Governo vai liberar R$ 3,7 bilhões para o crédito rural

Brasil distribuirá R$ 3,7 bilhões em subsídios à agricultura; Os subsídios estão no topo de sua alocação inicial, que se esgotou em meio a fortes aumentos das taxas de juros. Veja!

Segundo informações da Reuters, o Governo do Brasil planeja revelar R$ 3,7 bilhões (US$ 706,73 milhões) em novos subsídios agrícolas depois que sua alocação inicial para o setor se esgotou em meio a fortes aumentos nas taxas de juros, segundo uma fonte envolvida no plano. Os recursos são necessários para bancar a equalização de operações já realizadas, mas não deveriam comprometer novas contratações. A maior preocupação é com os riscos à safrinha.

A fonte, que falou à Reuters sob condição de anonimato, disse que o governo em breve assinará uma ordem executiva anunciando 800 milhões de reais que serão alocados como crédito a produtores afetados pelo clima no sul do país, bem como agricultores no estado. de Mato Grosso do Sul.

Outros R$ 2,9 bilhões serão destinados a empréstimos subsidiados a produtores após o Tesouro ter anunciado a suspensão dessas operações nesta semana.

No entanto, os recursos para os empréstimos subsidiados dependem de um projeto de lei que ainda não foi enviado ao Congresso, disse a fonte, acrescentando que o governo ainda está estudando o que pode cortar do orçamento deste ano para acomodar os novos gastos.

O Banco Central do Brasil desencadeou o ciclo de aperto monetário mais agressivo do mundo para combater a inflação de dois dígitos. Na semana passada, elevou as taxas para 10,75% em sua oitava alta consecutiva desde que partiu de baixas recordes de 2% em março do ano passado.

Os recursos para os empréstimos subsidiados dependem de um projeto de lei que ainda não foi enviado ao Congresso

O aumento das taxas de juros queimou o fundo de subsídios do governo, que paga aos bancos para baratear os empréstimos aos produtores. À medida que as taxas sobem, o governo deve pagar mais aos bancos para manter as taxas baixas para os produtores que contrataram o empréstimo.

Origem do problema

problema no Plano Safra começou na tramitação do Orçamento. Aprovada após muitos atrasos, a Lei Orçamentária Anual acabou sancionada com parâmetros defasados, não comportando mudanças feitas pela PEC dos Precatórios , que ampliou o espaço para gastos.

“Consideramos que a escalada da Selic não foi dimensionada quando da formulação do Orçamento 2022, o que compromete novas operações de crédito em 2022, assim como as tão necessárias renegociações de prazos de reembolso do crédito nas regiões cuja produção agropecuária foi significativamente impactada pela seca ou por chuvas excessivas”, afirmou o presidente da CNA, João Martins, no ofício.

A CNA se preocupa com o fim do período da safra 2021/2022, que vai até junho, e com a próxima, 2022/2023. Segundo a assessora de política agrícola da CNA, Fernanda Schwantes, o grosso das contratações de crédito ocorre no segundo semestre, quando ocorre o plantio dos principais grãos, como a soja e a primeira safra de milho. Além da seca no Sul, ela cita o excesso de chuva na Bahia e no Sudeste.

A confederação também vê impacto na inflação. “O aumento do custo do crédito, justamente em uma safra que estamos tendo preços recordes dos insumos, bem como a falta de alguns deles, além de problemas climáticos extremos que certamente irão impactar a oferta de alimentos, devem ocasionar aceleração inflacionária e comprometer o próprio crescimento econômico do País.”

FPA crítica falta de crédito rural

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), criticou o que classificou de precipitação do governo.

Segundo ele, os recursos são necessários para bancar a equalização de operações já realizadas, mas não deveriam comprometer novas contratações. A maior preocupação é com os riscos à safrinha. Souza disse ainda que a bancada pede ao governo a ampliação dos recursos do Plano Safra, uma vez que os R$ 251,2 bilhões são considerados insuficientes.

“Trabalhamos para aumentar o recurso, pois um trator que custava R$ 400 mil hoje custa R$ 800 mil. O custo de produção triplicou”, afirmou.

Segundo ele, o recurso disponível para a compra de máquinas já se esgotou. “O governo não está conseguindo suportar a demanda por financiamento”, afirmou o presidente da FPA.

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