
De acordo com a consultoria Safras, as cotações dispararam em junho e continuaram subindo nos primeiros dias de julho nas principais praças do Brasil.
Os preços do boi gordo dispararam no mercado físico em junho e continuaram subindo nos primeiros dias de julho, de acordo com a consultoria Safras. “Há dois motivos que explicam toda essa situação, o primeiro deles e mais relevante é do acentuado apetite chinês no mercado internacional, comprando volumes bastante substanciais de proteína animal”, diz o analista Fernando Henrique Iglesias.
O país asiático continua com um significativo déficit no mercado local de proteínas animais, provocado pelo surto de peste suína africana (PSA) que dizimou o rebanho suíno doméstico.
Ao mesmo tempo, no Brasil a oferta de animais terminados, prontos para o abate, avaliando a ausência de incentivos para o pecuarista confinar as boiadas no primeiro giro (a decisão de confinamento no primeiro giro começa em março, período em que o mercado atingiu seu ponto de mínima no ano).
Veja a comparação de preços do boi gordo entre 26 de junho e 3 de julho:
- São Paulo: passou de R$ 217 para R$ 218
- Goiânia (GO): passou de R$ 209 para R$ 211
- Uberaba (MG): passou de R$ 209 para R$ 214
- Dourados (MS): passou de R$ 206 para R$ 211
- Cuiabá (MT): passou de R$ 188 para R$ 197
Contratos futuros para o Boi Gordo finalizam a 6º feira com novas quedas na B3
As cotações futuras para o boi gordo operaram com volatilidade na sessão desta sexta-feira (03) na Bolsa Brasileira (B3). O vencimento Julho/20 registrou uma queda de 1,06% e está precificado a R$ 214,70/@. Já o contrato Agosto/20 está cotado a R$ 212,00/@ e com uma desvalorização de 0,52%, enquanto, o Outubro/20 teve um recuo de 0,87% e cotado a R$ 211,15/@.
No aplicativo da Agrobrazil, os participantes informaram novas altas para a arroba do boi que atende padrão exportação. O boi China foi negociado em São José do Rio Preto/SP a R$ 227,00/@, à prazo com oito dias para pagar e com data para abate em 15 de julho. Em Rancharia/SP, o boi china foi negociado a R$ 225,00/@, à vista com data para abater em 10 de julho.
O mercado físico continua de poucas novidades e de firmeza nos preços, conforme a Agrifatto destacou em seu acompanhamento de mercado. “As escalas avançaram pontualmente nas principais regiões do país, entretanto, o cenário ainda é de escassez de matéria-prima. Em São Paulo, as programações de abate encerraram a quinta-feira (02) com 5,0 dias úteis”, apontou.
Na região de Sales/SP, o valor negociado para o animal comum foi de R$ 223,00/@, à vista e com data para o abate em 06 de julho. Já em Bandeirantes/MS, a arroba do animal com destino ao mercado interno foi comercializada a R$ 210,00/@, à vista e com data para abate em 09 de julho.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone, Caio Toledo Godoy, destacou que o número de animais confinados deve um aumento de 10% em julho frente ao mês de junho. “Nós temos um maior volume de animais confinados. “A intenção de confinamentos em junho é mais fraco, mas já possível ver que vamos ter um crescimento”, alerta.
O Pecuarista e Proprietário do Boitel Chaparral, Sérgio Przepiorka, apontou que 70% da capacidade dos confinamentos estão preenchidas. “A procura tem aumentado por confinamento no segundo semestre, mas um fator que preocupa os pecuaristas é a falta de milho disponível no mercado interno”, afirma
Atacado
Com relação ao mercado do atacado, os negócios na praça paulista de carne bovina começa a reagir dada as expectativas de melhora de vendas da proteína no mercado interno com a entrada do mês, período sazonal de maior fluxo de saída de carne bovina. “Apesar de estoques baixos e boa comercialização, os preços seguem estáveis com pressão de alta, mas ainda sem força. A carcaça casada bovina continua balizada em R$ 14,10/kg e o dianteiro em R$ 12,60-12,80/kg”, informou a Agrifatto.
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Exportação
As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 655,475 milhões em junho (21 dias úteis), com média diária de US$ 31,213 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 152,476 mil toneladas, com média diária de 7,260 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.298,90.
Na comparação com junho de 2019, houve ganho de 34,14% no valor médio diário, alta de 20,47% na quantidade média diária e avanço de 11,35% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Compre Rural com informações do Canal Rural e Notícias Agrícolas