Índia pede que Brasil preserve a raça Gir Leiteiro

Índia e Brasil possuem os maiores rebanhos bovinos do mundo, através de carta endereçada à ABCZ, indianos pedem que país preserve a genética da raça Gir Leiteiro.

Estes dois países possuem os maiores rebanhos bovinos do mundo. A Índia aparece em primeiro lugar geral, enquanto o Brasil possui o maior rebanho comercial. Historicamente, nós somos importadores de gado da Índia, desde o século XVIII. Por isso, o rebanho indiano desempenha um papel importante no desenvolvimento econômico dos dois país.

Em 2017, a Índia planejava importar 20 mil espermatozóides congelados de touro e embriões de vacas Gir do Brasil. Este material genético tem origem nos descendentes daqueles presenteados pelo marajá de Bhavnagar à nação sul-americana.

Carta a ABCZ

Os melhoristas de gado de Rajkot, pequena cidade da Índia, mas famosa pelo melhoramento em vacas Gir, pedem para que os seus colegas brasileiros cessem as exportações de sêmen para o seu país. Isto ocorreu devido ao interesse dos indianos em voltar a importar sêmen de gado Gir do Brasil.

Foto: Fazendas do Basa

Um dos membros da Missão Nacional de Gado (National Livestock Mission – NLM), preocupado em preservar a raça na Índia, escreveu uma carta ao presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), em 24 de julho.

Este documento continha uma solicitação à associação de criadores, onde pedia “para ajudar a preservar a genética original da raça Gir indiana” com o objetivo de manter a pureza do seu gado Zebu, através de reintroduções de vacas sangue puro da raça Gir.

Apesar do pedido, o documento destaca a relação amigável entre as associações de criadores de gado da Índia e do Brasil.

Os cientistas indianos afirmam que, o melhoramento animal brasileiro modificou geneticamente as vacas Gir para obterem mais leite. E que, de alguma forma, no cruzamento dessas vacas, a genética se perde através das gerações. Sendo necessário, o sêmen original da raça Gir para preservar os caracteres originais do gado Zebu, por volta da 7ª ou 8º geração.

É a partir daí que o cenário muda e, de acordo com Ghanshyam Vyas, presidente da Gir Kankrej Gopalak Sangh e membro da NLM, “A índia está pronta para exportar sêmen e embriões para o Brasil”.

Vyas ainda afirma que, se o projeto de importar doses de sêmen do Brasil para a Índia ocorrer como planejado, o sêmen brasileiro Zebu Gir corromperá as características originais da raça indiana.

“É um desastre para a existência da raça nativa indiana que é bem estabelecida aqui. O Brasil deve ter regras rígidas a fim de parar essas atividades (de exportar sêmen) e os criadores devem apoiar a Índia, já que os dois países juntos preservarão o tesouro indiano da humanidade, a raça Gir”

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