anos anteriores”, afirma.

“Os fundamentos de custos elevados e de renda menor colocam o patamar de 312 milhões de toneladas para a safra 2022/23 como audacioso”, afirma Silveira.

A relação de troca entre o valor recebido pelos produtos e o custo dos insumos, embora tenha melhorado para alguns itens, ainda continua desfavorável para o produtor.

Em outubro de 2020, o agricultor adquiria uma tonelada de fertilizante vendendo 30 sacas de milho; no mesmo mês do ano passado, esse volume subiu para 48; e, em 2022, está em 60 sacas.

No caso da soja, a relação era inferior a dez sacas em outubro de 2020, mas subiu para 26 em 2021, mesmo volume deste ano.

Os estoques de adubo serão maiores no final de 2022, em relação aos de 2021. Em 2023, porém, as coisas se normalizam, acredita Silveira. “Não deveremos ter novidades tão dramáticas como as deste ano, quando houve a junção de pandemia com guerra.” 

Fonte: Folha de S. Paulo

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